O estilo policial é um dos gêneros que menos aparecem filmes lançados por ano, e isso se deve principalmente por todas as histórias se parecerem muito umas com as outras. Pois bem, pensando nisso o grande Stallone usou de um livro de Chuck Logan para se basear e escrever o roteiro de "Linha de Frente", que contém todos os clichés possíveis do estilo, mas ainda assim Jason Statham consegue manter sua linha de pancadaria bem orquestrada e interessante de ver, que consegue segurar a trama mesmo deixando claro tudo que vai acontecer desde o primeiro ato.
O filme nos mostra que Phil Broker é um ex-agente do Departamento de Combate a Narcóticos, nos Estados Unidos. Após trabalhar infiltrado e ajudar a prender a gangue de motoqueiros liderada por Danny T, Broker agora quer levar uma vida pacata ao lado de sua filha Maddy na cidade natal de sua esposa, que faleceu há cerca de um ano. Entretanto, um problema na escola faz com que ele bata de frente com Cassie, uma viciada que pede ao irmão, Gator, que dê um jeito nele. Gator é um pequeno produtor de droga que almeja ampliar sua distribuição e, após descobrir a verdade sobre o passado de Broker, decide entregar sua localização a Danny T, que anseia por vingança.
Pronto, com essa sinopse oficial quem não quiser ir assistir ao filme já sabe tudo e pode entrar apenas na cena final para ver a pancadaria comer solta e o desfecho premeditado da história. Brincadeiras à parte, todo filme do gênero policial, tirando os de suspense, já possuem uma linha que só de olhar a primeira cena e o primeiro conflito, já é possível montar toda a rede completa e chegar às conclusões do que irá ocorrer, ainda mais um texto escrito por Stallone que já bateu a cabeça diversas vezes e não podemos esperar sair muita coisa dali, então espere ver diálogos sendo repetidos sem a mínima necessidade, cenas previsíveis de acontecer e claro, pancadaria ao invés de tiros, porque se podemos socar uma pessoa pra que atirar não é mesmo? A direção de Gary Fleder, que está bem mais acostumado com séries do que com cinema, é dinâmica e cheia de boas sacadas, mas não tem muito o que fugir para criar algo consistente no estilo, então apenas faz a boa linha e deixa esquematizado para caso algum produtor maluco queira, fazer uma continuação.
A atuação de Statham é tão bem casada que nem parece que envelheceu, mostrando que ainda tem bastante fôlego para filmes de ação, aliado a isso, soube utilizar do fraco roteiro para nos poucos momentos que necessita dialogar com alguém usar de seus trejeitos ríspidos, mostrando que se mexer com sua família vai descer a mão. James Franco faz bem mocinhos, mas a vilania está no seu sangue, o ator é muito bom para papéis que exigem uma atuação mais forte, e aqui suas cenas finais são de ver e rever diversas vezes, de forma que cada vez torcemos para que apanhe mais. Izabela Vidovik trabalhou muito bem no início quando precisou se defender, e nos momentos seguintes sabendo usar o diálogo em seu prol, mas nas cenas finais sua gritaria não deram convencimento do que estava ocorrendo com ela, poderia ser algo mais aflitivo. Winona Ryder já teve seus grandes momentos em Hollywood e agora anda fazendo muito mais caras e bocas do que atuando em si, e mesmo aqui que o roteiro era algo bem fácil de fazer, faz umas caras apavoradas que em momento algum condizem com seu personagem. Dos demais quase ninguém vale a pena destacar, mas mesmo que com poucos minutos em tela, Marcus Hester faz alguns trejeitos tão interessantes que se fosse o vilão do filme mereceria aparecer em dobro.
O visual da cidade pequena e todos falando sobre feudos a cada nova cena, nos deixa quase sitiados na cidade, imaginando o fim do fim do mundo, mas conseguiram dar um visual bem bacaninha para esse fim de mundo, bastou colocar que a cidade e a casa principal não ficassem juntas, ou seja, precisa passar por um lindo vale tudo, pois a casa não tem tantos elementos para serem explorados e a cidade também é bem simples, então as locações não ajudaram a retratar o feudo que envolve na mente das pessoas, mas tudo acaba ficando bem interessante de ver visualmente nas cenas mais dinâmicas, pois utilizaram elementos cênicos para explodir tudo, colocaram armas interessantes e com isso embora não tenha nada que chamem muito a atenção, acabamos assimilando a cidade como algo bem longe de chegar e que todos ali são caipiras modernos. A fotografia foi privilegiada com a situação por usarem muitos planos abertos e com isso valorizaram algumas cenas mais que outras, utilizando de cores escuras para não revelar muita coisa, porém na cena mais cheia de efeitos visuais, a qual todos já ficam esperando desde quando é montada, a cena optou por algo mais fechado e com isso nem deu tanto o realismo que poderia ter.
Enfim, é um longa bacana de assistir, mas já vá sabendo que verá o padrão de filmes do gênero, portanto não espere nada muito além que aí a certeza de gostar dele é maior do que a decepção de esperar algo novo e não ver. Vale pelas boas brigas que o protagonista se mete e na forma de atuar que mostra que ainda veremos muitos filmes de pancadaria com ele, mas não é nenhuma obra prima que vamos sair divulgando e chamando todos para ver. Recomendo apenas para quem goste muito do estilo e não esteja esperando nada novo. Fico por aqui nessa semana, já que as estreias no interior acabaram, e volto na sexta com um dos filmes mais esperados do ano e que deve dominar as salas e ser a única estreia também, então teremos duas semanas bem tranquilas por aqui. Então abraços e até sexta pessoal.
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