É bem interessante ver quando os comediantes americanos reprimem as comédias de absurdo francesas, daí logo em seguida atiram uma comédia pastelão mais absurda impossível nas telas. Claro que é bacana fazer críticas ao modo de vida, à forma que os noticiários fazem pra ganhar audiência e tudo mais, mas o nível de apelação de "Tudo Por Um Furo" deve fazer até Sacha Baron Cohen ficar com vergonha, pois tudo é massacrado em níveis altíssimos de besteirol sem fundamentalismo. Como fui na única sessão legendada da cidade pode ser que na versão dublada tenha piadas mais bem colocadas, mas aqui foi tão lastimável que a única coisa que eu notava eram pessoas saindo da sala durante a exibição do filme, ou seja, dificílimo de aguentar tanta besteira num único filme.
O filme nos mostra que sem emprego e separado da mulher Veronica, Ron Burgundy trabalha como apresentador de shows no Sea World. Convidado para trabalhar como âncora em uma emissora que exibe notícias por 24 horas, ele decide reunir sua equipe. Brick, Brian e Champ aceitam o convite de Ron e o quarteto parte para Nova York para integrar uma rede importante e competir num nível nacional.
Não lembro de ter assistido o primeiro filme em 2004 que resultou nesse novo, mas pelo que disseram foi algo bem divertido. É interessante o humor sarcástico, mas somente quando funciona para alguma crítica em específico, pois usar apenas apelo para forçar o riso acaba cansando o espectador. Tanto que vi na sessão onde fui as pessoas rindo mais dos trailers que passaram antes do filme do que nele propriamente dito. Claro que existem algumas cenas bem cômicas, que divertem, mas me vi batendo mais a mão na cabeça de absurdos acontecendo que não conseguia ficar conformado do que rindo das besteiras que ocorriam na telona. O diretor Adam Mckay trabalhou bem fazendo um longa dinâmico, mas poderia ter colocado mais interação entre os personagens, não deixando que eles surtassem apenas com suas baboseiras.
Falando sobre a atuação, Will Ferrell consegue representar muito bem o seu papel, mas se fosse algo com a metade da duração apenas para que aguentássemos tanta gritaria que ele profere, mas como é um longa ele mantém tudo do começo ao fim, tendo uma pequena oscilação calma em alguns pontos, mas do restante é só berreiro. Steve Carell faz um personagem interessante que mesmo sendo bobo demais poderia resultar até num filme solo que acho que daria bem certo, mas como é bem coadjuvante aqui, foram mal aproveitadas suas cenas. Paul Rudd tem bons momentos e também alguns péssimos e nessa oscilação acabamos ficando sem saber qual sua real importância para o filme. David Koechner só profere palavrões sem motivo algum e se isso é engraçado não sei mais nada, sendo mais um elemento completamente inútil no filme. Christina Applegate tenta levar o filme para um lado mais profissional, mas como forma de crítica é interrompida para dizer que isso não importa, não é o que dá audiência, então sua função acaba válida. Meagan Good faz bem seu papel pelo menos inicialmente, tem um momento desesperador inútil onde quase estraga tudo, e volta depois agradável, oscilando as cenas da mesma forma que sua expressão. Dos demais é complicado falar, pois entram sempre como elementos de ligação para as piadas prontas, mas a cena clímax da tosqueira plus que fica divertida pela crítica que faz aos vários canais está repleta de atores bons e se não fosse tanta apelação agradaria bem mais e poderíamos até destacar James Marsden.
O visual embora bem feito é outro que tem vários problemas, pois estamos no fim dos anos 70 e muita coisa aparece de forma estranha no tanto nos figurinos quanto nos cenários. Porém se abstrairmos esses detalhes veremos muitos elementos cênicos interessantes pra quem é da área de comunicação e sabe bem como funcionam os estúdios de TV, com a correria, omissão de detalhes e pessoas sempre mandando em alguma notícia, então olhando por esse lado o filme até agrada bem. A fotografia mixou alguns ruídos e sujeiras de cor para tentar dar um ar antigo pra trama, mas como viram que não funcionou direito, retornaram pro método tradicional de iluminação e com isso o filme que parecia estar ambientado numa época, de repente fica mais moderno que muitos outros.
Enfim, é um estilo que conheço muitas pessoas que irão mijar de tanto rir na sala de cinema, mas que muitos outros sairão irritados da sala por tudo que foram ver e não viram. Recomendo ele somente para quem gosta de filmes onde palavrões e cenas absurdas lhe fazem divertir, senão nem passe pela porta do cinema. Quem assistir dublado depois venha e comente se as piadas ficaram melhores, que não irei pagar novamente para ver algo que não gostei. Fico por aqui hoje, mas ainda teremos muitos posts nessa semana, então abraços e até breve pessoal.
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