Vovô sem Vergonha

12/01/2013 02:49:00 PM |

Ontem a tarde me questionaram se iria ver "Vovô sem Vergonha", já deixando implícito que não gostavam do estilo apenas de brincadeiras escatológicas e tudo mais que o pessoal do Jackass aprontavam. Respondi que veria, afinal vejo tudo mesmo, até as porcarias e também falei que o último filme tinha sido apenas bobeiras gratuitas, mas que havia curtido o trailer desse. Pois bem, após assistir na última sessão de ontem mesmo, posso garantir que é um dos filmes, sim esse posso considerar como filme já que possui um roteiro a ser seguido com começo, meio e fim, mais engraçados que já vi, onde a público que lotou uma sessão da meia noite (fazia muito tempo que não via essas sessões lotadas, e quase comi a tela já que fui achando que não daria ninguém) praticamente saiu mijada de tanto rir. Ou seja, mais uma vez meu preconceito foi pro lixo.

O filme nos mostra que Irving Zisman é um idoso de 86 anos que está em uma jornada atravessando os Estados Unidos com uma companhia improvável, seu neto de 8 anos chamado Billy. Eles irão levar o público para uma viagem de estrada insana, filmada através de câmeras escondidas. Ao longo da viagem Irving irá apresentar o jovem Billy a pessoas, lugares e situações que darão um novo sentido ao termo educar uma criança. A dupla irá se encontrar com strippers masculinos, crianças insatisfeitas competindo em um concurso de beleza (e suas mães igualmente insatisfeitas), funcionários de uma casa funerária, gerentes de bar de motoqueiros, além de diversas pessoas que não suspeitam de nada do que está acontecendo. Pessoas reais em situações irreais, criando uma comédia divertida e polêmica.

Ao ler a sinopse fica mais difícil ainda de acreditar que o longa teria uma pequena história de pano de fundo para ser cumprida, e que mesmo inserindo coisas mais imprevisíveis possíveis no meio deixaria ele bem divertido a ponto de podermos classificar ele realmente como uma comédia, e não como um show de horrores que foi o filme anterior em 3D ainda por cima. Claro que não iriam deixar 100% de fora cenas escatológicas de mostras de membros, vômitos, peidos e outras coisas tradicionais da equipe, mas por irem sendo feitas de forma não tão exagerada, acaba que ficaram menos forçadas e se encaixam de maneira interessante para a trama. A grande sacada do diretor Jeff Tremaine e claro de toda a equipe Jackass foi no meio das pessoas reais, colocar alguém da equipe para auxiliar os conflitos e assim fazer com que pegasse fogo mais facilmente para as câmeras escondidas, e assim os protagonistas deixaram rolar solta sua interpretação na medida do improvável ficar mais divertida impossível.

Já que comecei a falar dos atores, vamos ao grande aplauso para Jackson Nicoll que garoto perfeito, fofo e o melhor de tudo sacana no último para fazer todas as pessoas reais caírem como patos nas suas artes junto com seu avô, mostrando que tem tino tão bom para comédia quanto para interpretação mais dramática onde seus trejeitos interpretativos já demonstram serem ótimos, darei grande destaque para a cena do concurso de beleza pela sacanagem e as cenas onde pede um novo pai para sua dramaticidade. Johnny Knoxville está irreconhecível com a maquiagem, mas seu humor está impagável como sempre, fazendo coisas que ninguém consegue imaginar que alguém em sã consciência faria aquilo, e com isso o ator demonstra um domínio ímpar para pegadinhas que Ivo Holanda ficaria com muita inveja de não ter um filme seu. Os demais apenas se encaixam na trama, misturados com pessoas reais, então nem vale comentar praticamente nada, dando destaque apenas para o nervosismo do dono do pinguim que se é no Brasil teria espancado o ator.

As locações escolhidas ao longo do "road-movie" ficaram bem colocadas e com certeza deram muito trabalho para que a equipe montasse as câmeras escondidas da melhor forma de surpreender as pessoas que acabam participando do filme. Vale ressaltar que por esse motivo também, nem sempre terá uma iluminação correta para a cena, mas na devida proporção, os ângulos escolhidos para ir ao ar na maioria das vezes acaba sendo satisfatório e agradando bem.

Enfim, é um filme extremamente divertido, e embora tenha algumas cenas chulas, levei meus pais e ambos se divertiram demais, tanto que já pensam até em ir rever para rir mais ainda. Ou seja, não tem como não recomendar ele para todos, deixando ressaltado que haverá cenas escatológicas na exibição. Portanto se você gosta de ver as pegadinhas que surgem nos programas de TV e na internet, e quer ver um filme com essa proposta de forma bem engraçada, esse é sua escolha. Fico por aqui, mas hoje ainda irei conferir o último filme da Mostra Internacional de Cinema, então volto mais tarde para comentar o que achei dele. Abraços e até mais tarde pessoal.

PS: se fosse por meus pais a nota com certeza seria 10 coelhos, mas como analisei um pouco da técnica e também pelas talvez não necessárias cenas de escatologia, tirei 1 coelho da nota final.


2 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o tipo de filme pra quem curte pegadinha. Como não é a minha praia, achei muito fraco. Esperava algo mais. Muito sem graça.

Fernando Coelho disse...

Exatamente, mas o bom é que as pegadinhas tiveram um pouco de história de pano de fundo, então ficou bem engraçado! Mas é de gosto mesmo, quem não curtir pegadinhas talvez não goste mesmo. Abraços!

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