Dinheiro, essa palavra define Hollywood, então se você vê um filme mais ou menos e ele acaba rendendo o esperado ou mais pelos produtores, pode ter a certeza de 99% que em algum momento aparecerá uma continuação, um reboot ou algo baseado naquele filme. Porém algumas vezes, mesmo rendendo muito, os produtores acabam exigindo velocidade dos roteiristas na criação de um novo longa, e o resultado da criatividade deles nem sempre é tão satisfatória. E isso é o que acabou acontecendo em "Busca Implacável 3", que mesmo sendo cheio de ação, tiros e tudo mais que o gênero necessita para empolgar, acabou sendo totalmente previsível logo nas primeiras cenas, e isso incomoda muito no decorrer da trama, pois sempre estamos de olho no que vai acontecer praticamente já sabendo o que vai acontecer, perdendo a ideologia gostosa de ser surpreendido com algo. Claro que os outros dois filmes não foram tão misteriosos assim, mas ao menos dava um certo desespero ao pensar que ele não conseguiria o melhor resultado, mesmo sabendo que não iam ser tão perversos de fazer tudo dar errado.
O filme nos mostra que o ex-agente do governo norte-americano Bryan Mills tenta tornar-se um homem família, mas vê tudo ruir quando sua ex-esposa Lenore é assassinada. Acusado de ter cometido o crime, ele entra na mira da polícia de Los Angeles. Desolado e caçado, ele tenta encontrar os verdadeiros culpados e proteger a única coisa que lhe resta: a filha Kim.
Como foi solicitado pelo protagonista e aceito pelos produtores, a história agora não é mais sobre sequestros, e felizmente a nova história ficou menos cansativa nesse sentido, já que quem sequestrariam agora? Porém Luc Besson tem cada vez menos tempo para pensar em novas histórias, já que vem dirigindo, escrevendo e produzindo muitos filmes ultimamente, e cada um mais semelhante com o outro, então o que sobrava de mistério em suas histórias antigamente agora sobra de previsibilidade. Dessa forma com um roteiro bem previsível, sobrou para o diretor Olivier Megaton fazer o que mais tem sido sucesso em seus filmes, bota tudo pra voar, explodir e atirar pra todos os lados como se não houvesse amanhã, e posso garantir que o público alvo do estilo de ação que o longa propõe vai sair vibrando do cinema já esperando o quarto capítulo, ou pelo menos já o próximo longa de Liam Neeson que na sala aonde assisti o filme teve gente já achando que era trailer do próprio filme que iria passar em seguida.
Já que falei de Liam, definitivamente o ator mudou o jogo e agora cada vez mais faz filmes do estilo "sai da frente senão passo em cima de qualquer maneira" e isso é legal de ver, pois funcionou bem para ele, mas daqui a pouco só estará sendo lembrado por esses filmes e não por outros que botou sua interpretação de texto para jogo, claro que aqui novamente saiu muito bem, afinal ele é um ator que tem ritmo interessante e funciona bem nesses filmes, mas ainda estou esperando algo melhor para ele. Forrest Whitaker faz aqueles detetives que nos irrita por querer ser o centro das atenções, claro que tem situações bem cômicas com seus trejeitos, mas não precisavam ter forçado tanto o personagem, e o ator sendo bom do jeito que é poderia ter feito o papel de uma maneira menos caricata que agradaria bem mais. Maggie Grace fez bem o papel de Kim no primeiro filme com 25 anos, no segundo já com 29 não tem como ver ela como uma "adolescente" e agora com 31 fazendo faculdade como uma teenager soou falso demais e suas interpretações em diversas cenas beiraram o fiasco completo, então se houver um quarto filme, deem um jeito dela aparentar a real idade como mãe mesmo, cuidando da filhinha que deva ser sequestrada, que vai funcionar bem melhor. Famke Janssem trabalhou pouco dessa vez, já que morre logo no início do filme (antes que me xinguem está na sinopse, nos trailers e em tudo mais), mas manteve a forma expressiva dos outros dois filmes de uma maneira bem interessante nas três cenas que precisou interpretar, e isso mostra profissionalismo, o que acaba ocorrendo bem pouco com atores que morrem logo de cara nos filmes. Dougray Scott não me convenceu como marido rico em momento algum e suas expressões entregam o jogo muito facilmente, e isso ao mesmo tempo que bota culpa no roteiro, também tem um pouco de culpa no ator, que poderia ter trabalhado um lado mais denso e dramático para o personagem. Achei bacana a forma que arrumaram para voltar todos os amigos policiais de Mills para ajudar ele na fuga/caçada e praticamente todos os atores voltaram para seus papéis originais dos filmes anteriores, só mudando o personagem de Bernie por algum motivo que agora é feito por David Warshofsky e antes era feito por D.B.Sweeney. Agora para finalizar o ponto cômico ficou pela atuação de Sam Spruel como o "vilão russo", já que sempre tem de existir esse personagem nos filmes de ação, e nas cenas de luta apenas trajando uma cueca e fazendo trejeitos muito engraçados foi algo irônico demais.
Visualmente o longa está até mais do que satisfatório, já que com toda a correria temos diversas locações prontas para explodir e levar tiros dos mais diferentes calibres, o que acaba também sendo bem divertido. E aliado aos carros de luxo sendo destruídos de diversas maneiras, o que conseguimos observar é que a direção de arte precisou rebolar bastante com o orçamento para que o filme não ficasse falso demais, e o resultado foi bem satisfatório. A fotografia trabalhou na maior parte do tempo com cores mais escuras para tentar dar um pouco de suspense para a trama, mas o resultado como falei no começo ficou bem longe desse estilo.
Enfim, é um bom filme que diverte o pessoal disposto a ir numa sessão sem muito o que pensar, apenas pegar uma pipoca na bombonière e curtir a ação proposta. Claro que como disse, aqueles que já viram dezenas de filmes do estilo irão matar a trama toda em alguns minutos de projeção, mas ainda assim, a diversão compensa o preço do ingresso. Dessa forma fica minha recomendação para ele com esses pormenores, então se você não liga pra isso, boa sessão, senão passe longe. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã confiro a última estreia da semana pelo interior, então abraços e até breve.
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