Ano passado quando falaram tanto sobre o lançamento do tal HFR nos cinemas não tive a oportunidade de ir para alguma sala conferir qual era a da tecnologia, então fiquei apenas achando que seria algo a mais para remover dinheiro dos nossos bolsos, porém esse ano com a digitalização da maioria das salas, felizmente tive a chance de assistir uma tela gigante com a tecnologia HFR 3D no Cinépolis Iguatemi daqui de Ribeirão Preto, e posso dizer que agora sim enxerguei tudo que o diretor Peter Jackson quis passar com a ideia de filmar todas as 3 partes (exageradas! 2 estaria mais do que bom) do livro "O Hobbit" utilizando essa tecnologia. Somos transportados para uma realidade muito perfeita de cores vivas e movimentos que torna o cinema quase uma parte do espetáculo, sendo uma revolução assistir ao que nos é mostrado. Confesso que saí com um pouco de dor de cabeça da quantidade de movimentos rápidos, que acabamos acostumando no decorrer do filme, mas irei rever na mesma sala para poder testar um pouco mais, já que por enquanto deve demorar para aparecer mais filmes que utilize, e aguardar mais 1 ano para ver novamente não será tão legal. Quanto da segunda parte de um todo que consiste o filme "A Desolação de Smaug", irei falar mais nas próximas linhas, mas pra quem leu o livro com certeza irá ficar feliz, dessa vez finalmente li um livro primeiro que o filme, já que foi colocado praticamente tudo no longa e também irá ficar desapontado com algumas coisas já que acrescentaram muita coisa que não necessitaria ser colocada apenas para que tivessem 3 filmes.
A segunda parte da trilogia nos mostra que após iniciar sua jornada ao lado de um grupo de anões e de Gandalf, Bilbo Bolseiro segue em direção à Montanha Solitária, onde deverá ajudar seus companheiros de missão a retomar a Pedra de Arken, que fará com que Thorin obtenha o respeito de todos os anões e o apoio na luta para retomar seu reino. O problema é que o artefato está perdida em meio a um tesouro protegido pelo temido dragão dragão Smaug. Ao mesmo tempo, Gandalf investiga uma nova força sombria que surge na Terra Média.
Que o diretor Peter Jackson já tem a Terra Média como sua morada, ninguém mais duvida, pois a forma que ele nos retrata tão bem em seus filmes com detalhes mínimos chega a passar até mais do que poderíamos esperar de uma obra ficcional. E agora que pude conferir com os 48fps ficou mais ressaltado ainda com a quantidade de cores e a profundidade obtida, onde conseguimos notar tudo que foi criado para mostrar esse mundo mágico onde vivem hobbits, anões, elfos, orcs e tudo mais que nos foi mostrado na trilogia "O Senhor dos Anéis" e agora na trilogia "O Hobbit" pelo diretor. Claro que para transformar um livro de pouco mais de 200 páginas em 3 filmes foram necessários juntar pedaços de outras obras do escritor, e até criações da própria mente do diretor, já que como disse deve ter morado na Terra Média um período antes de criar tudo, e com isso alguns fatores que poderiam passar despercebidos acabaram tendo um destaque até que grande demais, o exemplo mais forte é a colocação de Légolas na maior parte do filme já que o ator Orlando Bloom custou a bagatela de US$ 3 milhões ao estúdio, sendo que seu personagem nem existe no livro e aqui até arqui-inimigo arrumou. Porém tirando essas recriações feitas, o longa é bem condizente em juntar a parte inicial na qual foi nos apresentado os personagens principais da saga e o que queriam no ano passado e deixa preparado para a batalha épica que ocorrerá no último filme no ano que vem, dando todos os motivos, deixando claro o que aconteceu e preparando apenas para dar o último ponto na colcha de retalhos que nos será apresentada ao totalizar os 6 filmes e que com certeza irei querer ter em minha coleção. A direção foi sábia em trabalhar os planos de forma mais aberta possível para dar magnitude aos cenários e aos personagens extras que adentram a trama, como aranhas gigantes, wards ou lobos gigantes, e claro sempre mostrar toda a trupe de anões reunida.
