Hoje acho que vou decepcionar muitos, afinal conheço no mínimo umas 10 pessoas que estavam malucas para ver essa continuação desde os anos 90! Mas, porém, contudo, entretanto, todavia e sem mais delongas, faltou comédia para "Debi e Lóide 2" ser engraçado no mesmo nível do original! Claro, que é assustadoramente estranho ver o filme e não parecer que viu o anterior praticamente no ano passado, já que as fisionomias de Jim Carrey e Jeff Daniels foi tão bem trabalhada que não aparentam ter envelhecido nem engordado sequer uma grama, mas o estilo de humor mudou muito em 20 anos, e piadas bobas que faziam qualquer um mijar de rir em 94, hoje soam pastelão demais. Não posso em momento algum dizer que não me diverti com o filme, pois as situações e a construção completa do roteiro é bem interessante, mas o que posso adiantar é que 90% das piadas que nos fazem esmiuçar algum sorriso já estão no trailer, e com isso acaba sendo meio que algo que queria engrenar, e fica no empurra-empurra.
O filme nos mostra que os inseparáveis Lloyd Christmas e Harry Dunne estão de volta! Vinte anos após sua última aventura, os amigos partem em busca da filha perdida de Harry, enquanto Lloyd tenta conquistar a sua mais nova paixão. No caminho, eles reencontram várias pessoas do passado e precisam aprender a lidar com responsabilidades que ainda não estão preparados para assumir.
Claro que por ter sido uma comédia completamente irreverente e que marcou uma época, assim que muitos viram o trailer nos cinemas da continuação, a expectativa juntamente da ansiedade já começou a bater nas portas de muita gente, mas esse é um dos problemas que sempre falei da maioria dos filmes: ir assistir esperando algo. Os irmãos Farrelly nesse meio de tempo pequeno de 20 anos, dirigiram várias outras comédias de sucesso, mas sempre carregaram nas costas o sucesso de seu primeiro filme, e isso uma hora ou outra teria de ser remexida, porém como o filme teve diversos tratamentos de roteiro, brigas de equipe e tudo mais que um sucesso poderia ter, o resultado acabou indo pegando muita turbulência e não ficou como deveria, o que é uma pena, já que uma boa comédia sem ser romantizada cairia como uma luva nessa época, mas o que vimos é algo tão comum que diferente do que acontece com boas comédias, o público sai da sala como se tivesse visto algo comum e sem graça.
Mas inegavelmente podemos culpar os atores pelo fracasso da comicidade do filme, muito pelo contrário, Jim Carrey e Jeff Daniels estão impagáveis com seus jeitos tradicionais de atuar, e incrivelmente assustadores por parecer que não fizeram nada nesse meio de caminho e gravaram a continuação logo em seguida do primeiro filme, o que mostra um trabalho minucioso da maquiagem e claro dos atores também, durante os créditos fica mais evidente ainda quando mixam as cenas dos dois filmes. Jim manteve seu estilo pastelão que vem sendo aprimorado em 20 anos e não muda nada, o que muitos até reclamam de suas atuações, claro que é uma forma de fazer comédia, mas já deu aparentar sempre o bobalhão com a mesma cara sempre, tanto que nas cenas onde engata sacadas mais irreverentes acaba agradando mais. Jeff pelo contrário mudou muito seu jeito de atuar e no princípio incomoda um pouco, pois aparenta ter esquecido como fazer rir, mas logo em seguida mostra uma força mais bacana e engraçada, claro que não com o gás que tinha nos anos 90, mas ainda assim seus olhares são engraçados. O grande problema do filme ficou por conta do elenco secundário, que fez toda a diferença no primeiro filme, e aqui são usados apenas para as esquetes, mas não funcionam da mesma forma, sempre soando superficiais demais para o momento e quando tentam ser engraçados piora ainda mais a situação, Rob Riggle e Laurie Holden conseguiram ser a pior dupla de antagonistas cômicos da história, e olha que já vi muito pseudo-vilão ruim por aí no cinema, mas suas cenas são péssimas. A única exceção é Rachel Melvin como Penny que se tivesse mais tempo em tela, acho que seria um frescor cômico bem interessante pelas bobagens que faz na tela. E Kathleen Turner serviu bem como Fraida nos momentos certos, mas nada que impressione, apenas sendo boa como motivo de piada, e servindo como piada pronta ao ser colocada como Jennifer Lawrence daqui 20 anos já que a atriz por ser fã da comédia fez uma pequena ponta como Fraida jovem.
Os acertos visuais foram bem pontuais, colocando cenários praticamente na mesma amplitude do primeiro filme, claro que longe das impagáveis cenas que faziam qualquer um rolar há 20 anos, aqui soaram comuns demais, já que qualquer comédia usa do estilo, então ficou mais como uma homenagem da equipe técnica ao conseguir que comparássemos cada situação do passado agora com o vigor mais tecnológico. Com isso temos elementos cênicos aos montes para ligar cada ato com determinado ambiente e objeto de cena, num trabalho cuidadoso da equipe artística, mas que acabou falhando ao exagerar demais aonde não necessitaria tanto, por exemplo nas cenas mais abertas, e nas cenas fechadas aonde a comicidade poderia fluir, optou por deixar nas mãos dos atores, e aí como disse as piadas daquela época não funcionam tão bem hoje. A fotografia usou o tom alaranjado em demasia, o que deixou o filme com cara de propaganda de lanchonete, aparentemente não foi nenhum patrocínio de nenhuma rede alimentícia, mas poderiam ter dado mais vida com cores menos tonalizadas e com mais sintonia em relação aos atos cômicos, trabalharia mais com o vermelho e amarelo sem misturar ambos.
Enfim, longe de ser um filme ruim ou bom, é um filme bem produzido e correto dentro do que foi proposto, garanto que vai ter gente que irá rir muito nas cenas chave, mas no contexto completo da trama a decepção foi maior do que a felicidade ao sair da sessão, e isso será notável em todas as sessões do longa. Claro que ao menos não temos algo muito pesado, mas faltou fazer com que o público mijasse de tanto rir, de forma que não dá para recomendar como uma comédia sensacional, mas que ainda assim é bem feitinha. Bem é isso pessoal, fico por aqui com a única estreia da semana no interior, já que as distribuidoras boicotaram os demais longas que estrearam no Brasil com medo do bicho-papão de salas da Quarta que vem, mas no Domingo estamos de volta com a Mostra Internacional de Cinema num longa de quase 4 horas, então o jeito é descansar bastante para aguentar o filmão, então abraços e até lá.
2 comentários:
Fernando, não foi o humor que mudou, fomos nós que ficamos velhos... A 20 anos atrás eu era um adolescente e qualquer idiotice era engraçada. Acho que se assistirmos o primeiro filme hoje ele tb não vai ser mais tão engraçado.
kkkkkk Olá Adilson... que maldade você nos chamar de velho hein... rsss... mas pensando bem existe essa forte possibilidade viu!!! Aliás acho que a última vez que vi o primeiro já tem ao menos uns 10 anos! Também era aborrescente há 20 anos... Abração!
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