A lenda de "Hércules" já foi contada nos cinemas muitas vezes pelo que me lembro, inclusive uma no começo desse ano, mas e a história por trás da lenda? Com essa proposta o filme que estreia no dia 4 de setembro conseguiu mostrar um filme diferenciado dos demais ao mostrar que o místico acaba aparecendo por meio de falações, um que conta um feito, outro aumenta e por aí vai, mas quando um herói demonstra sua força por uma causa, aí sim ele não necessita ser filho de nenhum Deus para sagrar-se um grande homem. Adaptei um pouco as palavras que são ditas no filme, mas a ideologia que nos é mostrada nele é bem pautada em cima disso e pra quem assim como eu for totalmente despretensioso assistir ao filme é capaz de sair da sessão muito feliz com o resultado passado, pois temos muita ação, batalhas bem feitas e todo um clima mítico que aos poucos vai sendo quebrado com algo mais real de ser acreditado e possa ter até existido de certa forma.
O filme nos mostra que séculos atrás, um semideus atormentado andou pela terra: Hércules era o filho do poderoso Zeus. Isso não lhe trouxe nada além de sofrimento a vida inteira. Após 12 trabalhos árduos e a perda de sua família, essa alma sombria e desgastada deu as costas para aos deuses, encontrando seu consolo em batalhas sangrentas. Ao longo dos anos, ele teve a companhia de seis amigos, que tinham como único princípio o amor pela luta e a presença da morte. Eles nunca questionaram onde ou contra quem lutar, apenas perguntavam quanto ganhariam, até que o Rei da Trácia resolve contratá-los para treinar seus homens e criar o maior exército de todos os tempos.
O roteiro que é baseado nas HQs da Radical Comics conseguiu um feito enorme, dar a Dwayne "The Rock" Johnson um papel do nível que precisaria, alguém forte, que só precisasse arremessar as pessoas e desenvolver carisma pelos "seus" feitos. E o diretor foi muito esperto ao trabalhar tanto com o roteiro minucioso aonde continha uma história envolvente que se bem desenvolvida daria um novo rumo para um personagem que já havia até enchido o saco de tanto que víamos seus grandes feitos, como colocar um ator gigantesco de forte que tivesse carisma com o público. Falando mais sobre Brett Ratner, ainda não vai ser com esse filme que vai conseguir se redimir da bagunça que fez em "X-Men: O Confronto Final", mas já conseguimos enxergar que o seu potencial é dar algo que encaixe sacadas mais cômicas dentro da trama, o que aqui é feito tão bem com toda a equipe de apoio de Hércules que o filme deslancha sozinho. Uma outra grande sacada do filme foi de não se ater tanto ao misticismo, procurando colocar em pauta mais as batalhas por território que existiam nas antiguidades, e assim o filme acaba nos convencendo bem mais pois ver ele lutando com um bicho que sequer sabemos a existência é complicado de acreditar, mas ao ver lobos assassinos e brigas de reis e rebeldes, já é algo mais satisfatório de crer.
Como falei mais acima, o acerto no quesito atuação é montado mais pelo lance do carisma que os atores conseguem nos passar do que por algo mais elaborado que façam com seus personagens, pois mesmo cada um tendo um "poder" específico no seu modo de lutar, o que vemos é uma boa equipe de mercenários que sabem lutar muito bem e têm características bem interessantes com suas histórias de vida, que felizmente são contadas num trecho bem curto, mas que já valeu a pena aparecer na trama. Dwayne Johnson tem cada dia mais apagado o "The Rock" do seu nome, mas ao aumentar cada vez mais seu nível de músculos está virando realmente uma pedra imensa que ou logo explodirá, ou vai ter de trabalhar somente em filmes desse estilo, seu modo de atuar é engraçado, pois sempre com suas características marcantes de brucutu, ele mesmo nos momentos mais fortes, mantém seu sorrisão estampado na cara, e isso nos agrada ao ver ele fazendo um bom papel escolhido a dedo para ele. Ian Mcshane conseguiu juntar sua irreverência para contar a história do filme e também agradar com seu modo único de vida no personagem de Amphiaraus, de forma que suas previsões sobre o futuro acabam sendo bem bacanas de acompanhar. Ingrid Bolsø Berdal trabalhou tanto personalidade quanto beleza na amazona Atalanta que não necessitou ser forte para mostrar tanto habilidade com o arco como