Existem alguns filmes que mesmo sendo bem comerciais acabam ficando presos nas distribuidoras da mesma forma que muitos pacotes de encomendas ficam presos na alfândega. Quando estavam produzindo "Silent Hill: Revelação", o que era dito para os fãs era que o longa seria bem mais próximo do jogo de videogame que seu antecessor, mas as filmagens acabaram, saíram propagandas em diversos lugares, o filme estreou nos EUA, e a cada semana recebíamos uma nova programação de estreia, pois bem, usando a divulgação do Halloween até que acabou sendo um comercial viável para o Brasil também, pois quase 1 ano após ser lançado chega aqui a estreia do longa nos cinemas, e provavelmente teremos sessões quase fantasmas, visto que já existem cópia em bluray 3D sendo entregues aqui no Brasil por quem comprou lá na terra do tio Sam. O longa é bem mais semelhante com o jogo, mas poderia ter utilizado uma pegada mais assustadora ao invés de tudo calmo demais, pois aí teríamos algo mais denso e medonho, já que os monstros aparentam ser mais fraquinhos do que os malucos presos no manicômio.
O longa nos mostra que Heather Mason e seu pai Harry estão sempre em fuga das perigosas forças demoníacas as quais não compreendem direito. Quando a garota está perto de completar 18 anos, ela passa a ter constantes pesadelos. O súbito desaparecimento de seu pai faz com que descubra que não é quem imagina ser. A revelação faz com que atravesse o portal rumo a Silent Hill, onde várias armadilhas foram montadas para que Heather fique presa na cidade para sempre.
Para quem não assistiu o primeiro filme ou até mesmo nunca jogou o jogo, não é preciso se preocupar, pois em diversos momentos os protagonistas contam tudo bem bonitinho do que aconteceu para situar os perdidos, E além disso, o roteiro é bem simplório de modo que nada aconteça sem que saibamos bem o que está acontecendo. A computação gráfica escolhida foi bem realista, mas o diretor poderia ter abusado um pouco mais, já que o jogo é bem violento, e colocado monstros que realmente aterrorizasse os espectadores, assim como ocorria no jogo em que muitos que conheci nem dormiam direito depois de jogar algumas horas seguidas. Ficou parecendo que se preocuparam demais com a censura de idades e fizeram um algo bem soft para passar nos cinemas, quem sabe numa versão estendida no bluray venha algo melhor não é mesmo?
Os atores também poderiam ser melhores em seus trejeitos tanto de assustados como de salvadores de algo, pois todos parecem estar realmente atuando num fundo verde sem nada para lhe assustar. A cena que Heather encontra com Alessa, ambas interpretadas por Adelaide Clemens, parece que ambas estão vendo um desenho do Mickey de tão "empolgadas" que estão com o que fazem, isso acredito que seja mais um problema de direção de atores do que da própria atriz, e nesse quesito ficou devendo e muito. O mesmo acontece com Sean Bean que está tão acostumado com grandes interpretações e na cena que está pendurado faz uma cara de nada, assim como nas demais cenas, ou seja, não é problema de atores e sim diretor. Pra compensar um pouco Kit Harington até tenta soar como mocinho dando algumas cantadas fajutas e fazendo em alguns momentos cara de piedade, mas quando necessita fazer drama, esquece que o diretor não orientou nada. Dos demais nem compensa falar, pois como a maioria está maquiada de monstros, então melhor nem dizer de suas interpretações estranhas, mas o grande destaque negativo fica para os figurantes da escola, que nem num filme de primeiro semestre do curso que fiz, com os próprios alunos interpretando bem mal, se consegue algo parecido de tão ruim.
O grande ponto positivo do longa pelo menos é o visual macabro criado nos mesmos moldes do jogo, que aí sim temos corredores assustadores, com rangidos, barulhos estranhos, luzes piscando, muita fumaça e carnificina espalhada por todo lado. Nesse quesito a equipe de arte soube trabalhar com o melhor que tem tanto de digital quanto de materiais para recriar um ambiente monstruoso. A fotografia também elaborou bons tons de vermelho e preto para que os filtros das luzes não revelasse nada de antemão, já que todo o restante o diretor foi entregando facilmente. O 3D foi muito bem empregado tanto no quesito profundidade de campo, quanto de coisas saindo da tela, tanto que logo de início as cinzas caindo até incomodam um pouco nossa visibilidade e depois durante as aparições dos monstrengos sempre algum elemento deles sai da tela, mas de maneira tão previsível que nem assusta nada, o que é uma pena.
Enfim, é algo que prometeu demais e cumpriu de menos, principalmente ao deixar milhares de brasileiros fãs dos jogos aguardando um ano para ver o longa no cinema, e ao chegarem lá verem personagens que poderiam facilmente trabalhar nas noites do terror de alguns parques, pois só são feios de longe e de perto não assustam nada, aliás o visual do parque de diversões com toda certeza se já não foi copiado, muito em breve deve aparecer nos parques brasileiros. Além disso, a direção pecou demais em não dirigir realmente os atores, para que fizessem as atuações necessárias para um filme de terror. Recomendo somente para aqueles que não possuem bluray 3D e queiram ver alguns bons efeitos tridimensionais, senão podem esperar que em algumas semanas com certeza já deve estar nas locadoras, ou se preferir comprar online nos EUA que já chega bem rápido. Amanhã estou de volta nessa semana que está bem dividida com filmes ótimos, mas também temos os bem capengas. Abraços e até amanhã pessoal.
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