É interessante ver que a moda das animações musicais estão voltando com tudo, afinal foi uma época boa e gostosa de acompanhar na minha infância. Além disso, quando vemos que um diretor brasileiro que fez sucesso lá fora e resolve, claro que com algumas perspectivas econômicas na cabeça, fazer um longa para valorizar as belezas naturais do nosso país juntamente com uma história que pode conscientizar que estão acabando com nossa floresta, e principalmente manter a diversão gostosa de uma animação com todo sentido, lotado de referências tanto nos diálogos quanto nas músicas, o que podemos falar? Somente recomendar que assistam "Rio 2" e se divirtam muito com o que é apresentado, afinal é um longa que somente entrando no bom clima musical e na lotação de cores exibidas, será possível ter a experiência do que é, e lendo apenas muitos apenas poderão se confundir com todo tipo de opinião que foram ditas do longa, variando de críticos que adoraram o que viram até os que odiaram muito, felizmente estou no primeiro grupo, então vamos lá falar mais sobre tudo que foi mostrado.
O filme nos mostra que Blu vive feliz no Rio de Janeiro ao lado da companheira Jade e seus três filhotes, Carla, Bia e Tiago. Seus donos, Linda e Túlio, estão agora na floresta amazônica, fazendo novas pesquisas. Por acaso eles encontram a pena de uma ararinha azul, o que pode significar que Blu e sua família não sejam os últimos da espécie. Após vê-los em uma reportagem na TV, Jade insiste para que eles partam para a Amazônia. Blu inicialmente reluta, mas acaba aceitando a ideia. Assim, toda a família parte em uma viagem pelo interior do Brasil rumo à floresta amazônica sem imaginar que, logo ao chegar, encontrarão um velho inimigo: Nigel.
É inegável que muito do que é mostrado no filme é voltado para os gringos que virão para a Copa do Mundo no meio do ano, mas o diretor Carlos Saldanha que sabe bem como fazer uma animação voltada para a família não deixou que apenas isso ficasse no ar e fez um longa muito irreverente cheio de sacadas geniais nas piadas dubladas em nosso idioma, ainda verei legendado durante a semana e voltarei para falar se as sacadas deram certo lá também, mas por enquanto tudo caiu como uma luva dentro do roteiro, agradando demais quem for ver. Outro fator bem interessante é que é provável que os pais acabem gostando bem mais do que os filhos ao assistir o longa cheio de cenas que os pequeninos talvez nem entendam porque estamos rindo tanto, e assim o longa acaba interagindo com todos, tendo cores vibrantes para os pequenos e boas tiradas para os grandes. Algumas pessoas até podem reclamar que o longa não mostrou tanto o visual das cidades por onde as ararinhas passam até chegar na Amazônia, mas não eram o ponto principal então valeu por destacar elementos marcantes de cada lugar e assim chegar rapidamente onde a história se desenvolve, que sem dúvida foi um grande acerto da produção. O roteiro compreendeu diversos momentos também para ressaltar o desmatamento violento que a floresta anda sofrendo, o futebol claro e também os elos familiares para dar boas lições para os pequeninos que forem assistir.
Os personagens continuam bem caricatos e divertidos, assim como foi o primeiro filme. Blu com suas paranoias americanizadas já melhorou um pouco, mas ainda nos diverte com seu modo de vida tradicionalista americano. Jade consegue cada vez mais ser suave e aventureira colocando as boas nuances que o filme necessita. Os filhotes cada um com uma personalidade diferente agrada chamando atenção para as mais tecnológicas, inteligentes e aventureiros, e assim cada criança pode assimilar o que deseja para seu futuro. Nico e Pedro conseguem manter viva a ideologia carnavalesca colocando o feitio de um musical com os animais da selva, e assim divertir e dar mais chances de aparecer novos personagens, além claro de serem os protagonistas de algumas das melhores sacadas, citando apenas as tartarugas e o mosquito da dengue. Nigel arranjou uma nova companheira, a sapinha Gabi, para se vingar das ararinhas e acaba bem musicalizado quase como em uma ópera com dois grandes protagonistas, e agradam bem no que fazem. Outro personagem interessante para o lance musical é Roberto que inicia bem e trabalha seu personagem bem rapidamente junto com Eduardo, pai de Jade, que é o que estou mais curioso para ver na versão de dubladores originais por ser o grande Andy Garcia.
Falar de visual num longa que engloba a floresta amazônica e diversos pássaros é praticamente ser redundante, e a equipe de arte trabalhou detalhes mínimos para que tudo ficasse visualmente perfeito e com um colorido como nunca visto numa animação. Tudo foi bem desenhado para dar nuances realistas dentro da floresta, mas sem tirar o gostinho bom das animações desenhadas, então pra esse detalhe funcionou bem o 3D de profundidade, não tendo tantos elementos saindo da tela, mas que ajudou para dar dimensão aos elementos cênicos bem desenhados, então quem não ligar disso pode conferir o filme em 2D que não deve perder muita coisa. A fotografia trabalhou bem com toda a gama possível de cores, tendo nuances mais claras nos momentos mais densos da trama, e brilhando tudo quando os pássaros se põem a cantar.
E já que o filme recaiu muito para o lado musical, Carlinhos Brow e Sérgio Mendes trabalharam e muito junto de John Powell nas composições originais que divertem, emocionam e encaixam perfeitamente com a trama, acabando que quem não for fã de filme musical deve passar a quilômetros de distância, mas quem gostar sairá feliz demais de ver versões de músicas inimagináveis, apenas para citar uma o remix de canções nacionais pegajosas incorporadas dentro de "I Will Survive" e "Flash Dance" foi impressionante de ver. Além claro dos momentos que não são cantados que contam com boa sonoridade ambiente para ajudar na composição da trama.
Enfim, um filme muito gostoso de assistir que contou com bons dubladores reais, friso isso pois quando colocado atores globais apenas para vender o peixe nem sempre sai algo satisfatório, e com certeza recomendo ver dublado por isso. Claro que verei legendado ainda para ter como comparar como adaptaram as canções e tudo mais, então voltarei pelo menos com um comentário dizendo tudo que achei. O filme é bem dinâmico e passa bem rápido as quase 2 horas de projeção, parecendo até que possui menos tempo de duração. Fica a dica então para levar a criançada para curtir, talvez até você curta mais que eles, um excelente produto feito para enaltecer o nosso país, mesmo que seja apontando alguns problemas. Fico por aqui nessa semana de poucas estreias, talvez confira um documentário de esportes radicais, mas não é garantido, então já deixo meus abraços e até breve pessoal.
3 comentários:
Eu adoro desenho e sempre admiti isso.....mas foi a primeira vez que assisti com tantas crianças por perto, eu consegui ver o filme ao meu ponto de vista, mas ao mesmo tempo ouvindo a reação e o comentário de crianças diante das cores, das músicas e do 3D! Foi ótimo!
Oi Gi... Sempre falei isso não é mesmo... o maior teste de saber se um filme é bom é ver a reação das crianças na sala... e esse os maiorzinhos claro, saíram encantados com o que viram, todas que eu convidei pro evento ficaram falando o dia inteiro só do filme parecendo maritacas rsss... então tirando os muito pequenos que ficaram chorando em alguns momentos, sucesso total para o filme e deve arrebentar as bilheterias! Abraços!
Assisti hoje legendado... e posso falar que o longa é 100% brasileiro mesmo, com as músicas apenas convertidas para inglês é notável ainda nossa brasilidade presente em cada ato!! Ou seja, Saldanha apenas colocou os gringos pra dublar um filme que jamais poderiam fazer na terra do Tio Sam. Perfeito novamente!
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