nas cenas mais ágeis, agradando em cheio no quesito velocidade e sendo cheia de impacto nos momentos que precisou declamar algum diálogo. Rufus Sewell fez seu Autolycus praticamente um gladiador bem colocado na trama e esse desenvolvimento agradou bastante nos momentos que temos mais conversa entre os protagonistas, mostrando que está ali para o que foi designado e nada mais, o ator ainda soube manter sempre um semblante bem próprio e coerente. Aksel Hennie fez seu Tydeus como literalmente um animal de guerra e nos diverte ao ser realmente de feitio animal, conseguiu trabalhar bem nas cenas que lhe foram mais exigidas versatilidade. Reece Ritchie dentre todos foi o que mais trabalhou nos diálogos, já que seu Iolaus não sendo um lutador, mas sim um contador de histórias, coube a ele enfatizar todos os feitios de Hércules e ser a voz ativa dentro do grupo, o jovem garoto mandou bem em praticamente todas as cenas, sendo um bom orador e chamador de responsabilidades. John Hurt como Lord Cotys fez boas caras e mostrou todo um ar de nobreza mesmo com seu país sendo um lugar nada bonito de se governar, mas agradou bem nas cenas mais dramáticas e aparentou medo somente quando foi necessário, bem convincente. Rebecca Ferguson embora seja a protagonista do cartaz teve momentos bem apagados e não agradou tanto quanto deveria, quem sabe se inventarem uma continuação ela possa ter mais valor na trama. Dos demais personagens, a maioria serviu de elo, valendo destacar apenas alguns momentos de Joseph Fiennes como Rei Eurystheus e Tobias Santelmann como Rhesus.
A trama tem uma pegada visual bem interessante de observar, trabalhando bem os elementos antigos e um figurino totalmente convincente. Cada lutador usando um tipo de arma diferenciado também agradou tanto em movimentação quanto cenograficamente e isso faz toda diferença numa boa produção. Claro que tivemos muitos elementos criados dentro dos computadores, mas ficaram bem bacanas de ver, e por serem usados mais fortemente no início quando estão mostrando os trabalhos de Hércules, acabam saindo da nossa mente bem rápido. Os cenários usados tiveram todo um capricho especial tanto nas locações que por serem bem bonitas deram algumas tomadas extras sobrevoando o local para enfatizar o trabalho na busca da equipe de locações, quanto nos cenários fechados que abusaram de cores mais escuras para não realçar imperfeições técnicas, o que acabou sendo uma saída e tanto para a trama. Com uma fotografia bem densa, utilizando nos cenários mais escuro tochas que deram um tom avermelhado para a trama, o resultado é de um longa mais sombrio, que funciona nas cenas mais complexas, porém quando em campo aberto foram expertos o suficiente de estourar a cor amarela para que a batalha tivesse mais impacto quando o sangue dos oponentes vai caindo. Quanto do 3D, temos diversas cenas que a tecnologia funciona muito bem e foi usado mais como um chamariz de efeitos saindo da tela durante as pancadas fortes do herói, além de que nas cenas de batalha tivemos uma grande amplitude da profundidade de campo que juntamente da tecnologia Imax chamou bem a atenção e já nos deixou com um gostinho a mais do que virá em Dezembro.
Com uma trilha sonora envolvente, acabamos entrando no clima que o diretor optou por segurar, e isso faz com que os momentos mais tensos sejam colocados na medida correta da trama, mas sem perder em momento algum o bom ritmo de aventura característico dos longas épicos.
Enfim, é um filme gostoso de assistir pelas boas sacadas cômicas e pelas batalhas envolventes que recomendo e muito ver na maior tela que puder, como vi no Imax, acabo recomendando para o pessoal ver lá, mas aonde não tiver a sala pode ser MacroXE, XD ou qualquer coisa do tipo para entrar no clima das batalhas, e quem gostar as cenas de 3D estão bacanas também nos momentos que foram colocadas, afinal nunca temos um filme inteiro na tecnologia. O filme estreia na próxima quinta-feira e deve ser um grande movimento afinal como todos já disseram é o papel perfeito para o brutamontes que é o protagonista. Fico por aqui hoje, mas mais a noite irei conferir a última estreia da semana que veio para o interior, e amanhã comento com vocês o que achei. Então abraços e até breve.
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