Bom, não tenho outra solução ao falar do filme que ou você irá rir muito com as escatologias que o diretor nos propõe na tela, ou vai sair ofendido com tudo que é mostrado e não irá curtir nem um pouco. Com isso em mente, o que o diretor, roteirista e ator Seth MacFarlane nos propõe em "Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola", onde o nome original tem mais sentido ("Um Milhão de Maneiras de Morrer no Oeste"), nos entrega é uma comédia onde o termo rir faz todo sentido, nem que pra isso necessite usar de todas as ferramentas que ele conhece, que é forçar a barra e colocar exageros nojentos dentro de sua trama, mas como já disse algumas vezes nos meus textos, qual é a missão de uma comédia: fazer rir, então se funcionou, o filme é bom.
O filme nos mostra que o fazendeiro Albert é deixado pela namorada após se acovardar em um tiroteio. Mas, quando uma misteriosa e bela mulher chega à cidade e o ajuda a tomar coragem, Albert acaba se apaixonando por ela. Entretanto, um fora-da-lei chega em busca de vingança e Albert terá que colocar em prática sua coragem.
A sinopse é bem simples, e o filme também é, mas com todas as características de um faroeste, aliado à alta quantidade de referências que o diretor gosta de inserir em seus filmes, o resultado acaba sendo bem satisfatório, já que quem for preparado para o uso de linguajares bem fortes e cenas onde a escatologia come solta por saber que o diretor adora esse estilo, vide seu desenho("Família da Pesada") e filme("Ted") anteriores, vai acabará se divertindo e rindo bastante com o que é apresentado. E além disso, o diretor foi esperto suficiente para mesmo sendo o protagonista da trama, deixar que sua equipe não ficasse somente com ele enquadrado, e isso deu ângulos até que interessantes para o desenvolvimento da história. Claro que o problema da postura irreverente não será um grande fator para que o público não vá aos cinemas ver ele, afinal se "Vovô Sem Vergonha" fez alta bilheteria, o que é mostrado aqui é fichinha, mas o maior entrave da trama ficou pela distribuidora H2O Films demorar no lançamento dele no Brasil, já que originalmente previsto para Maio/Junho desse ano, muita gente baixou ele e a pirataria acabou correndo solta, ou seja, veremos o andamento, mas vai ser complicado para as ovelhinhas decolarem.
Já falei algumas vezes também que sou contra a pessoa querer cobrar o escanteio, cabecear e defender o gol em todas as profissões, e aqui Seth MacFarlane poderia muito bem ter ficado apenas com o roteiro e direção que arrumaria facilmente um ator satisfatório para o seu papel na trama, não que ele tenha ficado ruim, mas é notável as cenas que ele tenta ser mais chamativo e se atrapalha porque está dirigindo o restante que está sob o olhar das câmeras, além de que seu estilo cômico é um, e o que o papel pedia era alguém com mais dinâmica. Charlize Theron a cada ano que passa fica mais bela, e deve jantar formol, pois a idade não lhe pesa em momento algum, seus trejeitos suaves ficaram chamativos demais para interpretar uma pistoleira durona, e quase isso lhe atrapalha no decorrer do filme, por sorte tinha sempre ao seu lado o diretor para atrapalhar em algo e tirar o foco de si, senão o filme poderia ser um fiasco total. Liam Neeson aparece bem pouco na trama, mas seus três ou quatro momentos são bem encaixados e divertidos de acompanhar, mostrando uma faceta a mais do ator que é segurar o tino cômico mesmo que não precise fazer graça. A nossa Nicolas Cage feminina, que faz mais filmes do que consegue pensar, mais conhecida pelo nome de Amanda Seyfried aqui está insossa de tal maneira que chega a incomodar, e olha que mesmo muita gente reclamando dos seus outros filmes sempre a defendi, mas dessa vez não teve como, a jovem atriz começa o longa com uma expressão e faz a mesma em todos os momentos que aparece sem dar ao menos um toque diferenciado. Os demais personagens servem mais como encaixe para cada ato, e vale destacar apenas Neil Patrick Harris como o novo namorado de Amanda e Givanni Ribisi como o amigo ingênuo alvo das piadas mais antigas que minha avó, mas que com sua cara boba até funcionou algumas. Ah e vale também destacar o cachorro que na trama chama Tampão que mesmo sumindo numa cena e aparecendo na seguinte, fez expressões bem melhores que a de Amanda Seyfried, mas isso é fácil demais. E claro que as participações de Christopher Lloyd e Jamie Foxx também foram de uma adequação perfeita.
Agora um ponto que com muita certeza não podemos reclamar de forma alguma é o conceito visual da trama, que quem quiser comparar com qualquer western verá referências minuciosas que a produção fez questão de colocar com detalhes impecáveis, e isso é algo bem bacana de ficar acompanhando, claro que não é algo que salvaria o filme dos abusos cometidos pelo roteiro, mas ver um bom cenário western na tela é algo que sempre agrada. Os momentos de viagem com a droga indígena também é bem divertido de ver com as ovelhas criando formas impressionistas bem divertidas de observar ao fundo, bem mais do que parar para prestar atenção no protagonista. A fotografia não poderia usar outro filtro que não fosse o sépia, afinal estamos falando de um western, e com boas nuances puxando um tom abaixo em diversos momentos, acabou não ficando tão pesado no nível sujeira na tela, o que foi um grande acerto também.
Enfim, junto de uma trilha totalmente tradicional, com alguns momentos bem cômicos que referenciam outros filmes, o longa não vai ter pessoas que vão ficar em cima do muro, ou vão gostar bastante ou vão odiar bastante, então pensando no que disse no primeiro parágrafo, deixo a recomendação do filme somente para quem gostar de rir com longas onde tudo é muito abusado e forçado para que você ria. E assim sendo, acabei gostando do que vi, mas confesso que preferiria algo mais light no teor nojeiras na tela. Fico por aqui hoje, mas apenas comecei antecipadamente a nova semana cinematográfica graças ao pessoal da Difusora FM 91,3Mhz de Ribeirão que nos proporcionou essa pré-estreia e hoje a noite novamente nos colocará a frente de mais uma das estreias da próxima quinta-feira, então abraços a todos e até mais pessoal.
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