Falar de um elenco onde a maioria dos atores se torna irreconhecível com suas maquiagens, roupas e afins, é dificílimo, pois o que conseguimos avaliar é apenas a entonação dos diálogos e muito pouco da expressão que fazem, mas o que fazem os protagonistas aqui é de um gestual tão impactante que cada um tem sua personalidade, seus atos e isso implícita o resultado final de cada um. Ian McKellen não mostra apenas um Gandalf acabado com tudo que faz, mas reflete facilmente todos os problemas de saúde que passou durante as gravações do filme para seu personagem, dando embora que de forma triste, por ver um ator tão bom doente, uma característica extremamente interessante de ser vista num personagem. Martin Freeman é daqueles atores que muitos não apostariam as fichas como um protagonista envolvente de 3 longas, e vem fazendo seu papel de forma tão gostosa que praticamente todos já adoram seu Bilbo e a interpretação que traz com ele, suas cenas frente à Smaug é um deleite de ótimos diálogos. Richard Armitage com seu semblante sempre bravo transformou seu Thorin em algo ímpar de ver e mesmo que aqui acabe tendo importância mesmo suas últimas cenas, conseguiu manter num bom contexto o que já havia feito de grandioso no primeiro filme. Aidan Turner que era apenas mais um anão no meio da trupe, passou a ter uma importância enorme ao se envolver com a elfa Tauriel, e esse clima ficou bem interessante para a montagem e para o que acabou rolando no decorrer da trama criada para eles. Assim sendo Evangeline Lilly também passa a ter uma participação importante para a trama e mesmo que não existindo no livro seu personagem passou a fazer parte de forma a condizer com tudo que foi criado, e a atriz se sai bem tanto com seu semblante mais calmo seja lutando bravamente com seu arco e espada. A polêmica entrada de Orlando Bloom foi compensada com uma atuação participativa, embora até dando ênfase demais no seu personagem, e com o HFR pareceu que é quase um coelho de tão saltitante que ficou. Mikael Persbrandt faz um Beorn melhor do que imaginava visualmente, só é uma pena que é apenas uma participação bem mais rápida do que no livro, pois talvez conseguiria dar um charme a mais no momento de meio do filme Luke Evans faz bem seu Bard, e consegue dar charme para os momentos da cidade dos homens, claro que sua participação será bem maior no próximo filme, mas já conseguiu mostrar um pouco do que veio com bons momentos nos diálogos que faz frente ao Mestre da cidade. Agora o destaque desse longa sem dúvida alguma assim como foi Andy Serkis no primeiro que agora está de diretor de segunda unidade, é o empréstimo da voz de Benedict Cumberbatch para o dragão Smaug, que nos diálogos junto aos pequeninos ficou de um deslumbre imenso, transformando suas cenas no ápice do filme e já preparando para vir com tudo no próximo filme. Vale destacar também algumas boas falas de Ken Stott ao se referenciar mais amigável com o pequeno Hobbit. Ah, e claro que vale destacar a mera aparição do próprio diretor Peter Jackson comendo cenoura no início do filme.
A Terra Média foi construída de uma forma tão grandiosa que a equipe de arte merece ganhar todos os prêmios novamente pelo que fez, são detalhes mínimos que fazem toda a diferença numa produção, destacando claro as cenas da floresta das aranhas gigantes que arrepia, e logo em seguida das corredeiras, que pra quem não leu a reportagem que fizeram onde mostrou que o perfeccionista diretor demorou mais de 10 horas para uma cena que qualquer outro diretor faria numa tomada só para não maltratar tanto os atores, acabou ficando perfeita e dando uma noção melhor ainda para a aventura ficar como naqueles simuladores 3D, onde o espectador participa andando junto dos barris. Nas cenas na montanha vale destacar a quantidade de moedas que devem ter sido usadas como elemento cênico, pois ficou de um realismo muito bacana de ver na tela, e tendo uma abertura de câmera monstruosa, o cenário ficou muito maior do que qualquer pessoa pudesse imaginar como sendo o reino dos anões. A fotografia misturou tantas cores para retratar cada lugar onde o filme se passa que é quase uma aula de como fazer uma fotografia perfeita, variando desde o cinza quase preto e branco das cenas de Gandalf, passando pelo multicolorido da cena das borboletas na floresta, colocando muito marrom nas cenas élficas e na cidade dos homens, e predominando o preto, dourado e laranja ocre nas cenas na montanha, dando realmente um show em tudo. A tecnologia 3D empregada junto do HFR de 48fps transformou tudo isso em algo que revoluciona o cinema de tal forma que com muita certeza quando nasceu o cinema alguém lá nunca imaginaria que chegaria a esse ponto, tudo sendo transformado de forma tão real e de cores tão vivas que praticamente assistimos da nossa janela do quarto tudo o que está acontecendo no filme, sendo lindo demais ver tudo aquilo, mesmo que para isso nos dê um pouco de dor de cabeça com a força impactada em nossa vista.
