sexta-feira, 15 de agosto de 2014

As Tartarugas Ninja em 3D

Conheço muita gente que ao ouvir falar em reinício de uma franquia começa a tremer desde o dedinho do pé até começar espumar a boca de tanta raiva, mas como não sou fã de rever filmes, até gosto da proposta de uma repaginada para tentar dar certo e acabar vendo um "novo" filme. E fico ainda mais feliz quando vejo que ela acabou funcionando como no caso de "As Tartarugas Ninja" que inicialmente causou um grande rebuliço já que colocaram o lançamento junto com o aniversário de 30 anos do lançamento da franquia, com diversas pessoas reclamando do visual dos mutantes e que não havia necessidade e tudo mais, porém agora que conferi, vi que a maioria das pessoas, claro que os amigos críticos chatos continuam com o mimimi, tem saído das sessões bem contentes com o que estão vendo, pois o filme é lotado de ação, possui uma história bem bacana ao contar como as tartarugas acabaram se tornando heróis e principalmente consegue manter o nível de humor na medida exata sem forçar demais trabalhando com tudo que conhecíamos e gostávamos do desenho ou até mesmo das HQs.

O filme nos mostra que a cidade precisa de heróis, pois a escuridão tomou conta de Nova York depois que Destruidor e seu clã maligno dominou tudo com pulso de aço: da polícia aos políticos. O futuro era incerto até que quatro irmãos marginalizados surgem do esgoto e descobrem um novo destino como Tartarugas Ninja. As Tartarugas precisam trabalhar com a destemida repórter April O' Neil e seu operador de câmera sagaz Vern Fenwick para salvar a cidade e desvendar o plano diabólico do Destruidor.

Como já disse algumas vezes, não é porque um filme é totalmente comercial e não voltado para filosofias pensantes que ele vai deixar de ser algo interessante de ver no cinema, e isso é algo que a maioria da crítica especializada acaba criticando e torcendo o nariz para alguns blockbusters que são lançados. Eu particularmente já disse que prefiro ver um filme bem produzido lotado de ação do que um plano de 10 minutos de câmera parada com alguma ideologia filosófica, e por isso muitos acabam torcendo o nariz também para minhas opiniões. O que vemos aqui é que o diretor Jonathan Liebesman, trabalhou bem da forma como fez seus dois últimos filmes "Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles" e "Fúria de Titãs 2", onde a ação deve predominar até nos momentos mais sérios da trama, e isso acaba dando um ritmo frenético que empolga qualquer espectador, e com a tecnologia de captura de movimentos, acabou colocando mais alma nos personagens computadorizados para que não fossem meros objetos do filme, mas sim protagonistas fortes e determinados, cada um com sua característica própria e bem encaixada para a trama, fazendo um filme gostoso de acompanhar, cheio de ângulos inimagináveis e que desenvolve um enredo bacana para quem curte apresentações de heróis, agora é ver se não estragam ele nas demais continuações que devem fazer com certeza.

Falar da atuação nesse caso é um pouco complicado, já que tivemos 3 estilos bem colocados, os humanos que interpretam, as tartarugas que interpretam e atuam, e as tartarugas/rato que possuem um intérprete de corpo e outro de voz, então o mix é bem variado para falar. Vamos começar pelos humanos, com a mulher mais contraditória do cinema chamada Megan Fox, que quebrou o pau com o produtor do filme em "Transformers" e agora voltou a trabalhar de bem com ele, e aqui mais que nos seus filmes anteriores, possui uma grande importância para a trama com sua April, entrando bem na conexão com os demais personagens e até conseguindo fazer algumas caras e bocas diferentes, claro que ainda está bem longe de ser perfeita no quesito expressivo, mas já melhorou muito do que reclamávamos tanto. Will Arnett soube não ser um total paspalhão com seu Vernon, mas chega alguns momentos que achamos tão desnecessária sua participação que se fosse no Brasil íamos dizer que era filho de algum grande investidor do filme para participar da trama. Tohoru Masamune fez de seu Destruidor um vilão bem impactante e cheio de ação com toda a tecnologia que deram para sua roupa, além claro dos imponentes diálogos que impôs de forma determinada e marcante. William Fichtner fez bem seu papel, mas exagerou no tom em alguns momentos, de forma que o personagem Sacks acabou logo de cara se revelando demais, talvez pudesse ser mais sombrio em determinados momentos para agradar mais. Todos os atores que fizeram os movimentos das tartarugas agradaram muito bem na captura, e isso mostra que muito em breve como já falamos a Academia deve ser obrigada a lançar prêmio de melhor atuação por trás de captura de movimentos para que diversos atores briguem com Andy Serkis, mas claro que vale destacar muito as boas sacadas de Noel Fisher com seu Michelangelo lotado de bom humor, e na pontuação forte da voz que Johnny Knoxville deu para o seu Leonardo.

O trabalho visual da equipe de arte, tanto cenográfica como digital, foi bem feita e souberam usar de locações interessantes para a trama sem necessitar exagerar em elementos cênicos, claro que gostaríamos de ver mais ambientações do super QG das tartarugas no esgoto, ou até mesmo alguns detalhes do lado sombrio que conhecíamos do local onde vivia o Destruidor, mas esses detalhes talvez sejam mais explorados nas continuações que deverão aparecer. A casa de Sacks foi bem montada com um laboratório interessante de se ver, mas forçaram a amizade com um computador prontinho na tela para que a protagonista fizesse o que é falado para ela. Um grande destaque da trama que já citei mais para cima foram os planos diferenciados que foram feitos, e o que nos deixa mais feliz é que o diretor de fotografia é o nosso brasileiríssimo Lula Carvalho que utilizou de filtros mais escuros para dar um ar ao mesmo tempo sombrio para as cenas noturnas e ainda assim se aproveitar das luzes coloridas de contraluz para chamar atenção de quem estivesse enquadrado, ou seja, algo muito bem feito tanto para valorizar o ambiente, quanto não esmaecer os efeitos tridimensionais. E falando em 3D, nas cenas que foram usadas a tecnologia, afinal é raro aparecer um longa inteiramente com a tecnologia, vale cada centavo pago a mais, dando destaque claro para a sequência do caminhão na neve que chega a dar até tontura com a quantidade de movimento de câmera, com personagens voando pra fora da tela sem parar.

Com uma trilha sonora envolvente no mesmo ritmo acelerado da trama, o filme acaba agradando bastante no quesito musical, claro que contendo o tema original antigo e inovando ao colocar músicas que envolvessem e dessem até sensações humorísticas nos momentos certos, ou seja, boas escolhas que fizeram o filme não ficar pesado e nem virar uma palhaçada só.

Enfim, um filme bem divertido de assistir, que vale a pena pagar mais caro para ver em 3D e que reinicia a franquia de uma forma saudável e bem disposta para continuações interessantes. Como disse, muitos críticos por aí estão de mau humor pela quantidade de refilmagens que andam surgindo, mas se você gosta de ação + 3D bacana + boa história de iniciação pode ir pro cinema agora que é garantia de boa diversão na sala escura. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta conferir uma última estreia que veio para o interior, das 10 que estrearam no Brasil, então volto mais uma vez no fim de semana com mais um post para alegrar a vida dos meus leitores. Abraços e até mais pessoal.


Um comentário:

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...