Se você quer um filme com um roteiro elaborado, onde uma boa história de comédia acabe transformando num excelente filme, pode virar as costas e nem pensar em passar perto de "Meu Passado Me Condena - O Filme". Agora se você quer rir muito e se divertir como nunca com toda certeza pode ir correndo para um dos cinemas, pois é diversão garantida de muitas risadas com todas as bobeiras que Fábio Porchat apronta. É interessante como esse estilo de filme lota salas e todos saem tão festivos quanto como entraram na sala, e isso é ao mesmo tempo bom, porque faz renda com o cinema nacional e ruim, pois acaba prostituindo o Brasil de somente comédias do mesmo formato, mudando apenas a locação.
A sinopse assim como o filme é bem simples, nos mostrando a história de Fábio e Miá. Eles se conhecem há apenas um mês e resolveram se casar. A lua de mel é num cruzeiro do Rio de Janeiro até a Europa, onde ela reencontra seu ex-namorado, o bem-sucedido Beto, que está casado com a estonteante Laura, antiga paixão não correspondida de Fábio. Atrapalhados com essa coincidência, Fábio e Miá viverão situações cômicas e embaraçosas numa viagem cheia de surpresas, onde o novo casal corre o risco de arruinar a relação.
É engraçado ver que as comédias nacionais seguem praticamente todas o mesmo linhão, que dá para associar praticamente tudo que irá acontecer já logo na primeira cena. Mas felizmente, os últimos filmes têm escolhido os comediantes nacionais que conseguem pelo menos divertir muito quem for pagar para assistir sem querer se preocupar com nada, somente rir do que verá na telona. Então com essa receita de bolo pronta e sabendo da encomenda que possui, os roteiristas apenas tem o trabalho de colocar todas as ideias no papel e ir filmar, pois o dinheiro de retorno é garantido sem ter de se preocupar um pingo de não obter lucro, ao contrário do que acontece com qualquer outro gênero lançado aqui. Assim sendo juntaram-se Tati Bernardi, Leonardo Muniz e claro para dar a pitada humorística o próprio Fabio Porchat, e entregaram nas mãos de Julia Rezende, que já dirigia os episódios da Multishow, para que fizesse seu primeiro longa ser um sucesso, e as bilheterias já começam a mostrar resultado, e não se assuste se logo mais começarem rumores de continuação.
Tudo bem que muita gente não curte o humor de Porchat, mas convenhamos que dos humoristas nacionais ele é o que salva a pátria sempre sem precisar usar de escatologias ou qualquer abuso forçado de riso, e isso garante risadas mais reais nos filmes que participa, não fica sendo aquelas risadas de canto de boca, então novamente ele salva mais uma produção de ser falha. Miá Mello até tenta ser mais comedida e fazer algumas cenas divertidas, mas como o personagem pedia algo mais sério e chato como define o amigo Cabeça, ela faz bem o papel, agradando em diversas cenas que serve de âncora para Porchat. Alejandro Claveaux consegue fazer a descrição completa que sua esposa descreve em uma das cenas, convencendo completamente do seu caráter ruim, poderia talvez ter atacado como um vilão para melar algumas cenas, mas acaba saindo bem no que faz. Juliana Didone é tão suave e calma na sua interpretação que parece caminhar atuando em câmera lenta, mas no geral agrada no que faz também. A dupla dinâmica de picaretas Marcelo Valle e Inez Viana poderiam fazer tudo exatamente igual fizeram, mas com menos exageros nos trejeitos faciais e interpretativos, pois ficou falso demais, parecendo estar bem perdidos do que fazer, e atacando de qualquer maneira seus textos e ações.
É interessante ver como apenas uma locação, no caso um cruzeiro funcionando com todos os turistas normalmente, afinal ficaria caro demais alugar um navio somente para o filme, acabou ficando com muita presença, estilo e rendendo diversos locais diferentes para que os atores fizessem suas proezas. E como a equipe de arte praticamente não trabalhou, afinal tudo pertence ao lugar, coube à direção de fotografia escolher as melhores luzes e lentes para que mesmo um cubículo que é uma cabine de navio acabasse se tornando um lugar bem ambientado para a trama.
Enfim, não convém falar muito de técnica nem das escolhas da direção, afinal o longa como disse tem apenas os objetivos de divertir e lucrar, sem nada que vá além disso, e consegue fazer muito bem isso. Recomendo ele para quem quiser se divertir rindo bastante sem se importar com qualquer técnica, pois se parar para observar qualquer coisa é certeza de achar defeito onde olhar. Ri bastante de tudo que vi, mas seria incoerente se não notasse defeitos, mas olhando como o público que vai assistir ele, é perfeito. Encerro aqui a semana cinematográfica já me preparando para a próxima que inicia na sexta e infelizmente vem com poucas estreias para o interior já que os blockbusters começam a tomar conta das salas, então abraços e até sexta pessoal.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...