Existe algumas formas de falar que um filme é ruim, uma é enfeitar o doce e ficar tentando dar motivos para mostrar o que você não gostou nele, a outra é falar pouco dele, hoje tentarei utilizar essa segunda opção, pois falar muito de "Vestido Pra Casar" é gastar palavras com algo que não mereceria uma crítica de 10 palavras num jornal. E o mais triste é pensar da seguinte forma, pois alguns podem até falar que é birra com Leandro Hassum, o qual não consigo ver graça de forma alguma, mas não, dessa vez o roteiro foi o mais fraco possível, de maneira que ele até tentou fazer das suas gracinhas, mas se fizer você esboçar ao menos um sorriso, será em uma das cenas que já estão no trailer, ou na boa atuação de Érico Brás.
O filme nos mostra que Fernando é um homem que acredita que uma mentira não deve ganhar grandes proporções. De mentira em mentira, ele acaba transformando o dia do seu casamento uma verdadeira confusão que envolvem sua ex-mulher, sua noiva, o sogro, o primo, um estilista, uma socialite deslumbrada, policias, seguranças, além de um senador ciumento com sua mulher infiel.
Por alguns minutos tive um grande momento no início do filme por não ver a logomarca da Globo Filmes presente no longa, pois como sabemos 90% das comédias de sucesso nacional provém dessa empresa, mas dessa vez se o filme obtiver grande bilheteria ficará provado que o povo brasileiro literalmente gosta de pagar para ver coisas ruins. Bem, a sala onde vi havia bem poucas pessoas, e por incrível que possa parecer num longa classificado como comédia, tivemos 2 risadas, numa das cenas que por sinal já havia aparecido no trailer, e sim era ao menos divertida, mas nada que fizesse ninguém chorar de rir. Ou seja, um roteiro lastimável que tentou seguir os moldes da comédia do absurdo francesa, com alguns trejeitos das bagunças americanas de desencontros, e que acaba numa lambança tão grande que os diretores(sim no plural mesmo, pois precisou ainda ter duas pessoas pra dar conta de algo tão ruim) não conseguiram trabalhar ao menos com que um ator que é acostumado a fazer graça fosse ao menos engraçado, então o resultado é algo lastimável que a cada tentativa de melhorar a história, só me via pondo a mão na cabeça pensando em quão vexaminosa ainda poderia ficar a trama. Se ao dirigir o pai, Paulo Aragão já havia tomado diversas bordoadas, agora junto de Gerson Sanginitto pode preparar sua mala para tentar algo novo na vida, pois precisará limpar bem o currículo depois disto.
No quesito atuação, pela primeira vez na vida, fiquei com dó de um ator que eu não gosto, pois é notável a tentativa de Leandro Hassum fazer qualquer coisa engraçada na trama, mas o roteiro não permitia, então suas desventuras acabam num ciclo sem voltas que não divertem e ele ao fim parecia estar mais cansado do que estava fazendo do que satisfeito com qualquer um de seus gracejos. Fernanda Rodrigues é um enfeite cênico com tentativa de fazer um sotaque caipira, algo que se alguém rir disso merece não ver nunca mais nenhuma comédia na vida. André Mattos disse a mesma frase ao menos umas 10x no filme, o que prova a beleza de roteiro que foi entregue para os atores, e conseguiu ser mais engraçada sua cena culinária que qualquer outro momento. Marcos Veras é engraçado em seu canal no youtube, e seus momentos aqui parecia mostrar que nem sabia o que era uma câmera e para onde deveria interpretar. A grande salvação do filme, embora forçado demais nos clichês gays é Érico Brás que faz um estilista que fica completamente insano com a bebida, e seus momentos são os que mais faz rir, ou seja, um personagem mais do que secundário ser o principal motor de riso é a prova definitiva que faltava colocar em minha tese de que o filme não vale nada. Os demais personagens tentam aparecer, mas não conseguem sair no máximo de piadas prontas no estilo "A Praça é Nossa", por exemplo o caso de Eliezer Motta que faz um contador surdo.
Visualmente o longa não deixa a desejar, com casas grandiosas e bem decoradas, com festas feitas para impressionar no quesito produtivo da trama, de modo que fez os patrocinadores deixar um bom dinheiro para preparar tudo, mas como ouvi muito na época da faculdade, uma boa produção não faz um bom filme, ou seja, nem que colocassem uma chuva de ouro, conseguiriam salvar um texto mal preparado e desenvolvido. Com câmeras ágeis, a equipe de fotografia não se preocupou com as cenas onde necessitasse mais ou menos iluminação, colocando tudo como se estivesse ocorrendo ao meio dia de sol no máximo nível, clareando tudo com um tom de branco máximo, ou seja, não tiveram cuidado de trabalhar cores e efeitos com nada.
Enfim, até acabei falando coisas demais, para dizer que de forma alguma recomendo o filme. Se antes já estava torcendo para o sumiço das comédias bobas dentro do cinema nacional, agora defendo com unhas e dentes que se quiser fazer qualquer longa, ao menos tente trabalhar um roteiro decente para pelo menos cumprir o dever da classificação dele, ou seja, se é comédia, faça o público rir. Bem é isso, pessoal, irei conferir hoje à noite a outra estreia da semana, e espero poder voltar aqui para compartilhar algo bom com vocês, pois hoje foi duro ao menos esboçar vontade de escrever algo de um filme que como disse não valeria 10 palavras. Fico por aqui agora, mas volto em breve com mais um post, então abraços e até breve.
Justificativa da nota: 1 coelho para o personagem de Érico Brás e mais um na tentativa da produção de fazer algo grandioso, daria mais meio pelo esforço do Hassum, mas como não tenho meio coelho e muito menos sou fã dele, fica só com 2 mesmo.
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