Sou totalmente favorável que os estúdios economizem em equipe, produção e tudo mais, desde que não perca a qualidade de um filme, mas alguns produtores levam a economia de custos muito a sério, transformando seus filmes em camelódromos, onde a réplica de algo original até parece bem feita, mas que ao olharmos a fundo é uma imensa bomba. Com essa premissa, "Infectados" foi concebido para ser algo bem parecido com "Alien, o Oitavo Passageiro", já que o diretor foi diretor de arte no famoso clássico, mas com um orçamento risível de 2 milhões de dólares canadenses, o máximo que chegou perto foi algumas fumacinhas saindo das salas, se aproximando um pouco de "Apollo 18", mas nem assim conseguiu ser uma réplica de nada, tendo um roteiro simples, cheio de elementos que exigiriam efeitos especiais, mas que soam capengas e além disso tentaram surrupiar os espectadores para que pagassem por um 3D inexistente, ou seja, uma legítima farsa xingling de má qualidade.
O filme nos mostra que quando uma chuva de meteoros atinge uma espaçonave, quatro astronautas perdem contato com as bases na Terra e ficam presos no espaço. Além deste grande problema, eles percebem que eventos sobrenaturais esperam por eles no universo.
Inicialmente o contexto da história até nos prende a atenção, mas com o desenrolar vai ficando tudo tão cheio de regrinhas, o "vilão" passa a resolver tudo sem propósito algum, os efeitos não colaboram com nada que começa a ser algo mais irritante do que angustiante, pelo fato de ser um suspense. Não que você não irá ficar tenso com a situação toda, mas começa a ficar tudo tão sem motivo de acontecer que parecem aqueles filmes feitos por mais de uma pessoa, que uma começou e a outra terminou sem ao menos ver o que o outro fez. Tudo bem que o diretor Roger Christian ficou 9 anos parados, mas vir com uma ficção futurista que envia uma expedição pra Lua, tendo seus protagonistas infectados por algo extraterrestre que exigiria no mínimo efeitos bem feitos com baixo orçamento, foi apelar demais para a consideração do espectador. E ainda assim, que relevássemos algumas questões sabendo do orçamento, nada justifica o excesso de comparações que dá para fazer com diversos filmes espaciais, ou seja, melhor esquecer o filme.
Já que não temos dinheiro, então vamos arrumar atores desconhecidos e quem sabe algum figurão que chame público e aceite receber menos, mas há muitos anos atrás, Christian Slater até poderia ser chamariz para alguns filmes, porém atualmente mostrou mais arrogância no filme do que chamando público, não dando deixas em alguns diálogos, e muito menos atuando com uma pegada interessante, além disso nas cenas suas que mostram até uma boa atuação, ele está afoito para a próxima cena, se perdendo um pouco da ideia original. Amy Matysio só sabe gritar, e suas cenas de dor não convencem ninguém de que precisa ajuda, além da cena que desencadeia a infestação ser quase uma novela mexicana daquelas que aparecem a legenda embaixo falando: "Olha ela se cortou e tudo vai acontecer, ok pessoal", logo mais pro fim quando resolve parar de gritar e vira amiguinha da tripulação se perde na atuação pra qual lado olhar, então é dispensável total sua interpretação, servindo apenas para a procriação do alienígena. Michael Therriault é o único que salva, já que também teve de trabalhar dobrado fazendo dois personagens, e suas cenas são tensas e com a maquiagem gosmenta ainda ficou mais bacana, no início aparenta ser o ator mais fraco do elo, mas conforme vai crescendo seu personagem, mais intenso ele fica. Brendan Fehr até tenta ter alguns diálogos mais técnicos e momentos mais corridos tentando resolver tudo, mas falha pelo excesso, então o único momento legal de ver sua atuação é no momento em que sai da base.
O visual da base é bem montado, fazendo com que o trabalho da direção de arte parecesse minucioso, mas se formos a fundo procurando algum elemento mais valorizável vamos acabar ficando decepcionados com o que é mostrado, tendo apenas alguns elementos cênicos para realçar o cenário em cada cena e mais nada ao redor que dê alguma relevância para a trama. A fotografia usou tons escuros demais e com isso algumas cenas ficam realmente dificílimas de ver com o óculos 3D, mas pelo menos ajuda a construir a tensão que a trama necessitaria para deixar os espectadores. Falando no 3D, só serve para ajudar a escurecer mais o filme, pois não tem nem profundidade, muito menos algo que salte da tela para que assuste o público, então serviu apenas para tirar dinheiro do público que foi ver com a "tecnologia".
Enfim, não recomendo o filme para ser assistido no cinema, mesmo porque quem for de Ribeirão nem vai ter a chance já que já saiu de cartaz, nem pra locação serve, então aguarde passar na TV e assista se não tiver nada melhor para ver essa cópia de diversos filmes, porém sem dinheiro. Valeu apenas o esforço do diretor em voltar a gravar algo e conseguir algum dinheiro para tentar relembrar seus bons tempos como diretor de arte, e só. Fico por aqui hoje, pedindo desculpas por ter demorado tanto para subir esse texto, mas não me vinham palavras para falar dele, pois achei mais ou menos, mas na verdade é bem fraco. Amanhã já estaremos de volta com mais estreias, então abraços e até breve.
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