O ano de 2014 já havia considerado um dos anos mais perigosos das produções cinematográficas, pois dentro dele continha alguns dos filmes que mais aguardava, e como já falei algumas vezes criar expectativa é algo perigoso, pois o filme pode até ser bom, mas atingir a expectativa que criamos às vezes acaba decepcionando um pouco, e aí a reclamação é a primeira defesa. Pois bem, "Como Treinar o Seu Dragão 2" era um dos que mais aguardava com ânsia de ver nos cinemas, aliás não sei nem como consegui esperar até hoje sendo que estreou na quinta, pois ainda não me conformo do Oscar de animação não ter sido dele, afinal a história era maravilhosa dentro de um contexto visual impressionante. Então cá estamos após 4 anos, com os personagens crescidos e novamente a equipe não falhou em detalhe algum, colocando uma história envolvente que nos transmite todos os tipos de sensações possíveis, numa cenografia incrível em que o conteúdo poderia agradar somente crianças, mas não, vai muito além deixando todos presos no que é mostrado. Agora deixo a pergunta: falta muito para 2016?
A sinopse nos conta que cinco anos após convencer os habitantes de seu vilarejo que os dragões não devem ser combatidos, Soluço convive com seu dragão Banguela, e estes animais integraram pacificamente a rotina dos moradores da ilha de Berk. Entre viagens pelos céus e corridas de dragões, Soluço descobre uma caverna secreta, onde centenas de novos dragões vivem. O local é protegido por Valka, mãe de Soluço, que foi afastada do filho quando ele ainda era um bebê. Juntos, eles precisarão proteger o mundo que conhecem do perigoso Drago Bludvist, que deseja controlar todos os dragões existentes.
O filme que tem base o livro de Cressida Cowell, a qual tem auxiliado o diretor Dean DeBlois na continuidade dos fatos, vem agora com os protagonistas crescidos encarar uma aventura maior, já que saem da pequena ilha de Berk para todo um ambiente maior, e com isso se o visual da pequena ilhazinha já nos impressionava, o que acaba sendo trabalhado agora é algo muito mais amplo e cheio de contexto. A inserção de novos personagens deu um gás diferenciado para a trama, pois o contexto de guerra ficou mais forte dentro de uma trama infantil, e mesmo não colocando sangue para todo lado, é inevitável alguns percursos mais dolorosos para as crianças, mas que necessitam ser aprendidos e estão dentro do que é mostrado no filme. Além disso, souberam trabalhar bem a trama para ter muita cor, preenchendo cada espaço com um dragão de estilo diferenciado, o filme mesmo tendo os protagonistas acaba tendo agilidade por todos os lados. Ou seja, o diretor soube amarrar cada ponta do filme para que a história seguisse um rumo certo tanto para convencer e emocionar o espectador, quanto para dar o fechamento desejado da trilogia que imaginou logo ao fazer o primeiro filme, que segundo consta já vem pensando até em virar uma quadrilogia.
Os personagens possuem cada um sua própria característica e dá para cada pessoa se identificar com cada um pelo estilo de ação que adota, e além disso a boa dublagem colocou expressões tradicionais incorporando mais naturalidade para o filme no território nacional. Soluço agora já mais crescido está com mais responsabilidades e como todo homem hesita em abandonar a juventude para tais atos, e seu crescimento dentro da trama acaba sendo algo notável e interessante de acompanhar, agradando bastante. O dragão Banguela é o tradicional cachorro bobo que todo mundo adora e suas atitudes nos dois últimos atos são ao mesmo tempo emocionantes e fortes de ver. Os demais personagens antigos possuem participações mais rápidas de ligação em cada cena, não sendo nada muito importante para a trama. Enquanto que dos novos Valka é a versão feminina de Soluço e nos envolve com suas habilidades com os dragões e consegue comover bem nas cenas mais romantizadas. Drago é um personagem bem rude e chega a dar um pouco de raiva do que faz, mas ainda assim não é um dos vilões mais fortes que já vimos, pois assim como vilões de animações costumam ficar parados na cena que pode acabar com tudo, ele também não faz nada e fica por isso, sendo dublado por Rodrigo Lombardi, o qual a voz está irreconhecível, ficou com trejeitos bem interessantes também. E Eret agrada mais por ser divertido de ver a personagem da jovem gêmea ficar apaixonada de uma forma viking bem cômica, e não tanto pelo personagem dele em si.
O filme mesmo contendo uma temática mais adulta conseguirá agradar bem as crianças pela modelagem dos personagens e pela alta quantidade de cores, que deram um visual incrível para a trama. São tantos dragões diferentes que nem dá para escolher o mais legal, mas vale destacar os alfa pela rusticidade encontrada para retratar eles e por todo contexto que cada um passa. As cenas de batalha também impressionam pela quantidade de personagens animados cada um de sua maneira, de forma que quem sabe o quanto é trabalhoso fazer apenas um movimento, imagina diversos então. Por termos diversas cores entre os personagens, a fotografia da trama não é tão fluída, mas conseguimos distinguir tanto os momentos mais fortes pelo tom mais opaco nas cores para comover o público e mostrar seu ponto de virada. A estética concebida para criar os personagens e a cenografia da trama foi feita com todo cuidado para saltar aos olhos nos efeitos tridimensionais de profundidade, então ao assistir o filme, muitos podem até não achar de ter tantos elementos saltando da tela, mas é notável ver detalhes tanto nos personagens que estão na frente da tela, quanto nos que estão voando atrás ao longe.
A trilha sonora escolhida foi muito bem encaixada e agrada na medida certa para nos envolver e dar o ritmo certo para cada momento, transformando a aventura em algo melhor ainda que vai só crescendo a cada cena para o final mais impactante ainda. E nos momentos mais tristes e fortes, a densidade musical também é trabalhada para comover o espectador, e por que não dizer até arrancar talvez uma lagrima de quem estiver mais emotivo.
Enfim, todas as expectativas que estava em relação ao filme foram supridas e embora muitos estejam dizendo que preferem o primeiro longa pela criatividade, irei contra a corrente e vou dizer que prefiro bem mais esse pela dinamicidade e capacidade de colocar todos os sentimentos num único filme. Claro que cada um tem o seu gosto pessoal, mas vou recomendar ele com toda certeza para que todos com crianças ou não para levar confiram o filme, pois é garantido sentir emoção, raiva, tristeza, alegria e tudo mais que for possível dentro de um filme, então algum momento do longa vai lhe remeter a algo na sua vida e com isso já será possível tirar uma das várias lições que o filme quis passar. Hoje também vi o meu primeiro filme em 3D numa sala Imax, afinal as duas vezes que tinha ido para a capital só estavam passando filmes 2D, e posso dizer que a imersão é algo bem interessante de se conferir, e agora que temos uma sala por aqui também vale a pena às vezes pagar um pouquinho mais caro para ter sensações diferentes. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda tenho mais duas estreias para conferir, então bem em breve estarei de volta com mais textos. Abraços e até mais.
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