Sem Escalas

3/01/2014 01:10:00 AM |

Se existe um estilo de filme que dificilmente não irá me agradar é o de pânico em aviões, pode ter até as malditas serpentes que vou curtir demais e ficar sufocado com tudo que ocorre. Mas quando o filme é executado com perfeição nesse mínimo espaço então, se torna um prazer imenso sofrer junto das pessoas que estão tentando resolver tudo que é proposto, e em "Sem Escalas" temos um conjunto completo de boa direção, ator principal envolvente e algo que não fazia tanta diferença antigamente mas com a tecnologia fomos extremamente bem surpreendidos nesse filme com as legendas, pois como o antagonista se comunica através de mensagens de texto via celular com o protagonista, tivemos tudo escrito em bom português seja na tela dos celulares ou em molduras muito bem montadas na tela, inclusive no formato de tela quebrada em um dos casos, ou seja, pela primeira vez em anos, os estúdios de legendagem mostrou o motivo de precisar de tempo para um filme estrear em outro país, e olha que só passou 1 mês da premiére em Paris e estreou agora mundialmente com todo esse recurso. Além disso é um filme bem envolvente, onde acabamos suspeitando de todos no avião e atirando bem errado algumas vezes. Irei falar mais dele nos próximos parágrafos, mas definitivamente mesmo com alguns errinhos de percurso recomendo e muito o filme.

O filme nos mostra que durante um voo de Nova York a Londres, o agente Bill Marks recebe uma série de mensagens SMS enigmáticas, dizendo que um passageiro será morto a cada 20 minutos caso US$ 150 milhões não sejam transferidos para uma conta bancária. Inicialmente Bill não dá atenção à ameaça, mas quando o primeiro passageiro aparece morto ele inicia uma investigação em pleno avião sobre quem possa ser o assassino.

Geralmente em filmes de sequestro de avião, logo de início somos apresentados à quem é o sequestrador para que já fiquemos com raiva dele e algum passageiro heroico já nos prepara para tentar salvar tudo, porém aqui o diretor espanhol Jaume Collet-Serra resolveu inverter tudo apresentando o heroico protagonista e deixando que o público faça suas escolhas de quem pode ser o grande armador da situação toda, e se ele queria prender a atenção de todos na sala de cinema, conseguiu com mérito, pois não se ouvia nem o barulho das cadeiras mexendo com todo mundo atento tentando descobrir quem daria um mínimo movimento em falso. Vou preferir não detalhar nada mais para não atrapalhar a descoberta dos meu leitores, mas alguns detalhes poderiam ser mais convincentes após descobrirmos quem realmente é, e somente por esses pequenos detalhes a nota não será máxima, pois o filme em si valeu muito minha atenção e agradou em tudo, com destaque para a trama e principalmente como disse no início a forma interativa de trabalhar com tudo sem ser via legendas comuns. Particularmente sobre o diretor, ao aparecer o nome no final não recordei quem era, mas ao puxar informações aqui vi que ele fez dois dos terrores que mais me deixaram tenso, "A Casa de Cera" e "A Orfã", ou seja, o jovem diretor de 39 anos tem talento para trabalhar com esse estilo de prender a respiração, no aguardo do próximo já.

No quesito atuação todos estão muito bem colocados, cada um agradando da melhor maneira possível para que desconfiássemos de todos, mas irei falar apenas dos dois protagonistas para não revelar antes quem é o real articulador, afinal não vou estragar o filme de ninguém. É interessante ver um ator, teoricamente velho como Liam Neeson sendo protagonista de tantos filmes de ação, e o melhor, sendo convincente em todos com muita garra e expressividade para que o espectador se conecte a ele, torcendo para que soque muitas pessoas e descubra logo quem é o cara. Julianne Moore vem sempre com sua simpatia para qualquer papel, seja em papéis demoníacos ou até como uma mulher comum que não é tão comum, e utilizou seu carisma para segurar os diálogos e agradar nos momentos que precisou demonstrar tensão, fazendo com que seu papel tivesse boa marcação e importância. Das pessoas que estão fora do voo, vale o destaque de Shea Whigham botando muita banca pra cima do protagonista e fechando o longa da forma que deveria.

No quesito visual nem temos muito o que falar, afinal temos um avião bem luxuoso com seu interior tradicional, e a tecnologia dos celulares sendo usada ao máximo para envio de mensagens que acabaram sendo até um elemento visual na tela, mas nos devidos momentos tudo que vem a mão é bem usado e representado na tela. A fotografia foi bem tradicionalista, afinal não daria para inventar muita coisa, e optaram sempre por planos bem fechados, já que o espaço é limitado, e iluminados com luzes clara dando pequenas oscilações de uma categoria para outra apenas para representar.

Enfim, é um filme muito bem feito que segura o espectador e só conseguimos observar todos os erros após terminarmos de assistir o filme e ligarmos os momentos do antagonista. Mas como prefiro observar o andamento do filme no geral, com a tensão que cria não notamos praticamente nada que atrapalhe e saímos bem felizes com o que vemos na telona e sendo assim recomendo o longa com toda certeza para todos que goste de embarque numa tensão dentro de um lugar que não dá praticamente para fazer nada. Fico por aqui agora, mas nessa semana carnavalesca teremos muitos posts por aqui, então abraços e até breve pessoal.


2 comentários:

EderGustavo disse...

Filmaço!!!!

Fernando Coelho disse...

Eu lhe avisei que seria top né Gustavo... podia ter mais filmes desse estilo toda semana!! rss Abraços!

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