Acho interessante parar e refletir alguns minutos sobre o quanto vários críticos odeiam o Michael Bay, mas se olharmos o quanto o cinema blockbuster tem disparado devido às suas explosões e cada vez mais tendo filmes de tirar o fôlego, só temos de agradecer, comprar um pacotão master de pipoca e curtir, pois o entretenimento proposto em "Transformers - A Era da Extinção" vai muito além de apenas um filme cheio de explosões, é ação do começo ao fim que a única vontade que dá ao final de longas quase 3 horas sentado é aplaudir e mandar começar novamente para ver cada detalhe num ritmo frenético que só um diretor maluco teria a capacidade de trabalhar um filme desse tamanho, e já que foi apenas o início de uma nova trilogia, que venham logo os demais, pois esse foi num nível que fez os outros 3 filmes serem formiguinhas esmagadas por um elefante.
O filme nos mostra que alguns anos após o grande confronto entre Autobots e Decepticons em Chicago, os gigantescos robôs alienígenas desapareceram. Eles são atualmente caçados pelos humanos, que não desejam passar por apuros novamente. Quando Cade encontra um caminhão abandonado, ele jamais poderia imaginar que o veículo é na verdade Optimus Prime, o líder dos Autobots. Muito menos que, ao ajudar a trazê-lo de volta à vida, Cade e sua filha Tessa entrariam na mira das autoridades americanas.
Claro que filmes desse estilo não podemos cobrar uma história elaboradíssima, que vá exigir que nossas mentes saiam do corpo e voltem de um outro plano para entender o que é mostrado, afinal um blockbuster de ação tem como primor que o pessoal vá assistir, se divirta, e volte para rever, vibrar com toda a ação, e cada vez torça para explodir mais coisas. E Michael Bay sabe fazer isso melhor que qualquer um, e não nos decepciona em momento algum. Com um misto de reboot da franquia, mas continuando tudo que já foi deixado, a grande sacada do roteiro foi envolver tanto novos robôs quanto novos atores para dar um gás maior na trama, só que aí entrou algo que alguns podem até enxergar como um problema, para explicar tudo nas entrelinhas a duração ficou bem alongada com 165 minutos, mas felizmente não temos nenhum momento para piadinhas soltas e enrolação, misturando todos os pontos cômicos com explosões e peças voando pra todo lado para ninguém em sã consciência pensar em dormir e até fazer muitos morrerem de vontade de ir ao banheiro só para não perder nada. Esse acerto do roteiro de Ehren Krugen que foi responsável também pelos 2 últimos filmes dos robozões mostra que ele agora chegou no ápice da composição dos personagens, sendo muito responsável por deixar nas mãos do diretor um roteiro com minúcias boas para intrigar, divertir e convencer de que não estamos vendo algo que está somente em busca de muito dinheiro, claro que pensam demais nisso e irão conseguir, mas a busca por não errar no que já fizeram e entreter cada milésimo de segundo do espectador é feito na medida correta e com certeza podemos esperar uma nova trilogia bem melhor que a passada e com bem menos erros.
Um outro grande acerto do filme, foi a substituição total do elenco de humanos, pois a entrada de grandes nomes na produção elevou o nível de atuação para outro patamar, não que Mark Wahlberg seja sensacional, mas ele tem maiores facetas interpretativas e sabe se posicionar numa guerra não parando para pancadaria, mas indo pro tiro como deve ser, e nos momentos que exigiram dele dialogar e mostrar reações, fez na medida perfeita. Stanley Tucci é outro nome impressionante para o filme e caiu como uma luva num misto de vilão abobado que por certos momentos acaba ficando até perdido no que deve fazer, mas como sendo uma característica própria do personagem, não havia outro ator melhor para encarar o papel e fazê-lo divertido e carismático. Os jovens Jack Reynorm e Nicola Peltz formaram uma boa dupla, tendo química e encaixando as poucas cenas de romance (Graças a Deus!) com uma interpretação cabível e dando respostas nos momentos certos para interagir tanto com os robôs quanto nas cenas que precisavam demonstrar apenas trejeitos mais fortes. T.J. Miller faz bem seus momentos mais cômicos, mas embora fosse um personagem carismático, o seu Lucas foi o escolhido da vez para dar o lado mais dramático e vingativo nos demais personagens, uma pena, pois o jovem é um bom ator e faria sucesso. Kelsey Grammer foi ao mesmo tempo um vilão humano complexo, mas que não impactou tanto, e mesmo fazendo o que faz nas cenas finais, não ficamos com tanta raiva dele vibrando com o que acontece, poderia ter sido mais impactante nos diálogos que agradaria bem mais. Sophia Myles e Bingbing Li acredito que foram as atrizes que mais sofreram cortes nas suas cenas gravadas, pois aparecem somente em cenas pontuais, mas bem encaixadas, e viram quase figurantes nas demais cenas. Quanto das vozes dos robôs, todos estão tremendamente espetaculares e imponentes, agradando até mais do que poderiam, destacando claro Peter Cullen que faz Optimus Prime desde que era apenas um caminhãozinho de desenho, John Goodman com Hound que podemos dizer que foi feito na medida exata para o ator, Ken Watanabe com seu Drift totalmente zen e oriental na medida, e Mark Ryan trocando de lado saindo de um Bumblebee para um Lockdown malvadão.
