O filme nos mostra que Brigitte e Xavier são casados há muitos anos e criam gado na França. Eles tem uma boa vida, mas algo muda depois que seus filhos saem de casa. Brigitte começa a sentir-se presa em uma rotina, sempre esperando por algo acontecer. Um dia ela vai à Paris para uma consulta médica. Lá conhece um charmoso dinamarquês e resolve se deixar levar pelos seus encantos.
O diretor e roteirista Marc Fitoussi coloca várias situações na trama para nos envolver e ir tirando conclusões, inclusive utilizando os animais da fazenda em alguns momentos para nos conectar com a história do casal. Essa sintonia interessante que ele coloca, faz a comédia ter ares bem dramáticos em diversos momentos e com isso a trama deslancha. Acabamos vendo que os camponeses assim como as pessoas urbanas precisam estar sempre trabalhando suas relações para que elas não fiquem cansativas e com isso, quando algo está sempre na mesmice, tudo que é novo costuma brilhar mais e como diriam os mais velhos a grama do vizinho acaba parecendo mais verde e dessa forma o diretor acaba colocando a protagonista em situações interessantes ao sair de sua vidinha para algo mais quente em Paris, e nos deixando a lição de como reagir após tudo que pode ocorrer na cidade luz com todos os envolvidos.
A atriz Isabelle Huppert já tem uma carreira consolidada e nos apresenta facetas interessantíssimas frente a tudo que já fez, colocando um lado gostoso seu para um papel leve e divertido, tendo momentos suaves na interpretação para que sua personagem conhecesse outras vertentes que não uma pastora de gado. Jean-Pierre Darroussin consegue manter seu semblante sempre na mesma tensão e faz parecer ser realmente um homem do campo, porém quando necessita emocionar e comover com sua ida para Paris, faz com que a plateia entre no mesmo clima que ele sente no filme, e isso agrada demais como ele conseguiu passar de forma excelente. Pio Marmaí consegue nos fazer rir pelas situações inusitadas que acaba colocando a protagonista, mas de tão improváveis acabamos não nos convencendo tanto por ele, o transformando apenas em um elo do momento que a protagonista precisa vivenciar. Em compensação Michael Nyqvist já entra numa outra vertente de ser o famoso galanteador de filmes franceses, e interpreta com uma vivacidade para um personagem mais velho que agrada demais suas cenas, tirando o momento de discurso longo na roda gigante. E vale destacar algumas pequenas cenas de Jean-Charles Clichet por estar no momento certo e fazer o discurso que serve para dar o fechamento perfeito ao filme, e sua tenacidade nas cenas que está presente com seu olhar são bem interessantes de ver como ele sendo um cupido presente na vida do casal.
A direção de arte não trabalhou tanto com elementos que pudessem chamar a atenção, afinal a comédia francesa não usa tanto de elementos visuais, preferindo segurar mais nos diálogos, e com isso somos apresentados a algo mais vivo na cenografia que oscila entre o rural bem rico com a criação de gado e fazendas bem tradicionais e a moderna Paris cheia de congressos e pessoas de diferentes países sempre dispostas a fazer e entrar em situações inusitadas, e isso acaba sendo bem mostrado por onde a protagonista passeia. A fotografia optou em trabalhar com algo bem tradicional e usou sempre de cores claras para não sair do tom cômico, tirando alguns momentos mais dramáticos que recuou um pouco na escuridão e encaixou o momento da traição para algo mais denso.
Enfim, é um longa bem gostoso de acompanhar, que fomos agraciados pelo Festival Varilux organizado pela Aliança Francesa em trazer para vermos antes mesmo que o povo francês, portanto nem trailer para compartilhar com vocês teremos, e quem acreditar no que disse, poderá ir aos cinemas que estão exibindo o Festival nessa semana conferir ele, em Ribeirão será exibido mais uma vez na terça-feira no UCI, então quem gostar do gênero comédia-romântica-dramática levíssima, pode ir que é garantia de gostar, mas também não é algo tão primoroso que valha aplaudir de pé, apenas distrai bem a mente e coloca em cheque os relacionamentos mornos. Bem é isso, esse foi o 2° filme que acompanhei do Festival, mas ainda temos muitos por aqui para falar, então abraços e até breve pessoal.
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