domingo, 24 de maio de 2015

Poltergeist - O Fenômeno em 3D

Existem três estilos de filme de terror, o psicológico que julgo ser o pior de todos que você sai tremendo de medo do cinema na sessão de meia noite correndo pra chegar no seu carro, e depois fica pensando no longa o resto da noite, aqueles sangrentos ao extremo, que chegam até a dar ânsia de vômito depois de tanta coisa morta passear pela tela, e existe um terceiro que é o terror de entretenimento, que temos diversos efeitos, histórias mirabolantes, e até conseguem passar algum susto, mas o principal é o contexto completo da trama aonde tudo é importante no filme. O novo filme "Poltergeist - O Fenômeno" faz parte desse terceiro estilo, enquanto o original de 1982 trabalha mais com o lance psicológico, embora também possua um pouco de entretenimento, não dá para comparar os filmes, pois assim como aconteceu com "Karate Kid", aqui tivemos mais o uso do nome para vender o filme, mesmo com os paranormais explicando o que é um poltergeist, do que dizer que é uma refilmagem ou continuação do original, já que aqui outras coisas acabam sendo importantes para a trama. Portanto, vou me abster de comparações e falar o que esse novo possui de bom e ruim já que vale mais a pena pontuar isso do que relembrar o passado, e quem focar somente nesse, esquecendo o antigo, é bem provável que se divirta muito mais e saia feliz com a tensão proposta pelo longa.

O longa nos apresenta a família Bowen, que acaba de se mudar para uma nova casa. O pai, a mãe e os três filhos parecem se adaptar bem ao novo lar, até começarem a perceber estranhas manifestações em casa, atingindo principalmente a filha pequena. Um dia, ela é sequestrada pelas forças malignas, fazendo com que os pais procurem ajuda em especialistas no assunto, para recuperar a criança antes que seja tarde demais.

O longa foi todo trabalhado na questão visual e com um roteiro interessante, claro que nada que você descubra sozinho, precisando os amigos falar o que era a casa da família, depois o paranormal explicar minuciosamente cada item e por sequência até a garotinha falar cada detalhe do outro mundo, ou seja, você não precisará pensar em nada para entender o filme, tudo é explicado nos mínimos detalhes. Porém se tirarmos esse exagero explicativo, o longa funciona muito bem com os efeitos e alguns momentos até sentimos um pequeno arrepio da forma que a tensão ocorre. Claro que como o longa não tem muito impacto de cenas horripilantes, a apelação de sustos vindos do nada ou com som alto é a forma de recursos que o diretor encontrou para retornar basicamente à seu primeiro filme, "A Casa Monstro" e dessa forma ele saiu-se até que bem, mas como prefiro dizer, veja o filme como um entretenimento aonde envolvemos cenas de suspense com situações de terror, pois dificilmente veremos alguém na sala pulando de susto a cada momento ou tremendo de medo com a situação.

Quanto das atuações, em alguns momentos até conseguimos entrar na mesma onda de medo dos protagonistas, mas alguns soaram tão corajosos com tudo que desaponta na forma de interagir normalmente frente a algo desconhecido, e isso costuma ser uma falha grave nos filmes de terror. Sam Rockwell até faz um pai desempregado interessante, e ao desenvolver sua personalidade consegue passar bem o estilo, mas seu momento mais comovente aonde quase chora ficou mais próximo do ridículo do que uma emoção verdadeira, precisa melhorar nesse estilo mais dramatizado. Rosarie DeWitt também conseguiu ser uma mãe bem tradicional que se desespera de forma íntegra frente ao sumiço de sua filha e até consegue comover, mas faltou um pouco mais de cenas para que ela desenvolvesse mais. Agora como o longa focou nas crianças, todos foram muito bem em cena, de modo que Kyle Catlett consegue já ser assustador mesmo sem fazer nada, e olha que os efeitos nem vão tanto pra cima dele, mas olha, esse garotinho vai cair bem em qualquer longa de terror que quiserem por ele, podem anotar. E a garotinha Kennedi Clements até nos envolve bem com sua fofura, mas por ser muito nova, aparentemente não entendeu ou não foi explicado bem para ela como deveria interpretar em algumas cenas, e embora tenha feito bem, é notável falhas interpretativas. Jared Harris mereceria um longa só dele de caça aos fantasmas, no estilo mais cômico mesmo, pois sua expressividade como um paranormal até fica bacana de ver, mas seu jeitão é engraçado demais para acreditarmos nele. Os demais paranormais também ficaram dentro do normal esperado pelo estilo, mas poderiam ter trabalhado um pouco mais, de modo que Susan Heyward foi literalmente um enfeite de cena.

Falando em enfeites de cena, o visual da casa foi bem montado pela equipe artística, com muitos elementos para voar, luzes e efeitos digitais bem pensados para funcionar com a tecnologia 3D e claro coisas sinistras espalhadas pela casa para dar aquele medinho tradicional do gênero. Acreditava que os palhaços seriam mais bem usados, mas foram assustadores somente em duas cenas e depois praticamente evaporaram do longa, o que é uma pena, pois o elemento palhaço funciona bem em longas de terror. A fotografia também poderia ser mais escura para pegar o público desprevenido, mas isso é uma opção que ou funciona ou atrapalha, então como o longa foi filmado utilizando a tecnologia em 3D ao invés de ser convertido na edição, a opção de mais luz provavelmente foi devido à isso. Falando nos efeitos e no 3D, podemos dizer que tivemos coisas bem interessantes saindo da tela, uma boa projeção de efeitos digirais e uma profundidade até que relevante. Claro que o efeito não foi tão forte de perspectiva na maioria das cenas, mas na cena que vão para o outro lado, a imersão da câmera relembrou bons jogos de videogame que mesclam mortos com zumbis, e isso ficou bem bacana de ver com a tecnologia.

Enfim, é um filme bem feito que quem gosta de efeitos bem utilizados em um longa com uma certa dose de tensão vai curtir. Como disse no começo, procurem ver ele como um entretenimento já que não será muito assustador a maioria das cenas, e se assistido dessa forma é provável que você saia contente da sessão. Portanto recomendo ele dessa forma, o 3D está funcional, nada que você se surpreenda, mas funciona e agrada em alguns momentos. Bem é isso pessoal, encerro aqui minha semana cinematográfica, mas volto em breve assim que surgir algum novo filme, então abraços e até breve.

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