O filme nos mostra que sem lembrar de absolutamente nada, Thomas acorda em um enorme labirinto. Mas ele não está sozinho. Há um grupo de garotos que, assim como ele, não fazem a mínima ideia do porquê de estarem naquele lugar. Todos desconhecem os mistérios que os muros do labirinto escondem. Mas, rapidamente, Thomas descobre que seu dever é liderar o grupo para a liberdade.
Se existe uma coisa engraçada no cinema é que nunca conseguirão agradar todo mundo, pois roteiros baseados em livros, ou o pessoal reclama que faltou coisa demais que continha no livro ou reclamam demais por colocar todos os códigos malucos que um escritor coloca na trama para dentro do filme e que só quem leu entenderá tudo. Aqui o diretor estreante Wes Ball optou em levar o escritor da saga James Dashner para dentro do set para que o longa ficasse o mais fiel possível ao livro, e mesmo não tendo lido uma página sequer é notável esse trabalho pela quantidade de elementos que precisariam ser explicados nas entrelinhas, e isso com certeza ocorre no livro, mas que estão enquadrados tão rapidamente no filme que somente depois de acostumar bem com tudo, entramos no ritmo exato para saber que cruel que aparece legendado várias vezes é na verdade C.R.U.E.L. ou W.C.K.D. originalmente, uma sigla que vai ser explicada tão rapidamente na cena final e que será bem usada mais pra frente. Como o diretor anteriormente trabalhou mais nas funções de arte, aqui ele priorizou bem a cenografia, utilizando ela para contar a história, e o labirinto acaba mais forte até mesmo que a trama em si, assim o filme fica muito bom visualmente, mas superficial demais.
Com um elenco jovem, mas não inexperiente, a trama se desenvolve quase que solta nas mãos dos garotos, e isso é bom, pois vemos que a maioria ali já tem expressão formada com tão pouca idade, e pode despontar facilmente mais pra frente, seja nas continuações do longa ou até mesmo em outros filmes. O protagonista Dylan O'Brien já é bem famoso pela série que protagoniza, e aqui encarou a trama como um líder mesmo, chamando a câmera para si nos momentos mais precisos e encaixando expressão até onde não precisaria de forma a ficar convincente com a trama. Will Poulter já era chatinho há 4 anos quando se achava demais no filme das "Crônicas de Nárnia" e agora que já está com seus 21 anos, faz tantas caretas que mesmo tendo bons diálogos acaba irritando com o que faz em cena com o seu Gally. Thomas Brodie-Sangster faz de seu Newt um personagem bem pacificador, só que não chega a decolar nesse primeiro filme, acredito que será mais importante pra frente. Aml Ameen faz do personagem Alby algo com um carisma tão grande quanto sua força e isso motiva seguirmos seus passos na trama, poderia apenas não ter feito tantas caras e bocas depois de picado, mas isso é algo que cada ator escolhe como fazer, então fica difícil. Ki Hong Lee tem carisma e faz bem suas cenas sem forçar muito as expressões e isso é bom, pois como um corredor ficaria até chato demais ele conversando muito. E Kaya Scodelario quase não chama atenção no meio de tantos homens, de forma que faltou chamar pra si a câmera, e com isso acabou sendo apenas uma menina no meio dos meninos, também acredito que vá aparecer mais nos próximos, mas aqui foi bem falha. Dos demais garotos, a maioria acaba sendo meio que desprezada dentro da trama, nem chamando muita atenção, nem interagindo demais com os protagonistas, valendo destacar apenas a simpatia do jovem gordinho Blake Cooper que soube nos seus momentos chave junto do protagonista agradar.
A cenografia totalmente futurista, mas com nuances bem rústicas é algo que nos chama a atenção na trama, e mesmo tendo muita coisa digital, a equipe de arte sofreu bastante para reproduzir o que é notável como sendo real, e cercado de muitos elementos cênicos, os protagonistas conseguem demonstrar temor pelo que aparece frente a seus olhos, principalmente com os bichões digitais que devem ter sido mostrados para eles assustarem tanto, já que eles eram bem feios mesmo. E falando nos bichões e até mesmo no labirinto em si, a forma digital foi muito bem empregada para disfarçar falhas e ficou tão bem colocado que se não soubéssemos que o longa teve um orçamento razoavelmente baixo poderíamos falar que gastaram horrores fazendo pós-produção, mas não, muita coisa preferiram na raça mesmo. E para que esse efeito funcionasse bem, utilizaram a técnica mais primitiva das produções de baixo orçamento, apagar a luz, temos uma fotografia onde o preto e o vermelho escuro dominam sem precedentes, de forma que mesmo vendo na melhor projeção da cidade é capaz que muitas cenas você não veja quase detalhe algum da maioria das cenas, e isso é proposital, e funciona muito bem.
Enfim, é um filme bacana de acompanhar que tem uma expressão bem forte que deseja mostrar, mas que ainda não decolou nesse primeiro filme. Com certeza terá seus fãs, mas não posso garantir que será uma sensação nos cinemas, pois muitos já sabem que não será um único filme que irá contar toda a história, além de que o exército de adolescentes que irão dominar as salas acaba assustando muitos adultos. A história consegue nos prender e vale a pena ser conferida, e como disse, talvez os próximos engrene mais. Recomendo ver ele sem preconceitos e muito menos tentar comparar com alguma das sagas de sucesso que estão na metade ou fim, pois essa saga tem suas características próprias e aqui foi apenas a apresentação para essa nova vertente, veremos se irá decolar realmente nos demais. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda faltam duas estreias para conferir, então volto logo mais com novos posts. Então abraços e até breve.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...