Se existe um estilo que anda bem fraco ultimamente e que cada vez menos convence o público é a comédia americana, pois os últimos filmes tem apelado tanto para que o público risse nas sessões que a maioria acabava saindo da sessão desapontada com o que viu. Mas hoje felizmente estreou "Sex Tape: Perdido Na Nuvem", um longa mais antenado na atualidade mundial que está tão ligada em aplicativos para smartphones e tablets que muitas vezes nem sabe operar direito aquilo, mas acha legal alguma funcionalidade, e utilizam dessa interação juntamente com uma cagada da tradicional forma de apimentar um casamento que tinha tudo para dar errado. Pois bem, sem falar muito mais, o longa mesmo apelando em diversos momentos, é engraçado na naturalidade dos fatos, fazendo o que uma boa comédia deve ter como base, que é fazer o público rir, e tirando pouquíssimas pessoas da sala que assisti, a maioria riu demais durante toda a duração, tendo apenas alguns respiros dramáticos para relaxar.
O filme nos mostra que quando Jay e Annie se conheceram, o romance era intenso; mas 10 anos e dois filhos depois, a chama do amor deles começa a se apagar. Para apimentar um pouco a coisa, eles decidem -- porquê não? -- gravar um vídeo de uma maratona de 3 horas onde eles tentam fazer todas as posições do livro A Alegria do Sexo. Parece uma grande ideia, até eles descobrirem que o seu vídeo não é mais tão privado assim. Com a reputação em jogo; sabendo que estão a apenas um clique de terem sua intimidade revelada ao mundo; eles partem em uma corrida para evitar que o vídeo vaze, o que dá aos dois uma noite inesquecível e mostra que o vídeo pode ser ainda mais revelador do que eles imaginavam.
A base do roteiro não podemos dizer que é algo inovadora, mas apenas algo montado de forma a entrar mais dentro do mundo tecnológico que vivemos atualmente. Com a história de Kate Angelo, que fez boas séries, o roteiro acabou desenvolvido a três mãos inclusive por Jason Segel, que protagoniza também o filme, o diretor Jake Kasdan, que finalmente conseguiu ter Cameron Diaz pelada completamente no seu set depois de tentar muito em "Professora Sem Classe", teve capacidade de montar um filme com uma premissa simples, a busca por algo, que tantos outros já fizeram, alguns bem sucedidos, outros nem tanto, e ao trabalhar com situações, foi capaz de focar a cada momento numa situação, embora absurda, bem divertida e que por ser inusitada acabou bem encaixada na trama. Claro que não podemos falar que é o melhor filme do planeta, mas com as boas sacadas e câmeras bem posicionadas para não seguir uma nuance tradicionalista, o filme acaba divertindo até mais do que muitos imaginaram, e assim cumpre o princípio básico de uma boa comédia, que é fazer o público rir, claro teremos alguns chatos de plantão que vão odiar o estilo do filme, mas garanto que a maioria irá divertir muito com a exibição.
No quesito atuação, mesmo já tendo feito par romântico, Segel e Diaz aparentam não ter tanta ligação química, de forma que nas cenas onde o envolvimento precisaria ser maior, a interpretação deles acaba soando bem falsa. Porém tirando esse detalhe, Cameron conseguiu voltar aos seus bons tempos de comédia fazendo das sacadas rápidas e do bom humor um detalhe bem chamativo para seu personagem. Jason por ser naturalmente um comediante, trabalhou mais com as piadas e menos com feições, e por isso é difícil que quem não entrar no clima tecnológico da trama vai acabar achando suas situações mais chatas do que engraçadas, tanto que em diversos momentos parecia que somente eu estava rindo na sala (sou doido?). Rob Corddry sempre trabalha bem, mas é um ator que apela demais nas feições e ao invés de fazer rir, muitas vezes até nos assusta com suas caras e bocas, mas aqui seu personagem embora repetitivo demais caiu bem na trama. Rob Lowe poderia nem fazer parte da trama, já que suas frases ficam no meio termo do que seria divertido, mas as situações que promove em sua casa, aparecendo em quadros inusitados nas paredes e com músicas completamente fora do âmbito natural foi algo completamente hilário de ver, então acabou valendo a participação. Por mais incrível que pareça, Jack Black fazendo uma ponta para mostrar conhecimento de todos os sites de vídeos pornô e sendo dono de um deles, acabou sendo mais preciso do que divertido e apelativo, então ficou bem encaixado a sua pontinha na trama, claro que seu momento conciliador foi falso demais, mas valeu pela tentativa. Dos demais atores todos são participações especiais que nem valem muito que seja falado algo, mas as expressões chantagistas de Harrison Holzer nos mostram que o garoto tem futuro.
Visualmente o longa optou por montar uma casa de classe média bem trabalhada nos elementos cênicos, para encaixar no vídeo erótico e nas gags interessantes, e prezou bastante nos quadros e diversos elementos da mansão do futuro chefe da protagonista, que com toda certeza quem observar os diversos detalhes vai rir demais nas cenas. Com uma iluminação bem trabalhada em sombras corretas e não forçando cenários claros demais, a equipe de fotografia obteve um resultado interessante, pois não precisou abusar de cores alegres demais para divertir, e isso é raro em comédias.
Enfim, é um filme que fará todos rirem bastante, claro que não teremos ninguém surtando nas salas de cinema por aí, mas que vale a pena ser conferido na sala escura, já que por termos cenas mais pesadinhas diríamos assim, quando sair na TV, mesmo que fechada, é capaz que picotem um pouco ele para não dar tanto conflito, e é justamente nessas cenas que o longa acaba ficando mais engraçado. Recomendo pra quem gosta de comédias com um pouco de apelação, pois quem preferir algo mais clássico é capaz de sentir ofendido com algumas cenas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda tenho mais um longa para conferir nessa semana, então abraços e até breve.
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