Operação Sombra - Jack Ryan

2/14/2014 01:39:00 AM |

Filmes policiais bem feitos costumam prender o espectador já que acaba tendo todo um mistério por trás, mas podem também seguir apenas uma vertente de perseguição a algo que foi a opção escolhida por "Operação Sombra - Jack Ryan", onde o protagonista mesmo com sua perna fora de 100% corre a beça para tentar destruir um plano mirabolante que envolve ataque terrorista e venda de ações: uma combinação surpreendentemente improvável de se pensar. E não é que mesmo exagerando em alguns termos financeiros, o longa ficou bem interessante de assistir, e combinado das ações que o gênero permite e na vida real nunca aconteceria, o resultado é bem divertido e consegue segurar o público até o final.

O filme nos mostra que Jack Ryan estudava em Londres quando o World Trade Center desabou devido a um ataque terrorista ocorrido em 11 de setembro de 2001. Servindo o exército amercano, ele participa da Guerra do Afeganistão e lá sofre um sério acidente na coluna. Durante a recuperação no hospital ele conhece a doutora Cathy, por quem se apaixona. É neste período que ele recebe a visita de Thomas Harper, que trabalha para a CIA e recomenda que Ryan retorne ao doutorado em economia. Ele segue o conselho e, a partir de então, passa a trabalhar às escondidas para a CIA, sem que nem mesmo Cathy saiba. Em meio às investigações, Jack descobre um complô orquestrado na Rússia, que pode instalar o caos financeiro nos Estados Unidos. Com isso, ele viaja a Moscou com o objetivo de investigar Viktor Cheverin, o líder da operação.

A história em si é bem orquestrada e consegue manter boas sacadas, mas o dia que assistir um filme policial que o protagonista não pule em cima de um carro e saia sem nenhum machucado eu passarei a acreditar no que vejo, e olha que essa é apenas a coisa mais simples dentre tantas outras que ocorre, pois o roteirista foi bem criativo em algumas outras cenas. O diretor Kenneth Branagh, que também é um dos atores principais ditou um ritmo interessante pra trama e mesmo quem estiver com sono, meu caso hoje, vai ficar com os olhos bem abertos para tudo que é mostrado. Com planos dinâmicos que foram utilizados para compensar alguns detalhes frouxos do roteiro, a correria é intensa mesmo para o personagem principal que fraturou tudo num acidente, o que se fosse verdade poderia deixar alguns acidentados bem felizes para correr a próxima maratona internacional. Além disso temos um furo de roteiro que acredito que foi mais erro na edição de ter eliminado alguma parte em que o protagonista ganha o nome Jack, pois inicialmente é citado sendo John P. Ryan e do nada na cena seguinte já tem o nome título.

No quesito atuação, Chris Pine convence bem como auditor financeiro, até melhor do que como policial da CIA, mas seus momentos de investigação são bem interessantes de acompanhar e agradam com a boa expressividade do jovem. Keira Knightley sempre quando pega papéis mais simples agrada por manter a coerência que a personagem pede, e no seu momento de maior diálogo quase titubeou frente ao diretor mas soube agradar mandando um bom copo de vinho pra dentro rapidamente. Kevin Costner faz muito tempo que não pega um protagonista pra fazer e aqui como um bom auxiliar de trama consegue chamar atenção por ainda dialogar bem e segurar seus momentos nem que seja para uma olhada lateral quando está segurando um cão. O diretor Kenneth Branagh como vilão faz caras sérias demais e aparece bebendo pouca vodka russa, mas nos momentos que vai atacar suas maldades faz com cerne fechado e encara tudo com muita força, agradando no que faz. Os demais apenas condizem com seus personagens sem chamar muita atenção em tela, mas como destaque negativo temos Alec Utgoff que só sabe bater com sua faquinha fazendo caras e bocas sem dizer uma palavra sequer no filme inteiro.

O visual da trama agrada por passar em diversos pontos das cidades, seja em apartamentos, restaurantes chiques, prédios com "máxima" segurança e até um esgoto super limpo da cidade de Nova York, em que todos são bem usados para representar os elementos cênicos do ambiente, tendo detalhes em tudo para ser observado. A fotografia usou cores mais escuras para segurar o mistério da trama, mas como o dinamismo da ação era velocidade máxima, nem deu para ficarmos intrigado com o que poderia acontecer.

Enfim, é um bom filme que pelo menos no quesito entretenimento, além de conter boas sacadas no roteiro no quesito financeiro, poderiam ter apenas não feito algumas cenas tão mentirosas que agradaria muito mais e colocar alguma ponta misteriosa na trama que ficaria perfeito. Recomendo pra quem gosta de ver um filme de ação, mas que não exija muito dele, indo assistir mais pelo entretenimento do que pela história em si. Encerro aqui essa semana gigantesca de estreias, que compensou na quantidade mínima que teremos nessa que inicia hoje, pois o interior foi boicotado em suma de estreias concorrentes ao Oscar, mas fazer o que né. Então abraços e até breve com os poucos que vieram.


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