A Lenda de Oz em 3D

9/28/2014 09:35:00 PM |

Se existe um estilo que funciona bem dentro do gênero animação é o musical, pois consegue segurar o roteiro e dinamizar a história sem que seja necessário impregnar com diálogos explicativos, o que acaba ficando a cargo das músicas. E com o lançamento "A Lenda de Oz" não só utilizaram bem esse estilo, como fizeram com que as canções compostas por Bryan Adams, ganhassem boas interpretações tanto na versão original por Lea Michelle e Martin Short, como na nacional ao serem sábios de escolher uma cantora para dublar Dorothy, no caso Manu Gavassi, e Rodrigo Lombardi, manda bem também como Bufão. E utilizando da minha técnica milenar de saber se a animação é boa, posso garantir que das 20/30 crianças que estavam na sala, todas ficaram paradinhas entretidas, ou seja, vai agradar a molecada em cheio ao estrear no dia 09.

A história nos mostra que Dorothy acaba de voltar para casa após sua incrível jornada em Oz. Ao acordar em Kansas após um tornado, Dorothy e Toto voltam para Oz em um arco-íris mágico enviado por seus amigos, o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata. Chegando em Oz, Dorothy descobre que o irmão malvado da Bruxa Má do Oeste, Bufão, está conquistando o lugar aos poucos e deixando um rastro de escuridão por onde passa. Mesmo a bruxa boa Glinda e seus poderes não conseguem combater Bufão, o que faz de Dorothy a única esperança de salvação.

O roteiro foi até bem elaborado, com a criação de novos personagens, e tivemos um desenvolvimento gostoso dentro da trama. E os diretores foram bem espertos ao montar o filme colocando ao mesmo tempo um mundo fantasioso destruído nos mesmos moldes que o mundo real acabou sendo estragado pela fúria da natureza. Claro que para não ficar muito pesado essa ideologia, infantilizaram bastante as coisas, então aqueles que não curtirem muito um desenho voltado quase que 100% para crianças é capaz de ficar irritado com o que verá na telona, mas quem for disposto a se divertir com algo totalmente colorido, recheado de canções bem colocadas e personagens que podem ter duas vertentes para serem analisados, com muita certeza sairá da sala satisfeito com o que verá.

A modelagem dos personagens não é algo muito elaborado, mas agrada visualmente com a quantidade de cores, para que cada personagem e cenário ficasse marcado por alguma característica e o público se identificasse com cada um. Dorothy está um pouco mais calma que o normal, e essa personalidade até que caiu bem para a trama, e acertadamente escolheram uma cantora/atriz para dublar um personagem que canta diversas músicas no decorrer do filme, assim a voz se manteve bem e as canções ficaram no tom perfeito com a dublagem de Manu Gavassi. E Rodrigo Lombardi encarnou literalmente o personagem do Bufão, fazendo trejeitos na voz que impressionaram e muito, transformando o personagem em algo que chamou bastante a atenção mesmo sendo o vilão do filme. Os personagens secundários agradaram também, principalmente o Marechal Mallow e a Princesa de Porcelana, que tiveram características bem pontuadas e na cena pós cachoeira fizeram uma cena bem envolvente na trama acompanhada de um ótimo número musical. A corujona e o cachorrinho também nos divertem na medida com seus trejeitos e com isso como disse acima, cada personagem tem sua cota de tela bem trabalhada para ninguém ficar sem escolher um personagem para seguir. Só achei triste matarem a atuação dos personagens característicos, Leão, Espantalho e Homem de Lata, mas isso foi uma opção para vendagem de outros personagens e nem sempre dá para agradar todo mundo.

Com um detalhamento preciso de elementos, mas sem procurar exagerar em criar texturas, a equipe de arte convence bem a garotada e os pais que forem ao cinema, pois é tudo bem didático e visual, e mesmo não sendo necessário explicar nada do que é mostrado na tela, em alguns momentos fazem questão de frisar o que está escrito. Com muitas cores e cenários bem encaixados, a trama viaja por lugares diferentes dos que já conhecemos nos outros filmes e isso funciona bem para caracterizar que Oz é maior do que conhecíamos, afinal não dá para conhecer um mundo todo num único filme não é mesmo?

A tecnologia 3D aqui foi usada mais para termos alguns elementos saindo da tela, e isso funciona bem na maior parte das cenas, sempre tendo algo, porém como a modelagem foi bem simples, não tivemos aqui uma profundidade mais agradável, que fizesse o desenho se parecer mais com um filme, e acredito que isso tenha sido bem proposital. Para quem gosta de coisas saindo da tela, vale destacar a cena final com os doces sendo usados como munição de guerra.

Por ser um longa musical, as canções com toda certeza ficaram responsáveis por dar vida ao filme, e como tiveram uma ótima composição de Bryan Adams, acabaram ficando boas na montagem dublada que como disse acabou sendo interpretada na primeira voz sempre por uma cantora, e junto de uma trilha orquestrada perfeita de Toby Chu, que só vem crescendo, o resultado final acaba sendo bem satisfatório.

Enfim, é um filme que com certeza vai segurar a garotada nas poltronas durante toda a exibição, mas por ter muita coisa infantil, os mais próximos da adolescência é capaz que não curta muito o que será mostrado, e quanto dos adultos, aqueles que liberarem a criança interior sairá feliz com o que lhe será apresentado com certeza. Dessa forma acabo recomendando a animação para todos, está longe de ser algo que vá ser visto ganhando algum prêmio, ou que vamos falar muito dela mais pra frente, mas cumpre bem o que foi proposto, agradando como uma diversão de final de semana. Bem é isso pessoal, ainda falta uma estreia dessa semana para conferir, e amanhã estarei de volta com ela, então abraços e até breve.


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