O filme nos mostra que o mafioso do Brooklyn e matador profissional Jimmy Conlon, que era conhecido como o Coveiro, já viveu dias melhores. Amigo de longa data do chefão da máfia Shawn Maguire, Jimmy, hoje aos 55 anos, é assombrado pelos pecados cometidos no passado – além de um persistente detetive da polícia que há 30 anos está a um passo atrás de Jimmy. Ultimamente, parece que o único consolo de Jimmy está no fundo de um copo de uísque. Mas quando o filho de Jimmy, Mike, torna-se um alvo, Jimmy tem que optar entre a família do crime, que ele escolheu, e sua verdadeira família, que ele abandonou há muito tempo. Com Mike em fuga, a única penitência para os erros que Jimmy cometeu no passado é evitar que seu filho tenha o mesmo destino que ele certamente terá... no lado errado de uma arma, ou seja: com uma arma apontada para ele. Agora, sem ter a quem recorrer, Jimmy tem apenas uma noite para decidir exatamente a quem pertence sua lealdade e ver se finalmente fará a coisa certa.
Depois de fazer filmes de terror B, "Casa de Cera" e "A Orfã", o diretor espanhol Jaume Collet-Serra resolveu atacar algo mais cheio de adrenalina e com orçamentos digamos mais rechonchudos, e tem dado muito certo seu casamento com Liam Neeson, pois os outros dois filmes que fizeram juntos "Desconhecido" e "Sem Escalas" conseguiram emplacar e ter boas críticas espalhadas por aí. Mas com as novas tecnologias, o diretor anda inventando demais, e aqui abusou de voos panorâmicos pela cidade para ir mostrando o que está ocorrendo com cada um dos personagens, e isso de certa maneira cansa, pois o que funcionaria bem como um teste de câmeras, acabou virando brincadeira cênica dentro do filme. Não digo que isso possa estar presente dentro do roteiro de Brad Ingelsby, pois o mesmo gosta de colocar coisas diferenciadas dentro de tramas comuns, mas o filme sem esses voos que me irritaram muito, continuaria empolgante e bem colocado para agradar todo mundo, pois a história é algo que cabe bastante discussão, mas sem essa perspectiva, o roteiro procura funcionar mais como uma sessão pipoca lotada de tiros e ação para todo o lado, e dessa forma o funcionamento é notável e bem colocado.
Sobre as atuações, temos como sempre Liam Neeson mandando bem na sua forma expressiva, afinal o ator já foi até indicado ao Oscar, então sabe interpretar bem qualquer papel que lhe for dado, e como nos longas de ação, muito o que se faz fica por conta dos dublês, ele tem saído sempre bem, mas sou enfático que precisa trabalhar um pouco mais nas escolhas de roteiro, pois todos os filmes que faz sempre são muito semelhantes, o que vai acabar marcando sua carreira. Ed Harris fez um Shaw interessante, impondo sua voz à personalidade do mafioso com olhares tensos e bem determinados, que acabam marcando sua presença, claro que sempre manda bem em tudo que faz, mas sua cena final ficou meio boba demais e poderia ser algo mais elaborado. Joel Kinnaman fez algumas caretas, correu, bateu, atirou e tudo mais que fosse possível com seu Mike, mas faltou o principal chamar a responsabilidade para si em ao menos uma cena que ficasse lembrável, o que não ocorreu, então de protagonista do filme acabou ficando quase que como um figurante de luxo, e isso com certeza não estava presente no roteiro que lhe foi entregue. O rapper Common já está ficando mais comum, utilizando claro a piada com seu nome, nos cinemas do que nas músicas e isso não é algo ruim, pois o jovem sabe atuar de forma até que interessante, mas precisam começar a lhe dar textos maiores, pois correr e atirar fazendo pose é fácil, agora mostrar que o seu Price é um matador profissional que assusta na conversa também seria interessante. Boyd Holbrook merecia mostrar mais do seu lado maluco com seu Danny, ou até mesmo uma história mais alongada para mostrar como foi sua formação para o mundo do crime como seu pai mesmo diz em uma cena, e de certa forma o ator fez bem o papel, e agradaria ver mais cenas dele, mas aí não teríamos o mote para o filme todo, e precisariam de outro estilo completo de roteiro. Dos demais todos até cabem bem na trama e chamam atenção pelo menos para uma olhada rápida, mas Genesis Rodriguez como a esposa Gabriela foi literalmente um enfeite de cena que não gastou nem saliva para se apresentar para o sogro, ficando falsa demais até na cena que aparenta medo, ou seja, seria fácil o filme sem seu papel.
O conceito visual da trama se desenvolveu bem com boas cenas de ação pela rua, claro que com uma cenografia já existente, mas bem colocada dentro da proposta do filme de funcionar sempre a noite, acabou que ficou agradável. Além disso todos os locais contaram com muitos objetos cênicos para serem utilizados, mas na maior parte o que se usa são apenas as armas mesmo deixando que o restante servisse apenas de composição cenográfica. O longa contou também com carros bem interessantes para as perseguições e isso acabou dando um charme a mais para o filme. No conceito fotográfico, volto a discussão dos voos, que poderiam ser o show do filme se feito uma ou duas vezes apenas, mas a todo momento acabou cansando, e a equipe optou por usar meio que imagens congeladas o que em alguns momentos acaba até assustando o emprego da técnica, mas isso varia de gosto, e alguns com certeza adorarão ver isso, agora o ponto mais bonito da fotografia sem dúvida alguma é na última cena, quando no lago já com o nascer do sol, a névoa predominando a cenografia de árvores e alguns raios passando pela neblina, o que deu um charme único para o filme.
Junkie XL é daqueles compositores que mantém uma pegada clássica que você ouve e sabe que é dele, pois sempre muito cheia de batidas e junto de um som mais techno ele consegue ditar o ritmo solicitado por qualquer diretor para que o filme amarre o espectador na cadeira e não saia nem para ir no banheiro, e funciona, são raros os filmes que contém suas trilhas que o público fica passeando pela sala, mas segundo muitos dizem ainda está longe de um primor técnico que os artistas sonoros devem trabalhar, então vamos aguardar para que venha com técnica e impacto em breve.
Enfim, é um filme interessante que envolve e agrada bastante, mas como já vi diversos do estilo e principalmente feitos pelo mesmo ator, faltou o fator empolgação, pelo menos para a minha pessoa, claro que muitos vão amar o longa, pular, gritar, aplaudir e tudo mais, enquanto outros vão odiar profundamente e somente reclamar de tudo. O que sobra no geral é um longa para se ver sem pretensão alguma de expectativa, ou seja, o famoso cinema pipoca para ver e curtir apenas. Quem sabe alguma cena mais trabalhada agradaria a todos e ainda envolveria mais, mas o que foi entregue não foi isso. Portanto até recomendo ele para todos aqueles que gostam de curtição e tiros para todo lado, sem algo que tenha alguma história mais envolvente, o que repito, daria para fazer diversas alusões com a questão familiar e tudo mais, mas quem não gostar desse estilo, recomendo pular fora, eu como gosto, me diverti bastante. Bem é isso pessoal, fico por aqui por enquanto, mas ainda faltam dois longas para conferir nessa semana, então abraços e até breve.
PS: A nota poderia ser menor, principalmente pelos exageros de linguagem das câmeras completamente sem sentido voando a cada 10 minutos, mas como a ideologia do longa é algo mais relaxado para diversão apenas, e conta até com um roteiro (repetitivo) razoável, resolvi dar uma notinha melhor para ele.
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