Quando vi a primeira vez o trailer de Tarzan, fiquei imaginando o que poderiam reinventar de um desenho tão conhecido. Porém hoje após conferir, vou precisar rever o antigo para tentar conectar o que colocaram dele sem ser a relação com os macacos, os nomes dos protagonistas e o famoso grito, pois senti vendo algo completamente novo e o melhor, muito bem feito utilizando da tecnologia de captura de movimentos para animar os personagens e com isso ter formas e gestuais completamente diferentes e belos.
O filme nos mostra que durante uma viagem a uma isolada área da selva africana apenas Tarzan, filho único da família Greystoke, sobrevive a um acidente aéreo. Em completo isolamento, Tarzan cresce aprendendo as leis da selva junto com um grupo de gorilas. Quando ele finalmente estabelece contato com outros humanos e apaixona-se pela bela Jane, descobre que o local onde vive está ameaçado por um grande empreendimento de exploração mineral. Agora Tarzan terá que usar seus conhecimentos para salvar esse paraíso intocado.
Com uma história mística envolvendo meteoros energéticos em um paraíso perdido, o diretor Reinhard Klooss conseguiu colocar um jovem garoto perdido que acabou sendo criado por macacos lutar pela sobrevivência de sua família da natureza de uma forma diferente, porém o clichê utilizado para fechar a trama fez com que um filme bem criado, extremamente bem modelado através da captura de movimentos, igual foi feito em "As Aventuras de Tintim", acabasse ficando tão bobo que nem deu para sair comemorando emocionado com o que vimos na tela. No máximo saímos felizes com uma nova animação que soube aproveitar uma cenografia impecável e criar uma história sem ser piegas com a moda do preserve a natureza. A escolha de utilizar captura de movimentos foi mais um acerto pra equipe, já que os personagens acabam tendo mais perfeição transformando um simples desenho em quase uma realidade animada, então ponto pra quem optou em usar a tecnologia.
A dublagem felizmente utilizou dois atores jovens para dar um clima interessante pra trama e Jose Loreto e Débora Nascimento não decepcionaram utilizando bons trejeitos e frases bem condizentes para a trama, e a química nas vozes por serem casados ficou melhor ainda. Os personagens são bem feitos e carismáticos, principalmente os macacos jovens e a mãe macaca, que promovem os momentos mais divertidos e que nos emocionam durante a trama. Os dois vilões, macaco-alfa e o empresário Clayton que quer uma nova fonte de energia até nos proporcionam momentos de nervosismo, mas também não é nada que chegue a dar uma raiva exagerada. Os personagens mais bobos, como um jovem garoto e o sócio da empresa que odeia bichos da natureza, até tentam fazer o público rir, mas não são eficientes nesse quesito.
Um ponto fortíssimo da trama é o visual escolhido para representar a natureza africana, dando uma realidade impressionante para uma animação de modo a quase estarmos dentro de uma selva realmente, porém já que o filme é em 3D, poderiam ter aumentado a perspectiva de profundidade para dar um realismo maior ainda, que com certeza agradaria mais, não que tudo não estivesse bem desenhado, mas ficaria mais bonito. Já que citei o 3D, outro ponto que o pessoal com certeza irá reclamar é a falta de elementos saltantes para fora da tela, já que tirando alguns morcegos e umas luzinhas brilhantes, o restante quase que dá para assistir ao filme inteiro sem óculos, tendo apenas alguns borrões em certos momentos que colocam algo no fundo dando o ar de camadas, portanto se quiserem economizar, pode ir de 2D tranquilamente.
A trilha sonora foi escolhida na medida com Paradise do Coldplay entrando no momento exato do filme para representar o que a música diz na letra, e além disso os demais momentos trabalham com uma mixagem de som impecável com uma trilha orquestrada de primeira linha.
Enfim, ficou uma animação com temática mais adulta do que infantil, que usou da dinâmica de uma história existente para recriar algo novo. Não garanto que a criançada saia contente da sessão, afinal tinha bem mais adultos aonde vi do que crianças, e as poucas saíram com caras não muito contentes com o que viram. E para deixar esse Coelho feliz poderiam ter arranjado uma narração melhor para fechar do que a frase piegas que escolheram. O filme estreia semana que vem, mas quem quiser alguns cinemas já estão com pré durante toda essa semana, abraços e até mais tarde.
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