sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O Apocalipse

Tem filmes que vamos já com pré-conceitos para a sessão, e o maior deles ultimamente da maioria das pessoas é "tem Nicolas Cage é ruim!", mas como sempre vou às sessões disposto à curtir o que o filme pode me passar, o que posso dizer inicialmente é que você pode sair da sua casa tranquilo para assistir "O Apocalipse" que ele consegue nos deixar tensos em alguns momentos e mesmo tendo toda a temática bíblica por trás de uma refilmagem, consegue manter a ação constante do início ao fim, claro que com muitas cenas improváveis de uma realidade, sem perder o contexto e dessa forma agradar a quem for disposto a curtir um filme sem pré-conceitos.

O filme nos mostra que após um longo tempo, Chloe decidiu visitar os pais. Ela andava irritava com a mãe, Irene, que há cerca de um ano insistia na pregação religiosa a todos à sua volta. Ainda no aeroporto ela encontra por acaso com seu pai, Rayford, um piloto de avião que iria trabalhar bem no dia do aniversário. Não demora muito para que Chloe perceba que ele arquitetou a viagem para ter um encontro com uma das aeromoças, o que a deixa bastante decepcionada. Também no aeroporto ela conhece Buck, que se interessa por ela mas embarca no voo que será pilotado por Rayford. Durante a viagem, algo repentino acontece em todo o planeta: milhões de pessoas simplesmente desaparecem, sem deixar vestígios. A situação causa um pânico geral.

Embora possa assustar o mote da trama ser religioso, e isso ser algo forte dentro da história, o longa até que consegue surpreender pela quantidade de ação, o que é um pouco incomum em filmes que possuem esse estilo de história. Claro que muito disso se deve ao roteiro ser embasado numa série completa de livros, que já foi transposta para as telonas mundiais como uma trilogia em 2000, sendo lançado aqui no Brasil diretamente em DVD com o nome original dos livros "Deixados Para Trás". O diretor Vic Armstrong, que é especialista em dublês, poderia ter abusado um pouco mais de cenas envolvendo os conflitos dentro do avião e nas ruas, mas aí fugiria um pouco dos protagonistas e não daria o tempo de um único filme, mas ele foi sábio ao menos em não ficar feito um maluco somente dentro dos fatores bíblicos, o que em algumas cenas até recai absurdo, já que a convicção é tão grande ninguém muda sua ideologia do nada, e felizmente isso não ocorre a todo momento. A cena final beira o absurdo máximo, já que em hipótese alguma tudo que ocorre ali rolaria, mas vamos levar em conta a ficção e aceitar.

Quanto das atuações, é de praxe que não dá querer que Nicolas Cage seja alguém diferente, e ainda me pergunto como ele ganhou um Oscar no passado, mas como um piloto até que saiu-se bem afinal não precisamos de alguém expressivo para o papel, claro que poderia nas cenas que envolvem mais tensão aparentar isso que agradaria mais, mas aí já não seria ele o protagonista. Chad Michael Murray incorporou na pele aqueles jornalistas chatos que não tem o que fazer, e quando o pau tá comendo solto pega sua câmera e filma, mesmo sem saber se vai sobreviver, vamos filmar tudo que tá acontecendo, e sua atuação até que convence bem, mas totalmente improvável o afeto entre ele e a protagonista logo de cara já virarem íntimos. Cassi Thomson com sua Chloe foi uma grata surpresa, ao fazer boas nuances de desespero e até algumas pitadas irônicas somente com o olhar, mas o grande problema é o que a pobre teve de fazer no filme, que sendo responsável pelas 2 cenas mais improváveis da história do cinema, acabará sendo lembrada por isso. Nicky Whelan também não teve muito o que fazer, apenas ser a aeromoça bonita que entra em desespero e tem um caso com o piloto, mas suas cenas de desespero foram ao menos convincentes e agradaram. Quanto dos demais passageiros é absurdo em cima de absurdo, e falar de qualquer um é querer rir do que fazem, inclusive quero saber o que leva uma cantora que já teve músicas no topo das paradas como Jordin Sparks a virar coadjuvante de quinta num filme, e ainda fazer toda a sua ceninha de desespero envolvendo marido e armas, totalmente fora do prumo.

Visualmente o longa teve um bom trabalho cênico, já que precisou de muita gente correndo nas cenas do shopping, todos com alguma coisa colorida na mão para distinguir e mostrar que não são clones digitais, dentro do avião foram condizentes ao mostrar à divisão de classes e bem colocados cada estilo de personalidade em cada área, sempre tendo algo para ser usado a mão. Nas cenas de destruição tivemos algumas micagens, mas sempre mostrando um bom trabalho da equipe artística para mostrar serviço, e isso é bacana, pois na trapalhada que acabam saindo boas cenas, e claro que muitas ruins também, mas aqui foi agradável ao menos. Um problema grande do filme ficou a cargo dos efeitos especiais, pois soaram falsos demais, e isso é um fator terrível dentro de longas de ação, afinal é um pecado a história envolver toda numa cena, e aí vem um fogo e chão partindo que não condiz jamais com o que aconteceria, entre outras coisas mais. A fotografia foi ao menos cuidadosa para não termos sombras demais dentro do avião, e preparou as cenas externas uma iluminação bem forte para que as nuances fossem mais chamativas, e tirando a maluquice final, tudo correu muito bem nesse quesito.

Enfim, é um filme bacana, que não tem nada a perder, afinal gastou-se pouco para um longa de ação e com 1 mês em cartaz em apenas alguns países já praticamente se pagou, e no Brasil como temos fãs a rodo do ator, é certeza de boa renda. Não posso dizer que é um filme maravilhoso, afinal pontuei os diversos problemas dele acima, mas recomendo para quem não tiver outros filmes para conferir e curtir uma ação "bíblica" na telona. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda tenho outras estreias para comentar, mas essa semana vou mais devagar no andamento aqui, então vamos com calma pessoal, então abraços e até breve.


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