Família do Bagulho

10/01/2013 12:56:00 AM |

É interessante que filmes com família que sai de férias e acaba se metendo em confusões sumiram das telonas, pois era praticamente o que comandava os anos 90 quando chegava da escola, almoçava e ficava no sofá vendo os filmes da tarde. Com "Família do Bagulho" aparentemente temos algo bem nesse estilo, porém não necessariamente com uma família real, mas é bem bacana ver a proposta de não ser um filme para pensar ou querer ser levado à sério, fazendo dele algo descontraído, divertido e gostoso de ver. Claro que já vi milhares de comédias melhores, mas para passar um dia chuvoso rindo numa poltrona comendo pipoca vale bem a pena.

Após ser roubado, o traficante de meia tigela David Clark é obrigado por seu chefe, Brad Gurdlinge, a viajar até o México para fechar uma negociação envolvendo um grande carregamento de maconha. Para tanto David precisa formar uma família de mentira e com isso convida a stripper Rose O'Reilly para ser sua falsa esposa. A delinquente Casey e o virgem Kenny logo entram no plano e juntos eles formam os Miller, que aparentemente estariam fazendo uma pacata viagem rumo ao México a bordo do trailer da família. Entretanto, ao longo do caminho os antigos hábitos voltam à tona e nem tudo sai como o planejado.

O roteiro despretensioso é interessante pelo fato de sabermos tudo que vai ocorrer até o final, afinal já vimos pelo menos uns 20 filmes desse estilo. E não falo que isso é ruim, muito pelo contrário, está muito em falta esse estilo de filme nas telas: aquele que assistimos, damos algumas boas risadas e depois vamos embora sem precisar pensar em nada do que foi dito. O diretor Rawson Marshall Thurber até tenta em alguns momentos voltar a 2004 quando fez do filme "Com a Bola Toda" um filme com sentimentalismo final, mas ao perceber que isso não daria muito certo, ele fez a comédia ficar livre desse drama todo e conseguiu finalizar bem melhor do que começou.

As atuações também fogem a todo momento e não dizem para que lado irão seguir, em alguns soam bem clichés, em outros conseguem ser pelo menos coerentes com a proposta de divertir sem precisar de mais nada, e assim levam até o final a trama oscilando nesses perfis. Jason Sudeikis é todo trabalhado no estilo de humor do SNL onde fez diversos episódios e juntou com isso as demais comédias onde tenta ao mesmo tempo com um ar sério fazer piadas bobas e com isso divertir errando, é bacana sua performance nas cenas mais inusitadas e podemos dizer que isso faz dele um bom comediante. Jennifer Aniston começa bem, tem um miolo melhor ainda, mas no final poderia ter tentado voltar ao início ou manter, pois foi caindo tanto o seu humor quanto sua atuação, parecendo que foi desligada da tomada, o que é uma pena já que estava indo rumo ao estrelato do filme, mas a zoação que fazem com ela nos créditos é pra rir muito. Will Poulter já não o curtia desde Nárnia, e agora crescido conseguiu ficar mais bobo ainda, seu personagem até possui uma certa graça, mas tentaram usar de apelações para nos fazer rir dele. Emma Roberts é uma das poucas que mantém seu jeito do início ao fim, e mesmo não caindo tanto para o lado cômico, isso agrada bastante, então vale a pena ficar de olho no que a atriz fará mais pra frente. Dos demais personagens, todos fazem graça e divertem na medida do possível, mas nenhum chega a se destacar muito a ponto de precisarmos falar sobre eles.

O visual na estrada é bacana, pois as aventuras podem surgir a qualquer momento, o que é interessante e ao mesmo tempo um trabalho imenso para a equipe de arte, pois se produzir apenas um cenário já é trabalhoso, imagina ter várias paradas em meio a uma longa estrada. Porém souberam bem como fazer para representar cada parada com elementos não necessariamente minimalistas, mas que soassem agradáveis para a trama. A fotografia também optou por tons mais claros para suavizar a comédia e nos momentos chaves colocou tudo que podia para representar a cena como atos soltos, ao exemplo do strip-tease da protagonista na garagem.

Enfim, é um longa que agrada, mas também não é daqueles que você irá sair falando que viu a melhor comédia da sua vida. Poderiam não ter apelado mostrando as partes baixas do jovem, mas isso é algo particular que Hollywood anda gostando muito de fazer nas comédias, mas não chega a jogar o filme no precipício da apelação. Vale a pena como uma opção para rir sem se preocupar com nada e só, de preferência na sua sala deitado na sessão da tarde comendo uma boa pipoca. Fico por aqui, mas ainda temos mais alguns filmes para conferir nessa semana, então abraços e até breve pessoal.


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