Anjos da Lei 2

8/29/2014 01:45:00 AM |

É engraçado começar a semana cinematográfica com o filme que vai estrear somente na próxima semana, mas como o Coelho aqui é doido mesmo, já foi um dos 3 pagantes pela sessão de hoje de "Anjos da Lei 2", e vou começar dizendo que quem não gosta de rir deve passar bem longe, porque se eu já ri muito com ele, imagino quem ri com qualquer coisa o que irá fazer na sala. Pois bem, o primeiro filme foi tão surrado pelos críticos por mudar muitas das ideologias da série original, pelos protagonistas não emplacarem tanto e tudo mais, mas na época ri bastante e adorei ele, e agora 2 anos depois temos sua continuação com mais agilidade nos diálogos, com os protagonistas mais encaixados, e principalmente mantendo o humor nas alturas sem perder a ação proposta pelo tema, ou seja, temos uma versão melhorada do primeiro filme, com situações bem inusitadas que diverte muito no melhor estilo dos filmes que víamos na Sessão da Tarde dos anos 90.

O filme nos mostra que os oficiais Schmidt e Jenko têm agora uma nova missão: se infiltrar em uma faculdade local. O problema é que, em meio à investigação, Jenko conhece sua alma gêmea em plena equipe de futebol e Schmidt, após se infiltrar no centro de arte boêmia, começa a questionar a dupla. Em meio aos inevitáveis problemas de relacionamento, eles precisam encontrar um meio de desvendar o caso que estão investigando.

O roteiro que novamente é assinado por Jonah Hill junto de Michael Bacall, que também vem se aprimorando em boas comédias inusitadas, conseguiu montar situações engraçadas e bem colocadas para que a trama tivesse um ritmo interessante tanto de questionamento da relação dos protagonistas, quanto movimentasse bem a investigação do caso, claro que a investigação para quem for mais rápido no gatilho vai pegar rápido demais tudo, mas como ela passa a ser um pano de fundo tão rapidamente dentro da trama, a comédia rola solta com as demais situações, e nos momentos junto de Ice Cube, os protagonistas nos fazem chorar de tanto rir. Você deve estar se questionando, mas Coelho o filme com certeza está lotado de clichês, não está? Respondo sim, temos muitos, mas a irreverência que optam em colocar eles, mais como uma forma de deixar o longa leve, acaba servindo bem para dar ritmo no filme e agradar bastante. Ainda está longe de ser algo perfeito, mas como cumpriu brilhantemente com a função de uma comédia que é fazer rir, o longa está mais do que recomendado. Outro fator que ajudou e muito a casar a sintonia do filme é a volta dos dois diretores originais, Phil Lord e Chris Miller, que só fizeram filmes bons até agora: "Tá Chovendo Hamburger", "Anjos da Lei", "Uma Aventura Lego" e agora esse, ou seja, ambos têm uma conexão perfeita no tino cômico que vai com certeza agradar a todos que for assistir.

