Muito do cinema nacional é cópia total do que é lançado lá fora, mas até que demoraram um pouco para atacar as paródias de filmes. Bem isso até surgir "Copa de Elite" que deve abrir as portas para um nicho que dá muito dinheiro nos EUA, mas que aqui ainda precisam aprender que não é porque colocam todos os sucessos nacionais numa mistura com roteiro fraquíssimo que vai fazer sucesso, principalmente se for depender da propaganda boca a boca, já que de uma sala lotada se ouvi umas 20 risadas durante toda a duração do longa foi muito. Ou seja, até consegue divertir com algumas bobeiras, mas está longe de conseguir o ápice de uma boa comédia, que é fazer o público rir.
O policial Jorge Capitão é um competente capitão do BOP e um ídolo brasileiro. Só que depois dele salvar de um sequestro o maior craque argentino, às vésperas da Copa, acaba virando o inimigo público número 1 da nação. Expulso da corporação e desacreditado pelo povo, Capitão precisa reaprender a trabalhar em equipe para evitar um atentado contra o Papa na final do torneio. É quando entra em cena a empresária de sex shop Bia Alpinistinha, um médium e sua mãe muito louca.
O interessante do filme é ter ao menos uma história de pano de fundo rolando para conseguir mixar os sucessos: "2 Filhos de Francisco", "Se Eu Fosse Você", "Tropa de Elite 1 e 2", "De Pernas pro Ar", "Nosso Lar", "Chico Xavier", "Bruna Surfistinha" e "Minha Mãe é uma Peça". Porém o problema é que as esquetes cômicas inseridas acabaram simples demais e optaram por ser mais leves para não acabar tendo uma classificação indicativa maior, aí o que acabou parecendo é que o filme foi totalmente picotado e o link que acabaria dando graça à alguns momentos ficou mais bobo do que deveria e assim só ria quem realmente não entendia a piada como sempre é possível ver nos melhores cinemas aquela pessoa rindo sozinha enquanto o restante da sala lotada fica apenas olhando a tela. O diretor e roteirista Vitor Brandt estreou nas telonas de uma forma bem ruim, pois com um elenco forte em comicidade, bastaria deixar nas mãos deles algumas esquetes para serem improvisadas, que com toda certeza fariam melhor do que apenas sendo dirigidos.
É engraçado observar quando "atores comediantes" que estão acostumados a improvisar em tudo que fazem nos seus programas e acabam sendo hilários no que fazem, se veem certinhos presos dentro de algo que já foi traçado e determinado para fazer, tanto que basta ficar nas cenas durante os créditos para rir do tanto que erraram para dizer apenas algumas palavras fáceis de serem interpretadas até para o mais iniciante ator e não saía de jeito algum. Marcos Veras segurou bem a onda como protagonista, mas poderia ser muito mais carismático se fizesse qualquer 10% do que faz no "Porta dos Fundos" que era capaz de ter gente mijando no cinema com o que iria ver, mas como foi todo certinho, acabou ficando fraco para agradar. Julia Rabello conseguiu um fator que pode ser bom e ruim ao mesmo tempo pra ela, pois conseguiu imitar quase todas as personagens cômicas que tentou durante o longa inteiro, vemos um misto de Heloísa Périssé com Ingrid Guimarães do começo ao fim do filme. Rafinha Bastos trabalhou sendo ele mesmo, tentando apelar em tudo que fazia, e chega um momento que não dá para passar os olhos na tela e falar que ele está atuando, é quase uma ironia total colocar no longa ele ganhando um Oscar de Melhor Ator por um filme de Tiradentes, quando vamos assistir o longa justamente no feriado, ou seja, lastimável para não dizer outra palavra. O trio de policiais Daniel Furlan, Milton Filho e Rafael Studart até conseguem ter boas cenas, mas são tão rápidas que acabam sendo meio como inserções boas perdidas numa trama ruim. As demais participações é melhor nem considerar que vimos na tela do cinema, Bruno de Lucca, Marcos Frota, Bento Ribeiro e Thammy Miranda são apenas enfeites de cena que acabam não divertindo quando poderia fazer algo. Enquanto Anitta, Grupo Molejo aparecem apenas para mostrar o quão pode piorar algo no cinema nacional.
O visual do filme serve como crítica para a Copa do Mundo no Brasil, pois aparenta ter sido feita tão nas pressas que esqueceram de colocar praticamente tudo que poderia ser um mérito ao filme se tentassem parecer ao menos com as paródias americanas, que costumam valorizar em muito a cenografia usada para representar o longa original, saindo às vezes até melhor que o próprio filme. E aqui o que vimos foram cenários bagunçados com elementos que poderiam agradar, mas ficaram fracos demais, onde apenas um computador velho acabou sendo bem mostrado como algo desenvolvido dentro da trama. A fotografia ficou parecendo que o diretor de fotografia levou uma pancada na cabeça e fez imagens a cada 2 minutos utilizando uma iluminação diferente, e a equipe de edição esqueceu de arrumar achando que era algo proposital, não tendo como não ficar nervoso com imagens hora sendo bem iluminadas, ora ficando de forma tão amadora que não conseguimos notar nenhuma cena que fosse destacada por algo de beleza mostrada na tela.
Bom vou pular a parte da trilha, que falar das escolhas musicais é querer entrar numa gama de músicas que só funcionam bem para torturar alguém na cadeira elétrica, então vamos aos finalmente pra falar que a tentativa foi nobre de criar uma paródia que pegasse nossos sucessos de bilheteria e os transformassem em algo cômico, porém a maioria dos filmes sacaneados já são comédias, então o resultado ficou bem abaixo do que se poderia esperar, e olha que já estávamos esperando algo bem ruim apenas pelo trailer. Não recomendo de forma alguma que alguém pague para ver ele, mas quem for pelo menos não faça como algumas pessoas que riem de algo que não teve graça, espere pelas piadas boas, sim tem algumas, para não parecer que somente você entendeu o que aconteceu ali e achou engraçado. Fico por aqui hoje, mas amanhã estou de volta com mais filmes que estrearam por aqui no feriadão, mas que dessa vez até o Coelho tirou uma folga dos cinemas. Então abraços e até breve pessoal.
2 comentários:
Só de ver esses atores já dá pra perceber que o filme seria um fracasso total.
Olá Fábio... rss, o melhor é que achei que por os protagonistas serem do sucesso Porta dos Fundos, talvez eles salvassem o filme, mas não teve jeito não! Abraços!
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