Bom, com um orçamento de 200 milhões de dólares tiveram dinheiro para explodir quase o planeta inteiro, mas optaram por um Texas mais calmo, alguns prédios nos EUA, e concentrar nos populosos prédios amontoados de Hong Kong, que deram um ar visual bem interessante para a trama, e dando muitos elementos visuais para sair da tela usando da tecnologia 3D, e mesmo tendo boa parte do filme computacional, o longa não ficou tão artificial e agrada bastante cenograficamente, o que é um acerto considerável na franquia. Falando em elementos, todas as cenas dentro da nave são praticamente um espetáculo à parte, que o trabalho da criação foi impressionante para retratar amontoados que nos remetem tanto a uma prisão espacial quanto à um ferro velho muito sinistro, ou seja perfeito. A fotografia trabalhou bastante com tons de cinza puxando quase para algo meio esverdeado para contrastar fortemente com as cores vermelhas das explosões e isso deu um visual para a trama juntamente das locações escolhidas e dos momentos escolhidos que ficou muito bacana de ver, além de filmar muito em locais com muita vegetação bem verde que agradou também. Quanto dos efeitos especiais, é algo que nem dá para falar mal, afinal o filme é quase todo em cima disso, e são sons de todos os estilos, personagens bem moldados das formas mais diversas e interessantes, cada um tendo características bem específicas para chamar atenção pra si, explosões bem feitas, mas que poderiam ter trabalhado melhor com os figurantes, pois alguns até pulam antes do tiro ou da explosão acontecer, mas que não chega a atrapalhar.
Deixei um parágrafo sozinho para a tecnologia 3D, pois vejo diversos sites falando que pagaram mais caro para ver um filme na tecnologia e não viram nada, ou apenas alguma profundidade, e agora chegou a vez de quem realmente gosta de muita, mas põe muita nisso, coisa saindo da tela. Somos praticamente bombardeados o filme inteiro com peças, fuligem queimando, chamas, babas alienígenas, personagens apontando a arma para nossa cara, tiros, além de muita profundidade com filmagens em ângulos precisos para dar mais realidade ainda para a trama. Ou seja, chega a dar vertigem em diversos momentos e o exagero de momentos chega a causar até dor de cabeça por tanto movimento de câmera usando a tecnologia. Se tiver gente reclamando de ter pago mais caro e não ter visto nada 3D, procure rapidamente um oftalmologista, que o filme foi feito para ver obrigatoriamente na maior sala possível, e com a melhor tecnologia que tiver em sua cidade, pois compensa cada centavo pago a mais.
No quesito sonoro, temos ruídos de diversos estilos, encaixando tão bem para cada momento que realmente impressiona. Cada tiro é diferenciado, cada robô tem um estilo de passo, cada bomba explode diferente, é retorcido, distorcido e tudo mais trabalhando ambiências de forma como nunca vimos, impressionando totalmente. E quanto às trilhas sonoras encaixadas, sou até suspeito de falar, afinal sou muito fã de Imagine Dragons, mas as músicas cantadas encaixaram tão bem no filme que a cada momento só me via ficando mais e mais empolgado com o encaixe delas no filme, além claro das composições orquestradas apenas que Steve Jablonsky montou com ritmo perfeito para a trama, dando o suspense e ação necessária para cada momento único.
Enfim, posso dizer que o filme não era um dos que mais esperava nesse ano, mas saí numa empolgação do cinema com o que vi, que acho difícil esse ano alguma produção me empolgar tanto e já quase posso definir mesmo não sendo o de melhor história, mas como o melhor filme do ano de ação, e quem sabe até o melhor geral, mas ainda estamos apenas no meio do ano, então vamos com calma. Recomendo com toda firmeza do planeta que todos vejam o filme, pois desculpem o palavrão, mas é muito foda mesmo tudo que é mostrado, sendo com certeza o melhor da franquia até agora. Compre sua pipoca, abstenha de que é um blockbuster sem que exija pensamentos profundos e divirta-se como nunca com o que foi proposto, e claro, repito, vá na melhor sala possível pois é um filme para se ver em uma telona, ou seja Imax, MacroXE, XD, e todas afins que existir, pois não irá se arrepender. Bem é isso pessoal, falei muito, mas fico por aqui hoje, ainda teremos muitos longas para conferir na semana, então abraços e até bem breve com mais posts.
2 comentários:
O 3D deste filme é imersivo ?
Totalmente Cilene, vale cada centavo a mais pagar para ver em 3D!
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