Sin City: A Dama Fatal em 3D

9/28/2014 02:37:00 AM |

Estética perfeita, mais história bem amarrada, mais lindas mulheres, mais homens sem piedade para matar bem matado, mais... mais... bom não precisaria nem falar nada de "Sin City: A Dama Fatal", mas se eu deixar o texto aqui em branco vão me matar.. rss. Pois bem, conseguiram realmente fazer algo melhor que o sucesso de 2005, incorporaram a tecnologia 3D que está na moda, onde nem seria necessário, já que só o contraste preto e branco já dá as nuances necessárias, mas ao misturar coisas novas com coisas antigas, deixou esse Coelho um pouco perdido na trama, quase deixando ele bravo com tudo que ocorria ali, mas não tem como achar esse filme ruim, e juntando todas as pecinhas ficamos bem felizes com tudo.

O filme nos mostra que após a morte de John Hartigan, Nancy Callahan só pensa em vingança. Ela passa suas noites dançando no mesmo bar, mas agora na companhia de uma garrafa de bebida, enquanto toma coragem para enfrentar o poderoso Senador Roark. Ao mesmo tempo, Dwight tenta ajudar a enigmática Ava apenas para se ver traído mais uma vez por esta dama fatal. Praticamente destruído, ele buscará a ajuda de Gail e sua turma para enfrentar a amada, enquanto que Nancy contará com o apoio do gigante Marv.

Diferente do filme anterior que cada história tinha seu pedaço, aqui tudo ocorre ao mesmo tempo, e contendo três histórias de Frank Miller, algumas que ocorrem depois do primeiro filme e outra que ocorre antes, ficamos um pouco fora de si para juntar todas as peças, mas os diretores Robert Rodriguez e o próprio Frank Miller conseguiram trabalhar tão bem todos os elementos que mesmo errando nas passagens de tempo, o resultado final acaba agradando bastante. Dando um pequeno spoiler, apenas para citar o erro mais grotesco, o personagem de Manute no primeiro filme já está sem olho e é explodido na cena final, aqui sua história se passa antes do primeiro filme e ele ainda tem os dois olhos, mas numa das cenas tão logo Dwight que arranca o olho dele, ele vai para a cidade velha e na sala com as moças, Gail fala para Miho que ele a salvou no tiroteio que o grandalhão já estava sem olho, ou seja, uma bagunça imensa que dá para se perder, e olha que nem costumo prestar tanta atenção nessas bagunças. Porém tirando esse detalhe, a textura do filme tem tanto contraste que o filme vira quase um espetáculo visual, e mesmo aqui tendo menos vilões que no primeiro filme, somos levados a ter ódio de vários personagens para torcer pelos "bonzinhos".

Nem em amistoso da seleção, uma continuação/spin-off tem tantas substituições como nesse filme, afinal trocaram o "mocinho" pela fisionomia de idade, o vilão porque morreu realmente, a espadachim porquê ficou mais velha, entre outros casos, mas as alterações fizeram igual ou melhor para representar bem o papel que defenderam. Mickey Rourke parece não ter envelhecido uma grama sequer em 9 anos, e manteve sua força no nível mais alto para que seu Marv convencesse até cansar com sua cena final, onde dá para ficar completamente irritado, não vou falar o que acontece, mas é totalmente incompatível com o que fez no filme todo, sua personalidade forte natural dá o tom correto para o personagem, e isso é muito bom para a trama toda. Jessica Alba continua perfeita dançando e como atiradora mandou razoavelmente bem, poderia ser menos forçada suas ações com a arma de flechas, mas no geral agrada também. Josh Brolin sendo Clive Owen mais novo no papel de Dwight até convence e faz bem o papel, mantendo o mesmo estilo de trejeitos e tudo mais, mas como disse acima, sua parte é a mais bagunçada em quesitos de datas, então quem assim como eu tiver re-assistido o primeiro pode reclamar. Eva Green demonstrou sensualidade e fez um papel incrível de Ava frente à tudo, mantendo sobriedade e ao mesmo tempo sendo uma tremenda duma pessoa para ficarmos com raiva, mas não tem como ficar puto com uma mulher tão bonita. Rosario Dawson fez duas excelentes cenas e se saiu muito bem com sua Gail, mas sem dúvida a cena do carro é a que fez melhor nos dois filmes. Dennis Haysbert até tentou fazer bem seu papel, mas Michael Clarke Duncan é insubstituível, e teria sido bem melhor o personagem não aparecer na nova trama, pois acabou servindo de erro e o ator mesmo sendo durão ficou falso demais na interpretação de Manute. As partes envolvendo Joseph Gordon-Levitt com seu Johnny e Powers Boothe como Senador Roarke ficaram bem trabalhadas e são as que mais nos convence na trama, pois ambos estão dispostos a tudo, e souberam fazer de seus personagens algo que realmente impressionasse tanto na interpretação quanto na história dialogada. E embora seja uma pequena participação Christopher Lloyd faz uma cena tão divertida que acaba agrando demais, valendo com toda certeza destacar sua participação.

Se existe algo no filme que nota 10 é pouco para ser dada, é a questão estética visual dele, pois a quantidade de detalhes que são colocados em cena, mesmo sem chamar a atenção das cores, é algo incrível, e em diversos momentos o que deve ser realçado, ainda colocam em cores, ou seja, se no primeiro filme isso já havia ficado bom demais com a técnica que empregaram, agora ficou perfeito, afinal além de tudo isso, optaram por dar ainda mais contraste nas sombras para realçar a profundidade tridimensional, e aliado à isso colocaram elementos saindo da tela em direção ao espectador, fazendo com que o dinheiro gasto para ver o filme em 3D valesse bem a pena já nas primeiras cenas. Se muitos acham que iluminar bem um filme é uma tarefa difícil, fazer um longa totalmente em preto e branco é de arrancar todos os cabelos com pinças, pois se errar no contraste fica falso e não agrada, e aqui como é necessário ainda por cima aplicar os efeitos de quadrinhos, poderíamos ter algo que beirasse o ridículo, mas muito pelo contrário, acaba ficando genial.

Enfim, novamente tivemos um filmaço, que se não tivessem errado feio na bagunça de datas, seria mais do que perfeito valendo até uma nota 11 se existisse, mas esse problema técnico que conhecemos como furo de roteiro ficou evidente demais pra quem tiver assistido os dois filmes, quem for direto nesse nem deve reclamar de nada, mas como temos praticamente uma sequência bem pautada para o entendimento completo, aqui a confusão vale a pena ser pontuada. Ainda assim, claro que recomendo demais o filme, pois esse detalhe só vai pesar mesmo pra quem for chato, e assim sendo vai ser difícil encontrar quem não ame ele. Fico na esperança de que se forem fazer um terceiro filme, não mexam mais com essa bagunça de datas, que daí não há como errar, e assim poderei enfim criar uma nota 11. Bem é isso pessoal, ainda temos muitos filmes para conferir, então abraços e até logo.

PS: Ia reduzir mais a nota devido ao erro técnico, mas só de lembrar da Eva Green e da Jessica Alba a nota sobe bem!!!


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