Há alguns anos atrás o que podemos considerar praticamente como um subgênero do drama misturado com aventura acabou virando moda e criando com ele diversos diretores que ficaram famosos por destruir tudo nos filmes de catástrofes. E se na época tínhamos uma tecnologia escassa para fazer tudo que eles queriam, agora com o lançamento de "No Olho do Tornado", o diretor teve possibilidades mil de criar devastações bem semelhantes às que vimos nos últimos anos nos EUA. Porém o longa tem um problema muito forte que o diferenciou dos demais, a falta de um clima de tensão mais forte nos espectadores, principalmente no Brasil que não sofre desse mal, então enquanto os demais filmes acaba deixando todos com falta de ar, medo ou algo do tipo, esse aqui acaba mais divertindo do que qualquer outra coisa, e isso não é ruim, mas também não fará com que o filme se torne um sucesso.
O filme nos mostra que em apenas um dia, a cidade de Silverton é totalmente devastada por tornados. A cidade está à beira dos instáveis e mortais ciclones, mas o pior ainda está por vir. Enquanto a maioria das pessoas procuram um meio de salvar suas vidas, outras correm para o centro do desastre natural, testando o quão perto um caçador de tempestades pode chegar.
O roteiro em si poderia ter trabalhado mais com a devastação do que com os problemas pessoais dos protagonistas, de forma que alguns momentos emotivos do garoto junto da moça acabam sendo chatos demais e cansam. Agora um grande trunfo do diretor foi poder colocar diversos bons ângulos de câmera que com auxílio das pequenas câmeras foi possível colocar os espectadores em diversos momentos como parte da ação mesmo o longa não sendo em 3D. E isso agrada bastante o andamento do filme para que ao sair de momentos mais parados nos envolvesse com as loucuras dos caçadores de tempestade. Com a tecnologia atual de computação gráfica também foi possível criar efeitos e tornados se formando de uma maneira muito incrível e bonita de se ver, e assim o diretor ao menos teve grandes sacadas ao mostrar a todo momento isso.
No quesito de atuação, Richard Armitage ficou como um pai tradicionalista demais e em alguns momentos chega a ser até chato com o que faz em cena, mas como sabemos do seu potencial de atuação, nem podemos dizer que a culpa foi sua e sim do roteiro mal desenvolvido. Sarah Wayne Callies foi bem colocada como uma jovem climatologista, mas decepciona ao tentar querer ser humana demais enquanto a maioria da área é mais precisa em dados. Matt Walsh como um diretor documentarista ficou exatamente como a maioria dos diretores são arrogantes e só pensam no filme que estão fazendo, então conseguiu convencer bem. Os jovens Max Deacon e Alycia Debnam Carey funcionam inicialmente como uma química bonitinha, mas logo começam a cansar. Nathan Kress consegue soar prepotente mesmo em poucas cenas como o filho mais velho e não empolga em momento algum. Os caipiras caçadores de tempestade Kyle Davis e Jon Reep soaram bobos demais ao fazerem coisas do estilo Kickass. Dos demais atores nem vale falar muito, mas todos tem algo em comum, de ouvirem que nada vai acontecer e em seguida o mais clichê acontece.
Com elementos cênicos bem feitos, o longa agrada por mostrar muita coisa voando, mas ao exagerar na quantidade de câmeras para dar um estilo mais "found footage" com as câmeras nas mãos dos protagonistas, acabaram acontecendo diversos erros com momentos que não eram câmera de ninguém que estava filmando e ainda assim os protagonistas sorriam pra ela. Outro elemento cênico muito bem trabalhado foi o carrão usado para buscar as tempestades, que fizeram questão de detalhar explicando como funcionava para dar um show a parte. E um erro exagerado que ficou bonito visualmente, mas que foi de uma falha imensa foi a quantidade de aviões num aeroporto da cidade, que por ser totalmente interiorana com certeza não teria aquela quantidade de veículos estacionados. Com uma fotografia bem puxada para o azul o longa ficou visualmente interessante, mas acaba não dando tanto envolvimento na trama.
Enfim, é um bom filme, mas faltou ao diretor mais coragem de fazer o público ficar com o coração na mão, que aí sim teríamos algo digno do prêmio desespero que só Rolland Emerich sabe fazer bem e agradar mesmo que exagerando. No geral vale a pena conferir pelos bons efeitos especiais e por ver o que um tornadão pode fazer com uma cidade pequena, mas com muita certeza não vai agradar os mais exigentes. Encerro aqui a semana cinematográfica, já que não vieram para o interior os filmes mais artísticos e como já vi também a maioria que deve estrear semana que vem fico com medo de que não tenha nada para ver semana que vem, vamos torcer e aguardar os horários. Então abraços e até breve pessoal.
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