O filme tenta nos mostrar que Henrique é diretor de muitos filmes e pouca fama. Prestes a completar 40 anos, enfrenta o doloroso fim de um relacionamento e a complicada pré-produção de sua nova obra. Filmar é preciso, é uma necessidade, mas para começar ele precisa encontrar um rosto único.
A ideia do filme é bem válida e se quisessem daria para moldar um filme excelente, e principalmente de forma mais comercial e digerível, mas como Cristiano Burlan é um diretor que não faz filmes comuns, optou por fazer tudo às avessas do jeito artístico mais diferenciado possível, e com isso infelizmente o filme não empolga ao misturar de forma bem documental conversas com personagens fictícios, mas que tentam transpassar veracidade aos fatos, de modo a parecer sua vida real, que quem conhece um pouco mais dele por seus outros filmes e também pelo bate papo que tivemos após a sessão com o diretor de fotografia fica mais evidente ainda. A forma da montagem até consegue ser bem feita, mas o misto de técnicas não caiu bem e além de deixar o espectador cansado faz com que quem estivesse querendo ver algo mais até desistisse de tentar esperar ao ver que só fica patinando nas ideologias que deseja passar, ficando tudo mostrado, mas vago demais.
Quanto da atuação, Henrique Zanoni fez caras bem estranhas em diversos momentos, aparentando estar em transe em diversas cenas, e dessa forma não consegue agradar de forma alguma como protagonista, muito menos aparentar um diretor mesmo como deveria. Um bom momento do filme é a entrevista de Jean-Claude Bernardet, que ponderou diversas verdades sobre algumas épocas do Brasil e também falou sobre algumas visões de filmes ao tentar explanar as dúvidas do rapaz. Das moças que estão fazendo teste para ser protagonista do filme, a única coisa que dá para falar é que ao tentarem passar ser verdadeiras ficaram mais falsas ainda, ou seja, em momento algum o filme convenceu no quesito da atuação passar verossimilhança de que era uma ficção interessante.
O longa possui diversos elementos cênicos sempre aparecendo como: vinil, câmeras antigas e outros elementos da vida cotidiana de um filme, que foram usados para ressaltar a vida do diretor e isso agrada na questão técnica, mas como não é algo que optaram por salientar no filme, ficaram apenas como pontos mostrados e não algo que desse vida para a trama. No quesito fotográfico já tivemos algo que foi a boa escolha em trabalhar com preto e branco que mesmo não tendo o contraste perfeito para a técnica ficou bem encaixada na trama, e com os truques usados pela equipe que o diretor Rafael Nobre nos falou ficou ao menos mais divertido saber que o filme foi feito na raça, mas bem trabalhado no olhar.
Enfim, só recomendo assistir para quem realmente gostar de experimentalismos estranhos misturando vida e arte, senão não vale a pena gastar quase duas horas da sua vida com algo que é indigerível. Bem é isso pessoal, essa foi uma aparição da SEDA(Semana do Audiovisual) que está ocorrendo em Ribeirão Preto, e valeu apenas para conhecimento de mais um filme do diretor, mas que como disse recomendo apenas para um seletíssimo grupo que vai conseguir gostar de uma ou outra nuance. Fico por aqui hoje, mas volto na quinta com as estreias da semana, então abraços e até breve.
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