Acho intrigante como um filme pode chegar nos cinemas de forma tão quieta e ser interessante diferentemente de outros que fazem um alarde monstruoso e saem apenas razoáveis. Um exemplo claro que surge agora é "Conexão Perigosa", originalmente chamado de "Paranoia" na maioria dos países, mas claro que no Brasil seria diferente. E pela primeira vez gosto mais do título nacional do que o original, já que não vejo como o que acontece no longa ser uma paranoia, seria algo mais próximo de armadilhas, ou coisas do tipo, enquanto o título nacional chega mais próximo realmente da ideia do filme e principalmente entrega o seu final, mas fique tranquilo que muitas coisas ocorrerão antes durante toda a exibição, que você até esquecerá desse spoiler que joguei aqui. E felizmente essas coisas embora sejam bem jogadas durante o filme, todas acabam acontecendo de forma interessante para que não ficassem cansativas.
O filme nos mostra que Adam Cassidy é um ambicioso funcionário junior que não vê a hora de subir de posição dentro da empresa em que trabalha, a gigantesca Wyatt Corporation. Entretanto, após cometer um erro que custou bastante caro à empresa, Adam entra na lista negra de Nicholas Wyatt, o CEO da corporação. Para compensar o problema causado, Nicholas chantageia Adam de forma que ele seja empregado na maior concorrente da empresa, comandada por Jock Hoddard, o antigo mentor de Wyatt. A tarefa de Adam é que ele seja um espião dentro da empresa de Hoddard, passando a Wyatt todas as informações internas que julgue interessantes. Sem saída, Adam aceita a tarefa.
Como muitos sabem não costumo ler as sinopses antes de ir assistir aos filmes, e agora lendo ela, o que posso dizer é que o filme está 90% dito nela, então quem ler e achar bacana, com toda certeza ficará satisfeito com o que é mostrado na tela, pois não foge praticamente nada da sinopse e o diretor Robert Luketic utiliza algo que já deu certo em seus outros filmes de fazer uma edição dinâmica e bem veloz das cenas, não tendo quase paradas de respiro e colocando sempre transições diferenciadas para ligar as cenas. Outro fator interessante são as revelações finais, que em momento algum cheguei a desconfiar, e isso acaba agradando mais ainda ao ser surpreendido, mesmo que não seja algo que faça seu queixo cair.
Os time de atores partem praticamente a todo momento pro ataque, não economizando nenhuma expressão nem diálogo com besteiras que possam ser apagadas e isso é muito bom num filme dramático/policial, pois só aumenta o ritmo e não deixa pistas para erros. Liam Hemsworth, o irmão mais novo do conhecido Chris "Thor" Hemsworth, vem mostrando que não está para brincadeiras e melhora a cada novo papel que encara, aqui embora faça um papel jovial mostra segurança nos diálogos para com os grandes nomes que contracena e salvo raros momentos não decepciona em nada. A sorte do filme é que Amber Heard participa de poucas cenas, senão seria difícil demais ter olhos para qualquer outro ator, já que sua beleza é de outro padrão, e além disso sabe fazer papéis de forma agradável de atuação que parece estar brincando nas telas. Falar de Gary Oldman é algo que não existem palavras pra expressar o que consegue fazer mesmo nos poucos momentos-chave que aparece, ainda quero ver ele ganhar um Oscar, pois sempre faz papéis merecedores de indicação. O mesmo posso falar do veterano Harrison Ford que sabe intimidar até mesmo grandes nomes como Oldman em uma cena que o pobre Hemsworth só coube ficar calado, no meio da briga dos peixes grandes. Dos demais atores todos fazem praticamente pontas, mas alguns detalhes bacanas dos diálogos que o protagonista tem com Embeth Davidtz mostram que a jovem tem potencial também para ser mostrado.
O visual tecnológico está bem presente na trama, já que estamos falando de empresas que criam os melhores smartphones ficcionais, e a equipe de arte provavelmente teve um bom trabalho para pesquisar e recriar ambas as companhias, mesmo que elas não tenham sido tanto exploradas. Além disso, os apartamentos e casas foram escolhidos a dedo para mostrar o significado do que pode ter um grande executivo dessas empresas. A fotografia usou diversos filtros de cores diferentes para dar intensidade dramática a cada momento, passando desde cores bem claras nos momentos agradáveis que o protagonista passa com seus amigos e sua possível namorada, até cores escuras e até vermelhas em alguns momentos de maior conflito com os grandes "vilões" da trama, e aliado a isso, também trabalhou bem nos planos rápidos para auxiliar na edição veloz que o diretor quis utilizar.
Enfim, é um suspense bacana que não envolve nenhum tipo de misticismo ou crenças como o outro lançamento da semana, mas que por ser mais ágil acabou me conquistando até mais. Poderia apenas não ter um final tão bonitinho, pois nem sempre tudo acaba dando certo na vida executiva, mas tirando isso, agrada bastante como um filme light para ser assistido sem precisar pensar em nada. Fico por aqui hoje, mas ainda temos bons filmes para conferir nessa semana, então abraços e até breve pessoal.
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