sábado, 13 de setembro de 2014

3 Dias Para Matar

Sei que muitos amigos preferem aqueles filmes que fazem sua cabeça explodir de tanto pensar, também gosto deles, mas confesso que após uma semana estressante de trabalho não tem nada melhor do que ver um filme que você praticamente sabe de tudo que pode acontecer e não irá gastar um neurônio sequer para se divertir com o que verá. E dessa forma, mesmo vendo que as atuações são praticamente uma compilação de clichês, mas que foram bem usadas contendo uma beldade bem vestida, muitos tiros, uma perseguição bacana onde até um jovenzinho vibra no ônibus e boas situações cômicas, "3 Dias Para Matar" acaba sendo aquele estilo de filme que com toda certeza se você ver que vai passar em algum horário na televisão vai acabar revendo para relaxar com tudo que ele pode lhe proporcionar.

O filme nos mostra que Ethan Renner é um perigoso espião internacional que está próximo de finalmente se aposentar devido a uma doença terminal. Com o pouco tempo que lhe resta, ele tenta se reaproximar da ex-mulher e da filha, as únicas pessoas que nunca deixou de amar. Com receio de não ter tempo suficiente para encontrá-las, Ethan descobre a existência de uma droga que pode salvá-lo, mas para tê-la ele deve aceitar um último trabalho.

Como disse no começo, a história é bem simples e está longe dos complexos roteiros que Luc Benson costuma inventar moda, pois aqui o que nos é entregue na sinopse, é praticamente a mesma coisa que nos será mostrado em toda duração do filme. Mas longe de ser algo ruim por isso, o diretot McG conseguiu montar mais um filme totalmente no seu estilo, mantendo o tino policial que existia por trás da história e ainda colocando situações cômicas gostosas de ver que é sua característica marcante, como já vimos em "Guerra é Guerra" e os dois "As Panteras". Por saber trabalhar bem com a câmera em ação, o diretor abusou de cenas nas ruas de Paris e também por cenários com grandes corredores, para que tudo tivesse movimento e excelentes perseguições, dando um ar totalmente renovado para o protagonista, que se lembrarmos o tanto de filmes que já o vimos protagonizando vamos ver que estamos velhos também, então é melhor apenas achar que ele está velho, mas que assim como nós ainda faz bem seu trabalho.

Já que vamos falar da velhice de Kevin Costner, fazia tempo que não lhe davam um papel de protagonista, e aqui ficou evidente que tentou mostrar com muita força que ainda tem gás para receber tal responsabilidade com categoria, pois foi envolvente quando precisou, soube emocionar ao trabalhar com a família que invadiu seu apartamento e sem perder o tino cômico junto das cenas de tortura, conseguiu trabalhar de uma forma coerente que sempre fez dele um bom ator, claro que já teve momentos de glória no passado, mas ainda pode fazer muito por Hollywood. Sinceramente, não dá para falar mal jamais de Amber Heard, ela pode aparecer em cena falando oi apenas que o filme já vai valer muito, e aqui colocaram figurinos matadores para qualquer homem sair babando da sala do cinema, e claro também que ela não é fraca de expressões e marcou suas cenas com impacto característico. Gente, só passou 4 anos desde "Bravura Indômita" e a garotinha que tanto elogiamos lá já está enorme, e Hailee Steinfeld ainda conta com a mesma desenvoltura para ser sagaz nos seus diálogos, mas já anda abusando demais de caras e bocas para incorporar sua expressão, então precisa maneirar com isso senão logo mais ninguém vai querer ela em papéis mais fortes. Os vilões Tómas Lemarquis e Richard Samel foram bem dinâmicos e fizeram até algumas maldades interessantes, mas precisariam melhorar muito no nível de força expressiva para ficarem marcados dentre os vilões mais fodas do cinema. Em compensação, seus comparsas Marc Andréoni e Bruno Ricci que foram torturados pelo protagonista esbanjaram comicidade nas suas cenas, nos divertindo bastante com o que passaram. E se temos de destacar mais alguém, vale para Eriq Ebouaney que conseguiu emocionar na cena de nascimento e trabalhou bem em todas as demais cenas que apareceu.

As locações foram bem escolhidas para trabalhar tanto a vida noturna agitada de Paris quanto suas belezas costumeiras que estamos acostumados a ver em diversos filmes e aqui se encaixam da mesma forma usual. Claro que isso aumenta a quantidade de clichês do filme, mas é notável que o diretor sabe o que está fazendo, pois como disse no começo do texto, o longa não é algo para ficar pensando e sim apenas curtir mais um filme que veremos uma tonelada de vezes passando na TV aberta, e para isso, a cada ato temos mais e mais elementos cênicos que aparecem apenas por aparecer, não sendo nada marcante que vai ser usado depois para algo importante, claro que tirando a droga que o protagonista está tomando e retoma mais ao fim de forma engraçada até com o bilhete que vem anexado, mas a direção de arte se preocupou em colocar tudo para vibrar na mesma onda do diretor e com isso acertou a mão. A fotografia ficou um pouco perdida na quantidade de filtros de cores que usou, pois como temos muitas cenas em boates, as transições de cada momento ficaram bem embaralhadas visualmente, não deixando claro o que o diretor queria passar se era angústia ou ação na cena, e os efeitos colaterais da droga tentando passar uma sensação vertiginosa para o espectador também não casou muito bem com efeito usado.

Enfim, é um filme perfeito? Bem longe disso, como citei acima temos defeitos até demais, mas quem estiver cansado de uma semana cheia de problemas e não estiver com a cabeça limpa para ver as outras estreias que necessitam pensar e refletir mais sobre o que tentam nos passar, essa é a escolha certa para uma diversão agradável e sem muitos pudores. Claro que você verá na internet diversas críticas falando que é um filme que não vale a pena nem sair de casa para vê-lo, mas como vivo escutando "gosto cada um tem o seu", e o Coelho aqui até que gostou bastante do que viu aqui. Lógico que não darei uma nota gigantesca para o longa, afinal na nota necessitamos pontuar os erros, mas como tenho muitos amigos professores, pensem naquelas provas que o aluno te divertiu ao máximo com o que escreveu, mas você precisa dar um zero para ele, e assim fiquem com minha nota. Ainda volto muitas vezes nessa semana, então abraços e até breve pessoal.


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