As Aventuras de Paddington
Quando lançam filmes com temática familiar, a primeira coisa que me vem na mente é o quão além o pessoal irá conseguir viajar para adaptar a história de uma maneira que agrade tanto os pais que vão levar as crianças para assistir ao filme, quanto segurar a criançada nas poltronas. E quando essa soma funciona de uma maneira adequada, o resultado costuma ser muito bacana de acompanhar. Com “As Aventuras de Paddington” tivemos uma produção tão minuciosa e cheia de detalhes que fez do filme um trabalho preciso que consigo visualizar ele passando quase todas as tardes na TV para entreter a garotada, e olha que muitos pais acabarão puxando uma cadeira e assistindo junto, pois o urso é carismático, o filme tem um visual bacana e interativo de uma maneira tão curiosa que acabamos conversando com os personagens, e na sala do cinema acaba sendo tão engraçado ver toda a molecada avisando o urso da vilã, torcendo e tudo mais que não dá para negar que o acerto foi num nível máximo e acertado.
O filme conta a história de um jovem urso que viaja para Londres em busca de um lugar para morar, mas logo ele se vê sozinho na estação de Paddington e percebe que a vida na cidade grande não é como ele pensava. Tudo parece perdido, até que ele conhece a família Brown, que encontrou em sua roupa a inscrição: "Por favor, cuide deste urso. Obrigado!", e assim lhe oferece um refúgio temporário.
A história em si é bem simples, mas foi tramada de um forma tão envolvente e bem feita, que quando nos damos conta já estamos no mesmo barco do urso, rindo das confusões que se mete e torcendo para que a família se dê bem com ele, e isso não é ruim, muito pelo contrário, nos mostra que a ideia base dos roteiristas funcionou bem e que o diretor soube adequar a tecnologia para que o digital não estragasse, e principalmente funcionasse bem com os personagens de carne e osso, e como tudo foi pensado para agradar as crianças e divertir junto os adultos, no caso, pais que costumam levar as crianças, o longa acaba sendo bem bonito, mesmo tendo situações bobinhas demais. E o diretor Paul King teve como ajuda nada mais nada menos que David Heyman na produção que só fez toda a série "Harry Potter", então com essa base já dá para saber o nível técnico que se pode esperar do filme, e lhes garanto, está primoroso visualmente e tecnicamente, talvez com uma história mais forte teríamos um longa fenomenal, mas como o público alvo são as crianças, o resultado foi bem satisfatório para elas.
Por não terem enviado cópias legendadas para o interior, irei falar mais dos personagens do que da atuação em si de cada um, mas o que posso adiantar é com certeza que a voz de Danilo Gentili não atrapalhou em nada e o urso protagonista ganhou um sotaque paulistano muito bem interessante para Londres e divertida para nós com as piadas bem encaixadas. Paddington é daqueles ursos que não tem como não gostar dele, faz um monte de bagunças, mas sempre acabamos ficando do seu lado, mesmo que tenha feito alguma cagada, ou seja, quem não se afeiçoar ao ursinho não tem coração no peito. O personagem de Nicole Kidman não chega a ser uma vilã comum e sua Millicent ficou caricata demais, acredito que as influências para criar a personagem ficou dentro de Cruela Devil e a forma abusiva para parecer com ela soou um pouco falso demais, talvez o exagero se não ficasse tão forte agradaria bem mais. Por outro lado, Sally Hawks caiu como uma luva para dar vida à Senhora Brown, a personagem é totalmente a sua cara e seus trejeitos são bem gostosos de afeiçoar que ao estilo mãezona acabou abraçando tudo e todos de uma forma única. Hugh Bonneville é um ator que mesmo fazendo muitas comédias, parece não ser sua cara, e no estilo familiar, mesmo o Sr. Brown sendo um personagem mais duro, não caiu tão bem nele, claro que foi se soltando e entrando no clima logo na cena do sindicato dos geógrafos(acho que era esse o nome) e ficando muito bacana de ver toda a continuidade que deu para o personagem ficar interessante. Julie Walters como a Sra. Bird foi algo muito engraçado, pois o personagem é algo totalmente amalucado, e incrivelmente é sua cara ver ela fazendo toda a limpeza e sendo uma mulher forte e interessante, talvez um maior desenvolvimento do personagem para sabermos de onde veio tanta garra agradaria mais ainda. Enquanto o personagem Sr. Curry, que foi interpretado por Peter Capaldi, é daqueles que ficamos nos perguntando o motivo de colocarem alguém tão abobalhado numa trama, e mesmo tendo alguns momentos bacanas, na maior parte irrita seu estilo.
Visualmente, como já adiantei no começo, temos um show de produção e direção de arte, tanto no quesito digital com o urso, quanto nos demais elementos que são maravilhosos, o trenzinho na loja de chá, os tubos no departamento lá de pesquisa são apenas duas citações da imensa quantidade de elementos maravilhosos que são usados na arte do filme, ou seja, algo realmente lindo de ver na tela do cinema, e felizmente não vi nenhum defeito do digital sobrepor o real ou vice-versa. Para não termos esse problema, a iluminação da equipe de fotografia precisou dar uma reduzida na gama de cores, e isso ficou evidente na maior parte das cenas com um tom mais escuro do que a cor viva do início aonde só tínhamos os ursos, e isso já disse aqui algumas vezes, afinal a mistura do digital com o real precisa adequar tons, o que é muito trabalhoso e serão somente em casos de filmes caríssimos com câmeras incríveis que não veremos esse defeito, e aqui a produção foi mais econômica.
A banda que aparece em diversos momentos tocando canções bacanas de uma forma bem diferenciada e irreverente agradou bastante, mas como costumo falar em filmes infantis, gosto de ver os personagens principais envoltos nas canções, meio ao estilo Disney antigo, mas aqui não funcionaria muito o urso cantar, então a saída foi bem feita e o ritmo acabou encaixando bem na trama.
Enfim, um filme totalmente família que vai fazer a criançada bater papo com o protagonista, se divertir e lembrar bastante do personagem principal, e com muita certeza será daqueles filmes que vamos ver mais vezes nas sessões da tarde em datas especiais principalmente. Recomendo muito ele principalmente para quem tiver crianças para se divertir junto do protagonista na telona dos cinemas, e quem não tiver criança para levar, entre no clima e se divirta com o que é apresentado. Bem é isso pessoal, fecho a semana cinematográfica por aqui, a internet não colaborou muito para que eu pudesse subir os textos antes, mas estão todos aí. Nessa semana começo hoje a Maratona Hobbit, assistindo cada dia um dos filmes no Imax para que na Quarta complete com o lançamento do filme mais esperado do ano, como já temos textos dos dois primeiros, apenas farei comentários simples no Facebook e nos textos sobre o que achei da nova experiência de rever eles, e na quinta cedo com certeza já estará no ar o texto do novo, então abraços e até breve pessoal.
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