Existe um estilo de filmes que não temos de procurar história para ele, e sim apenas curtir o que o diretor irá nos propor, esse estilo se denomina filmes de destruição em massa de cenários e pra quem nunca ouviu falar da história da cidade de "Pompéia" que foi destruída por um vulcão, sua chance de ver a fúria desse ser da natureza sem que seja num filme dramático é essa, pois aqui embora tenha que ter uma mocinha para ser salva, fico me questionando toda vez se vale a pena mesmo voltar pra salvar alguém de uma destruição, a premissa de tudo que é mostrado aqui vai muito além de um simples romance. E se você conseguir assistir o longa esquecendo dessa existência malévola de um ser necessitando salvar sua amada, a chance do filme ter uma outra vertente muito mais divertida é altíssima.
O filme conta a história épica de Milo, um escravo que tornou-se um gladiador e se encontra em uma corrida contra o tempo. Ele precisa salvar seu verdadeiro amor Cassia, a bela filha de um comerciante rico que foi prometida a um corrupto senador romano, em meio a destruição da cidade de Pompeia causada pela erupção do Monte Vesúvio.
O que Paul W.S. Anderson nos entrega é um material bem trabalhado no quesito efeitos e rico de muita ação, mas poderia ser bem melhor se tivesse optado por tirar o romance fraco e falso dos protagonistas, mas aí você me pergunta se teria as mesmas brigas? E respondo que sim, afinal para quem for assistir sabe que o protagonista Milo tem motivos mais que suficientes para brigar com Corvus e Proculus, então pra que emplacar um romance num filme que poderia ter uma vertente muito mais sanguinolenta? A resposta também vem bem rápida, para que as pessoas fantasiem que vale a pena salvar um amor antes de morrer, o cliché-mor de filmes hollywoodianos e que os roteiristas adoram por nos seus filmes. E isso é algo que talvez tenha deixado o filme de ser uma obra excelente para algo somente bom, pois praticamente nada de História é contado, muito menos explicitado e agradaria muito mais ver isso do que um casalzinho bem fraco. Anderson ao menos foi esperto em deixar bem de segundo plano a história deles, dando preferência no feitio de amizade dos gladiadores e no que mais faz bem em seus filmes, que são lutas coreografadas na medida certa para agradar quem gosta de uma boa pancadaria, e junto disso tudo sendo destruído ao redor, não tem como não gostar do que está vendo, então compre seu baldão de pipoca e mande ver assistindo esse gênero que o que vale é isso, ao invés de tentar ficar querendo ver uma história válida.
Um fator interessante da trama está na forma do elenco trabalhar, pois a cada momento o ator principal da cena em si passa a ter destaque, e nesse vai e vem, acabamos tendo boas participações tanto do mocinho, quanto do vilão do filme, o que deixou bem bacana de acompanhar. Kit Harington no cinema é praticamente um estreante, e com o destaque que anda tendo na série "Game of Thrones", muitos irão assistir ao filme apenas para ver o ator, e como disse ao falar da história, ele acabou focando bem mais nas lutas e na preparação do seu personagem que esqueceu de tentar criar uma química com a protagonista feminina, e assim não dá pra acreditar num romance entre eles, mas tirando esse detalhe, o que ele faz nas cenas de luta valem a pena a trabalheira, mesmo que algumas cenas tenham ficado bem falsas. Kiefer Sutherland mostra porque é mestre em filmes com muita ação e mesmo nos momentos iniciais seus, onde coloca a sua expressão mais malvada já mostrando que irá influenciar no andamento da história e consegue bem dominar suas cenas sempre com muita ironia no olhar, o que agrada bastante. Emily Browning é daquelas atrizes que o diretor deve pensar uns 10 nomes antes de aceitar ela para um papel principal, pois suas expressões são as mesmas para todo tipo de acontecimento e não é uma mulher vistosa que faria um homem se matar por ela, e sendo assim a química desandou completamente entre os protagonistas aparentando mais uma piedade de retribuição de salvamentos do que um amor verdadeiro como diz a sinopse. Adewale Akinnuoye-Agbaje poderia ter sido bem mais usado, afinal é um ator muito bom para a proposta do filme, e seus textos foram declamados com toda pontuação devida, colocando suas cenas num patamar bem alto, só é uma pena que acabou sobrando bem pouco espaço para ele, mas o diretor conseguiu até dar uma sobrevida final no seu último momento. Dos demais cada um tenta fazer alguma ponta interessante, mas sem marcar muito destaque para ninguém, afinal sempre aparecem minutos bem rápidos já que o foco seria do casal.
Filme épico tem visual perfeito, e aqui o diretor não economizou em nada, tudo bem trabalhado, cheio de elementos visuais característicos para serem destruídos, e claro, com a diferença máxima do que reclamei em "Hércules" muito sangue para ser mostrado. Como muitos sabem o diretor é um dos poucos ainda que prefere a maioria das cenas gravadas de forma real ao invés de computação gráfica, então tudo é muito consistente de ver na tela e mais brilhante ainda na sua ruína caindo conforme vai ocorrendo a destruição causada pelo vulcão, ou seja, algo muito interessante de ver como uma boa produção cenográfica pode mudar os ares de uma história e não deixar tudo tão falso. A fotografia utilizou muito do tom marrom e com isso tudo parece estar sempre bem sujo, o que agrada para o estilo escolhido, além da fuligem dominar as cenas finais colocando o pretume em evidência junto do vermelho do fogo, ou seja cores bem fortes para dominar a tela. Quanto do 3D, poderíamos esperar bem mais do diretor, afinal ele já usou muito da tecnologia nos seus filmes anteriores, mas acabou sendo bem mediano com o que é mostrado, com isso , temos algumas boas cenas com coisas saindo da tela, e algumas profundidades bem de leve em algumas cenas, o destaque de profundidade recai nas cenas do coliseu, já que com muita gente em cena sempre costuma funcionar mais as câmeras dessa tecnologia, e nos momentos de destruição muita coisa é expulsa da tela o que faz com que alguns movimentos de cabeça ocorram para não "bater" nos olhos o que vem da tela.
Enfim, é um filme bem bacana, que quase ruiu abaixo por tentar focar demais num romance ruim, mas que agrada bastante quem conseguir eliminar esse detalhe e for preparado para uma sessão pipoca divertida de muita destruição cenográfica, ou seja, só ficou faltando uma colaboração do Michael Bay pra ficar perfeito nesse quesito. Fica então minha recomendação da forma de assistir ele para quem for conferir, pois do contrário, a chance de decepção é enorme e os amigos críticos detonaram o filme pela internet. Bem é isso pessoal, fico por aqui, mas ainda temos mais um dessa semana cinematográfica para conferir, e um vai ficar pra próxima, afinal foi bem corrido aqui, então abraços e até mais tarde com mais um post.
1 comentários:
Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar.Kit Harington foi muito bom no filme, é um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Game of Thrones é um dos seus trabalhos mais recentes dele e ainda que não seja o melhor roteiro, visualmente nos limpa os olhos. Vi que Game of Thrones 7 vai estrear uma nova temporada e na verdade não a perderei, para uma tarde de lazer é uma boa opção.
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