Se no primeiro filme ambos pareciam se conhecer bem pouco, agora podemos dizer que Jonah Hill e Channing Tatum viraram praticamente irmãos pela conexão que conseguem manter em cena, isso se não quisermos apelar e chamar de casal como acontece na maioria das situações que tentam explorar o relacionamento deles no filme. Hill já melhorou muito sua atuação desde que começou, mas está começando a se achar demais, e isso é perigosíssimo para um ator que tem tino cômico, mas ataca em outras vertentes também, ou seja, o rapaz está mandando bem, mas pode virar estrelinha demais e logo morrer aparecendo somente nos filmes que for produtor e acabar pagando para atuar num papel melhorzinho. Em compensação Tatum mostra humildade mesmo colocando habilidades de parkour e força para tentar agraciar as moças que forem ver o filme apenas por ele, claro que existem momentos exagerados demais, mas ainda assim agrada ver que é um dos poucos que tem chance de crescimento também sem precisar tirar a camisa. Ice Cube conseguiu colocar novamente em suas cenas como chefe do departamento, as nuances mais divertidas possíveis, e quando ele estiver em cena é preparar para chorar de rir, pois encaixaram diálogos e situações que precisariam muitos anos para outros comediantes chegarem perto. Wyatt Russell faz as cenas mais irritantes e ao mesmo tempo cômicas do longa que acaba brincando bastante com a ideologia de gêmeos, de forma que ficamos na dúvida se gostamos do seu personagem ou não, mas dá pra rir de algumas situações também. Amber Stevens fazendo a namorada de Smith serve mais como ligação para a melhor piada da trama, mas não convém contar aqui para não estragar o longa para quem vai assistir, e também se sai bem no momento que precisa aparecer em ação, ou seja, já acho que deverá aparecer num terceiro filme caso ocorra continuação. Jillian Bell ficou mais próxima de ser inconveniente nas cenas que aparece no como colega de quarto de Amber, mas suas cenas finais são referências tão boas que acaba divertindo bastante, mesmo sendo algo totalmente improvável de acontecer. Dos demais vale apenas fazer menção honrosa para Dave Franco e Peter Stormare que protagonizaram boas cenas no primeiro filme e aqui aparecem apenas para divertir com besteirol puro, quem for mais paciente veja a cena extra bem no final dos créditos onde colocam mais uma piada deles.

Diferente do primeiro filme que tínhamos algo mais contido visualmente, com menos locações, aqui a equipe de arte, assim como é dito em uma piada sobre investir mais dinheiro logo no começo, teve grana suficiente para brincar com cenários gigantes e locações bem amplas e diversificadas, valendo destacar claro as festas, perseguições e os jogos de futebol, onde muitas cores e objetos cênicos são usados para envolver o espectador, ou seja, quem gostar de reparar em cenografias conseguirá brincar bastante na duração do filme, e com isso claro ver também algumas falhas que como todo filme de ação acabam despercebidas da equipe de continuidade, mas isso não atrapalha em nada a comicidade que é o ponto chave da trama e com muitas cores vivas, a equipe de fotografia também soube dosar os ângulos para os momentos relevantes chamarem atenção com luzes mais focadas.

Musicalmente, as escolhas foram bem coerentes tanto para dar ritmo ao filme quanto para agradar nos pontos chaves, e com Mark Mothersbaugh voltando para a equipe dos diretores, ele deu seu tom animado para cada ato ficar bem próximo das esquetes humorísticas que estamos acostumados tanto nas animações que faz as composições, quanto nos filmes que opta mais por canções cantadas, e dessa forma conseguimos colocar cada ato do filme separadamente com um ritmo musical mais interessante que o outro.

Enfim, é um filme bem bacana de acompanhar e que cumpre totalmente o quesito fazer rir sem muito apelo, ou seja, uma comédia na medida certa para quem gosta de rir não ter do que reclamar. Vamos ter com certeza alguns que vão odiar e falar que a continuação não convenceu, da mesma forma que tivemos os que odiaram o primeiro filme, mas repito veemente que gostei bem mais desse pelos conflitos de relacionamento que serviram de base para mais piadas e com isso fazer o público rir bastante. Infelizmente por ser uma sessão num horário pouco convencional e sendo uma pré-estreia, a sala não estava do jeito que gosto para sentir o feeling das outras pessoas rindo, mas se eu que não costumo rir muito acabei até chorando de rir em alguns momentos, acredito que vai funcionar bem para todos. Fico por aqui agora, mas ainda tenho duas estreias e mais uma pré para conferir, então volto em breve com mais posts falando o que achei de cada um. Então abraços e até breve pessoal.

PS: Sei que muitos irão discordar da minha nota, mas me diverti demais com o filme e como aqui quem dá a nota sou eu, vai ser essa nota mesmo, descontando apenas alguns erros técnicos e Hill se achando demais.


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