O filme nos mostra que Paulo está passando por dificuldades financeiras para sustentar as quatro filhas, Tina, Bianca, Alice e Karina, depois que anunciaram um novo aumento no aluguel. Quando ele avisa que eles precisam se mudar do apartamento onde vivem, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), elas se comprometem em ajudar de alguma forma, começando a cortar despesas bobas e ajudando nas tarefas domésticas. Mas enquanto precisam lidar com essa novidade, o quarteto tem ainda outras experiências típicas, relacionadas a idade de cada uma delas. Tina vem penando para conseguir um primeiro trabalho, ao mesmo tempo que vem se desentendendo com o namorado riquinho. Bianca, por outro lado, esconde uma relação misteriosa, diferente de sua irmã Alice, ainda virgem, e as voltas com a famigerada primeira vez. Correndo por fora, Karina é a mais nerd da turma e anda atraindo as atenções de um dos colegas da escola, mas eles ainda não sabem bem ao certo como lidar com isso. Apesar dos conflitos, a união entre elas permanece e as experiências, tudo indica, irão contribuir ainda mais para manter a família unida.
Já tivemos nos anos anteriores, alguns outros filmes brasileiros que tentaram mostrar tudo isso que vimos no seriado, mas não tiveram tanto sucesso, afinal falar com os jovens é algo muito difícil pois cada um vê seus problemas de forma diferente e acabam sendo incompreendidos, e sempre que algum diretor tenta a sorte em se aventurar nesse mundo próprio deles, nem sempre poderá se dar tão bem como os diretores dos 40 episódios deram na época. Pois bem, um dos principais diretores na época foi Daniel Filho e não poderia ser outro que pegaria o livro de Maria Mariana e adaptaria para as telonas junto de Cris D'amato, e aqui conseguiu fazer um resumo bem encaixado de todos os problemas que os adolescentes passam, ou a maioria deles, num filme interessante onde os jovens podem se conectar bem com a versão atual por colocar um aparato tecnológico que hoje faz mais parte da nossa vida chamado Facebook e assim junto com outros detalhes do cotidiano mixar de forma criativa tudo num único filme. Outro ponto que devemos observar é que os diretores souberam trabalhar bem com toda a garotada que faz parte do elenco, e olha que não foram poucos, e com a liberdade que foi dada na maior parte do tempo, os jovens se saíram bem frente as câmeras, não ficando forçados como costuma acontecer com a maioria de jovens iniciantes no cinema.
Falar de todos os jovens daria um texto gigante demais, e sairia um pouco repetitivo demais, afinal a maioria aqui sabe como são adolescentes atualmente e o que todos fazem na telona é exatamente como enxergamos eles fazendo tudo, então vou destacar alguns que se sobressaíram. Sophia Abraão já havia interpretado a versão teatral do seriado, então seu papel aqui foi moleza para a atriz, é uma pena que como já não é mais tão adolescente, seu personagem não tenha tanto foco, pois gostaria de ver mais ela, que saiu muito bem frente às câmeras nos momentos precisos que teve de atuar. Isabella Camero trabalhou tão bem seu personagem que a grande revelação final é tão fácil de ser dita que a garota parece até dominar da arte que lhe foi proposta, e conseguiu fazer com que um paradigma fosse quebrado ao não demonstrar a forma que muitos julgam esse estilo, com isso a jovem merece atenção daqui pra frente para ver o que pode fazer mais. Malu Rodrigues tentou não fazer o tradicional das jovens que passam por esse problema, que é o mais comum e já foi visto em todas as novelas possíveis da Globo, mas é difícil fazer diferente algo tão batido, e a jovem apenas fez o que todas fariam, pelo menos sem decepcionar na tela. Clara Tiezzi faz a mais jovem, porém com maior timing frente às câmeras das 4 garotas e soube trabalhar bem com a modernidade, mostrando que as jovens hoje podem trabalhar tão rapidamente com a tecnologia que sabem passar isso pra frente de forma fácil, basta testar perguntando pra qualquer criança como fazer algo tecnológico que é moleza. Os garotos que participaram todos são meros coadjuvantes e alguns tentam sair melhor fazendo o tradicional, valendo destacar algumas cenas de Hugo Bonemer, Lucca Diniz e João Fernandes, sendo que este último vai ser lembrado pela sua versão mirim de Crepúsculo. Cássio Gabus Mendes tentou fazer homenagem à Luis Gustavo com uma interpretação exatamente copiada sem tirar detalhe algum, e isso não sei se é bom para um ator, mas conseguiu fazer pelo menos o que queria. Vale destacar também as pequenas pontas das protagonistas originais da série de TV: Maria Mariana bem rapidamente na entrevista de emprego, Débora Secco como a tradicional mãe solteira que faz o filho passar vergonha, Danielle Valente como outra mãe menos presente, e Georgiana Góes fazendo uma professora apenas, mas todas não poderiam ficar de fora de algo que as lançaram no mercado televisivo com o sucesso que fizeram.
O visual da trama lembra bem a série que não acaba nunca na TV Globo chamada "Malhação", pois convivendo entre a escola e a casa das protagonistas, o longa sobrevive nesse meio, dando uma ou outra passada por boates e festas, onde tudo se desenrola com a cenografia mais tradicional carioca impossível, não dando motivo algum para que a equipe de arte tivesse momentos criativos. Não falo isso como algo ruim, mas para quem já está cansado do tradicional que a novelinha adolescente já bateu na tecla insistidamente poderiam ter sido mais originais. A fotografia utilizou de muitos planos com iluminação natural para que o longa tivesse uma vida mais dinâmica e com isso algumas cenas ficaram mais novelescas do que deveria, então não podemos dizer como ponto positivo algum nos quesitos técnicos do filme.
A trilha sonora do filme também manteve canções da época do seriado junto com alguns funks mais modernos e batidas de DJs que estão na moda para contemporizar o filme e dar dinâmica para ele, mas não chega a ser nem metade das boas músicas que foram introduzidas na época.
Enfim, não é um excelente filme, mas vale principalmente como uma grande compilação de um seriado inteiro que bons diretores conseguiram transformar em filme. Possui uma série de bobeiras no meio, afinal adolescentes costumam fazer bobeiras, então quem já assistiu uma "Malhação" alguma vez e não gostou, certamente irá ficar meio bravo com o longa, mas quem relevar isso e assistir com a boa lembrança que tinha do seriado, talvez saia feliz da sessão com o que verá. Recomendo ele com esses detalhes que disse apenas e claro para jovens tentarem assimilar os problemas que podem ocorrer durante atos sem pensar. O longa estreia no próximo dia 10 de janeiro, mas ainda durante o próximo final de semana teremos mais algumas sessões de pré-estreia dele para quem quiser conferir. Fico por aqui agora, mas ainda hoje irei conferir meu último filme desse ano para deixar postado aqui a opinião dele antes de colocar no ar a retrospectiva completa de 2013, então abraços e até mais tarde pessoal.
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