Howard Shore segue emocionando o público com suas composições, dando ritmo para o filme e fazendo tudo mais que for possível para que a trama fique redondinha e caracterizada da melhor forma musical orquestrada que exista, mesmo nos momentos de maior silêncio das grandiosas falas, ou cenas de correria, é possível ouvir alguma canção ao fundo para transmitir sensações mil nos espectadores, e com isso novamente faz suas as canções que iremos lembrar da Terra Média para sempre.
Enfim, é um filme muito bacana que fugiu um pouco do livro, e até estou me sentindo um pouco como os chatos que costumam alfinetar outros filmes baseados em livros, mas no geral e claro colocando o HFR como quase uma obrigatoriedade para ser assistido, o longa tomo novos rumos e como disse nos deixa preparados para o gran finale em 2014, que infelizmente será dolorido aguardar tanto tempo, já que filmado já está. Recomendo com certeza o filme, afinal sou um grande fã do estilo criado e incito a todos à pelo menos experimentarem ver com a tecnologia máxima que o diretor escolheu filmar. Não posso dizer que é um longa perfeito, afinal ele só será validado se juntarmos as 3 partes, mas no contexto que foi empregado agradou e bastante. Fico por aqui hoje, aguardando mais um ano para que fechemos a saga com chave de ouro, nessa semana temos apenas uma única estreia pelo interior, então irei rever o filme durante a semana para ver mais detalhes, mas pelo menos amanhã tenho uma pré-estreia para conferir. Então abraços e até amanhã pessoal.
6 comentários:
Oi Fernando, queria saber em que horário você assistiu o filme aqui em Ribeirão, porque o site está meio confuso, pelo que entendi a sessão em 48 quadros só passa as 21:30. Isso é verdade?
Não não amigo... todos os horários da MacroXE no Cinépolis são HFR!
Iai Fernando o que achou Do cinema Cinépolis? sou de Salvador na Bahia e Frequento bastante esse cinema pra mim é o melhor uma pena o Hobbit esta na Macro XE mas não esta em HFR :( , mas assim achei um otimo filme apesar de ser um pouco Longo quase 3 horas de filme rsrs gostei bastante
Abraço
Lucas Maciel
Olá Lucas, que pena que aí não colocaram o projetor HFR, mas pode ter certeza que pro último estará, inclusive vou falar pro gerente de conjunto daqui sua solicitação, afinal converso sempre com ele! Quanto do Cinépolis, não gostava muito do anterior daqui, pois ele tinha alguns problemas sérios antes da digitalização das salas, mas o do Iguatemi é minha segunda casa, vou praticamente todos os dias lá, adoro tudo! Do filme é um exagero de longo, mas ficou bacana, agora é aguardar mais 1 ano pra ver as últimas 3 horas! Abraços!
ADOREI. a tenologia HFR me surpreendeu. O primeiro vi em 3D normal, então me admirei com a tecnologia 3D HFR. Super recomendo. Senti como se a Terra Média estivesse bem na minha frente, superrealista. :)
Olá Daphyne! Bem isso mesmo, participamos da Terra Média por pelo menos 3 horas!! Agora é aguardar o último para fechar com chave de ouro!
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