Olhando o pôster ou apenas dando uma conferida no trailer de "R.I.P.D. - Agentes do Além" já é notória a semelhança com o conhecido MIB que já está na sua terceira edição. E olha que se a história fosse um pouquinho melhor, acredito que essa versão dos agentes mortos poderia muito em breve ganhar também continuações. Porém se existe uma coisa que foi muito bem usada nesse longa são os efeitos tridimensionais, pois em diversos momentos a imersão é tão grande que me senti jogando videogame em primeira pessoa.
A sinopse nos conta que Nick Walker é um policial que morreu recentemente. Para sua surpresa, sua alma foi enviada para o Departamento Descanse em Paz, uma espécie de agência que trabalha às escondidas na Terra. Devido à sua experiência, Nick logo é enviado de volta à Terra para trabalhar ao lado do veterano Roy Pulsipher para proteger e servir o mundo dos vivos contra um crescente número de almas destrutivas que se recusam a seguir pacificamente para o outro mundo.
A história em si até poderia ser interessante e quem sabe até substituir MIB, mas a falta de gags cômicas e até mesmo a inexistência da ligação entre todos acaba fazendo o filme mesmo sendo de ação ficar monótono no meio do excessivo número de efeitos, que é onde não economizaram nem um pouco. E com isso não vemos a hora do filme acabar, mesmo sabendo como tudo vai acontecer, para pelo menos sabermos se somos bom em vidência de filmes tradicionais. Por ser uma adaptação de quadrinho poderiam ter colocado mais coisas características do gênero, não apenas na abertura, mas sendo usado no contexto do filme, quem sabe melhoraria um pouco. É uma pena, pois o diretor já havia mostrado ser bom com adaptações de quadrinhos em "RED".
O sotaque que Jeff Bridges apenas incrementou, afinal já estamos acostumados a ouvir ele falando dessa maneira na maioria dos filmes, ficou muito interessante, mas seu carisma para herói não é tão convincente, ficando em diversos momentos bem falso sua atuação em querer salvar o mundo. Ryan Reynolds é o ator que mais oscila entre boas e péssimas atuações no cinema, sempre sendo uma incógnita o que faz nas telas, dessa vez ele novamente assim como fez em "Lanterna Verde" pareceu não se dar muito bem com o chroma-key e ficou em diversos momentos bem falso sem saber para onde estava olhando. Kevin Bacon poderia ter sido melhor aproveitado como vilão, de forma que quando aparece até faz bons trejeitos, mas como o filme nem foca tanto nele, acaba sendo simplório. Stephanie Szostak soa quase imperceptível para a história e nos seus 3 momentos também aparenta não estar ali, fico me perguntando como uma pessoa recebe cachê para ficar com cara de paisagem num filme? Mary-Louise Parker tem duas boas cenas, mas também quase não foi aproveitada, quem sabe se tiver uma continuação ela não mostre melhor suas caras e bocas. James Hong e Marisa Miller são apenas enfeites de corpo, afinal suas cenas são mostradas muito rapidamente, o que é muito triste, pois seria bacana ver aquela mulherona falando com o sotaque do Bridges.
O visual trabalhado é bem interessante, mas poderiam ter ficado mais tempo no momento em que o conflito ocorre, pois é onde a trama é mais digamos ficcional, pois Boston é uma cidade que não agrada tanto cinematograficamente. E quando as almas penadas resolvem partir pra quebradeira, tirando a maquiagem muito feia, o cenário destruído fica bem divertido de conferir. Sobre a maquiagem já que citei ali, já vi equipes digitais bem melhores, pois aqui parecia feita pelas equipes do Playcenter nas Noites de Terror só que ainda pior. A fotografia utilizou muito de tons avermelhados, e sem sentido nenhum, pois não estamos falando do inferno nem de nada pegando fogo, estamos numa cidade comum porém cheia de almas que não foram embora, e com isso ficou um pouco estranho entender as cores escolhidas. Bom pelo menos a técnica não errou em economizar nos efeitos, pois como disse o 3D está nos melhores níveis possíveis de se ver, claro que nas cenas que contém, afinal ainda andam fazendo filmes com partes misturadas ao invés de gastar de uma vez e filmar tudo com a tecnologia, quem gastar uns trocados a mais pelo menos nesse quesito não terá do que reclamar.
Enfim, se for para ver efeitos tridimensionais em uma história sem sentido de existir eu recomendo ir naqueles brinquedos de parque de diversões, portanto com uma história fraca que poderia ter sido melhor desenvolvida e principalmente melhor atuada, recomendo que vá ver outro filme. Quem sabe dê algum lucro e pensem em fazer uma continuação que esses problemas sejam resolvidos, mas enquanto isso, fique em casa. Encerro aqui essa semana cinematográfica bem recheada que tivemos e na sexta já iniciamos mais uma bem gordinha de estreias pelo interior, não virão todos que estrearão pelo Brasil, mas pelo menos virá a maioria. Então abraços e até sexta pessoal.
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