Que não existem só três estúdios de animação, o público já conseguiu assimilar, e a cada dia que passa surgem em nossos cinemas filmes oriundos de diferentes países que nem imaginávamos que faziam algo no meio cinematográfico, quanto mais no campo das animações. Proveniente da África do Sul, "Khumba" até tenta passar algumas lições de moral para as crianças, mas ficou tão puxado para uma ideologia mais triste que acabou faltando carisma até mesmo para os personagens mais fofinhos que poderiam levar o filme para um rumo onde as crianças e também os adultos gostassem do que estavam vendo nas telas, e o que se viu na sala foi apenas o silêncio total do início ao fim apenas prendendo a atenção da garotada por trabalhar com cores mais tranquilas, e não porque estavam se divertindo.
O filme nos mostra que Khumba é uma pequena zebra que nasce com a metade do corpo sem listras. O animal logo sofre o preconceito de todos ao redor, e segundo uma lenda local, o seu nascimento é responsável pela falta de chuva na região. Para tentar remediar este grande problema, Khumba decide partir em uma viagem solitária pela savana africana, para encontrar um lago mágico capaz de restituir as listras que lhe faltam, trazendo de novo a chuva ao seu povo. No caminho, ele encontra outros animais com traumas pessoais e isolados de seu bando, como uma fêmea gnu, um avestruz e um tigre cego de um olho.
A síntese do filme é até interessante por trabalhar a parte mais árida da África de uma forma simples, mas bem colocada, de alguns animais se isolarem, outros que acabam debandando de seus bandos, e até por colocar a lição de respeitar as diferenças para os pequeninos, mas poderiam ter trabalhado de uma forma mais alegre e divertida que a certeza do sucesso seria bem maior, mas por ser o primeiro longa do diretor Anthony Silverston, que já está até finalizando uma continuação da animação para o ano que vem, quem sabe tenha conseguido resolver esses pequenos detalhes e colocando mais atenção em alguns personagens mais divertidos tanto para dar lição quanto alegrar as famílias que forem assistir ao filme, e dessa forma fazer com que o roteiro tenha mais vida.
Já falei da falta de carisma dos personagens, e dessa vez, não sei se por terem apelado tanto nos trailers ao mostrar quem são os dubladores dos protagonistas, que ficou notório as vozes de Rodrigo Faro, Marco Luque e Sabrina Sato, e o mais engraçado foi que a personalidade de Luque caiu muito bem para o avestruz, quem sabe se tivesse mais destaque até agradaria bem mais o filme e chamaria atenção para algo mais animado. Outros personagens que acabaram agradando e aparecem bem pouco são os pequenos bichinhos das montanhas que cantam e a ovelha velha que se acha uma cabra, então vale a pena destacar que foram bem feitos seus momentos.
Visualmente, a trama foi bem desenhada, e mesmo não tendo tanto realismo na cenografia e nos personagens, pois a modelagem ficou bem mais próxima de desenho do que parecidos com animais reais, conseguiu nos remeter bem ao problema das secas que muitos animais sofrem e acabam se adaptando para continuarem vivos. A fotografia puxou bem no tom amarelo para secar a cenografia e com isso o tom amarelo demais acaba dando um pouco de sono, e como o ritmo não é muito agitado, o longa acaba cansando um pouco. Quanto do 3D, temos algumas profundidades bem leves, e só, nenhum objeto é retratado com sensações tridimensionais, não temos quase nada saindo da tela, e o se tirarmos os óculos veremos apenas poucas imagens borradas, mas quase nem chega a atrapalhar, então como sempre falo, quem ainda estiver afim de conferir o filme, economize indo nas sessões 2D.
Agora uma parte agradável da trama são as canções africanas que possuem uma cadência interessante, mas ao mesmo tempo que ela é gostosa de ouvir, faltou dar uma toada mais acelerada nela para o ritmo do filme agradar mais, mas ainda assim é algo bonito de ouvir durante a execução da trama. A canção original final foi regravada pela banda Fresno e ficou bacana como um fechamento para o longa, porém quase ninguém acaba escutando ela inteira, já que como de praxe, começou os créditos o pessoal já sai da sala, principalmente num filme que não agradou durante toda a execução.
Bem pessoal, é isso que tenho pra falar da animação, é bacana ir conferir para vermos a forma de traços de uma escola cinematográfica que conhecemos pouco, no caso a africana, mas como o filme é fraco e não empolga tanto, quem for como disse economize e vá ver numa sala 2D para economizar, mas não é nenhum filme que você irá sair feliz de ter visto. Fico por aqui agora, mas essa semana temos muitas estreias pelo interior, então abraços e até bem breve com novos posts.
2 comentários:
Sai bons elementos saltantes da tela no 3D desta humilde animação ?
Olá Cilene. Nada!
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