O filme nos mostra que sendo filha-mãe na adolescência, Suzanne vive com seu pai caminhoneiro e sua irmã, da qual é inseparável. Sua vida muda quando ela se apaixona por Julien, ladrãozinho que a leva para sua vida de vagabundo. Segue a fuga, a prisão, o amor louco que ela persegue até abandonar tudo para trás...
O longa tem um ar interessante que nos remete ao momento de seriados dinâmicos, porém esqueceram de um pequeno detalhe que agrada tanto nos seriados, dar ritmo para a trama, tanto que o longa de 94 minutos parece ter no mínimo umas 3 horas de duração. Porém a diretora Katell Quillévéré mostrou ter uma mão boa para que o eixo familiar fosse sempre mantido paralelamente, mesmo com a protagonista quase saindo desse eixo sempre, e com isso, quase esquecemos dela quando fica desaparecida um tempo, para depois acabarmos ficando com raiva de seus momentos malucos que acaba envolvendo. O arranjo e desarranjo está impregnado na trama em loop contínuo, nos deixando certamente confusos em alguns momentos, mas talvez se tivessem optado por algo mais profundo e trabalhado, o longa acabaria agradando bem mais.
Não posso afirmar que o longa teve um pequeno problema de escolhas de atrizes para a segunda fase, mas visualmente falando quase que tivemos uma inversão de visual das duas pequenas para quando adultas fisicamente, e isso num princípio causa confusão, mas logo que a parte infantil passa a não ser mais importante para a trama acabamos esquecendo dessa comparação. A protagonista adulta Sara Forestier, conseguiu transmitir facilmente um trejeito interessante, mas muito trabalhoso de lidar, que é a personalidade forte de decidir tudo por impulso, e isso é visível em tudo que faz, por um certo lado acaba sendo interessante acompanhar ela, mas de certa forma não nos afeiçoamos tanto para emocionar com qualquer coisa que ocorra depois. Adèle Haenel já é o inverso, carismática ela consegue chamar a atenção em todas as cenas que aparece, quase até ofuscando a protagonista em alguns momentos, soube também colocar para si a responsabilidade da trama em outros momentos, com isso se o longa não foi finalizado rapidamente pode até ter existido alguns conflitos internos que gerariam ao mesmo tempo cenas com muita química entre elas, e em outros a distância é nítida. Paul Hamy foi descrito como ladrãozinho na sinopse, mas pro nível dele seria preciso rebaixar bem mais para chegar no nível de vagabundagem que o ator escolheu para incorporar ao seu personagem, de forma que na primeira cena já é notável que será problemática a relação entre eles, então ponto para o ator por fazer bem seu papel. François Damiens tem bons momentos fortes na trama, e soube manter a frieza na expressão para agradar bem em tudo que faz, porém por não ser o protagonista da história não teve muitas oportunidades para decolar o personagem, mas todas as suas cenas são perfeitas. Os garotos Maxim Driesen e Jaime da Cunha até tentam ter bons momentos, mas no máximo demonstram carisma para que ficássemos de olho neles, é uma pena que suas passagens sejam bem rápidas, pois poderiam dar mais para a trama.
Enfim, é um filme que é interessante, mas poderia ser resolvido muito mais rapidamente que agradaria bem mais, além de que drama sem ritmo, seja ele de suspense ou de ação, é sempre bem-vindo, pois aguentar drama rodando sem ir pra frente são poucos diretores que conseguem manter o público entretido com o que é mostrado. Por enquanto é o único filme do Festival Varilux que não recomendo, não por ser totalmente ruim, mas por ser cansativo. Fico por aqui agora, mas logo mais teremos mais filmes do Festival por aqui, então abraços e até daqui a pouco.
2 comentários:
discordo totalmente, o filme é brilhante
Cada um tem suas opiniões amigo anônimo conhecido!
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