Sei que vão me crucificar mais uma vez, mas por incrível que pareça, alguns filmes toscos conseguem me divertir, e geralmente isso ocorre com paródias sem nexo algum. Claro que não posso falar de maneira alguma que "Super Velozes, Mega Furiosos" é o longa mais perfeito do planeta Terra, mas possui algumas baboseiras tão bem encaixadas para sacanear alguns pontos que sempre vimos como piada pronta nos longas da franquia "Velozes e Furiosos" que a diversão acaba acontecendo e a risada acaba vindo da maneira mais indignada possível de estar vendo aquilo na tela, ou seja, se você se irrita com esse estilo com toda certeza vai odiar desde a primeira cena, mas se estiver disposto a rir das coisas mais absurdas possíveis, a chance de sair indignado de ter dado tanta risada do longa é alta.
O filme nos mostra que Paul White é um policial que entra disfarçado para a gangue de corredores de rua ilegais liderada por Vin Serento. Agindo de forma veloz e furiosa a gangue tem o plano ousado e, ao mesmo tempo, ridículo de passar a perna no chefão do crime Juan Carlos de la Sol e pegar o dinheiro que ele esconde em uma lanchonete de comida mexicana.
A dupla Jason Friedberg e Aaron Seltzer já escrevem paródias desde os primórdios com o início da série "Todo Mundo em Pânico", mas foi em "Uma Comédia Nada Romântica" que resolveram atacar de diretores e praticamente a cada 1 ou 2 anos nos entregam algum besteirol pronto para zoar com alguma franquia famosa. O mais interessante é o tempo que demoraram para atacar o sucesso de "Velozes e Furiosos", pois a franquia famosa já estando na sétima etapa, somente agora resolveram começar a mexer desde o primeiro longa, não que o filme aqui fique preso somente ao que ocorreu no primeiro filme da franquia, bem como temos cenas de coisas da série que ocorreu no Rio, algumas piadas com Tóquio, mas no contexto geral, a situação se assemelha bem mais com o primeiro filme original, como a forma que um policial acaba entrando para uma gangue. A direção dos dois é algo que já venho olhando há tempos pela forma de atacar sem precedentes, e aqui foram focados em atirar de maneira certeira somente nos pontos que já são piadas prontas, não necessitando inventar muita coisa, por exemplo o jeito machão de Letty, os milhões de tiros que nunca acertam ninguém, os músculos oleosos de The Rock, e por aí vai, de modo que foram bem espertos em misturar os nomes reais dos atores do filme original com os nomes dos personagens, criando algo ainda mais engraçado de se ver na tela. Repito, não é algo primoroso, mas diverte por saber pontuar exatamente onde víamos as palhaçadas que acabavam ocorrendo no filme original, e assim quem lembrar das cenas, vai rir mais ainda do que é mostrado aqui na paródia.
Sobre os atores, aí é onde acho que pecaram um pouco, pois mesmo sendo caricatos e bem parecidos com os atores originais da franquia, podiam ter pego alguns mais experientes na forma de atuar comicamente, pois as situações em si já eram engraçadas, se colocassem então atores engraçados teríamos a perfeição para que a diversão fosse completa. Dale Pavinski já foi dublê de corridas em alguns filmes e até foi bem pontuado em algumas cenas onde deu um tom mais sério para o seu Vin Serento, mas faltou impactar mais nos momentos que necessitava mais expressão, e assim o resultado foi mais próximo de uma enganação do que uma homenagem/paródia realmente em cima do personagem. Alex Ashbaugh é bem parecido realmente com Paul Walker ao menos no quesito físico, pois na forma de atuar o jovem deixa bem a desejar, parecendo sempre estar um passo atrás do que deveria estar fazendo, e em algumas expressões poderia ter chamado mais atenção também, ou seja, bem fraco. Dio Johnson embora possua o sobrenome de The Rock não possui muita semelhança com o brucutu de rosto com o original, mas ao possuir o corpo todo bombado e a todo momento estar passando óleo Johnson no corpo é piada demais e acabou soando como o mais divertido da trama, embora com alguns pontos que poderiam certamente ser melhorados. De todos os atores da trama, o mais experiente em comédias é Omar Chaparro que fez o personagem de la Sol, mas deram para ele algo tão clichê de fazer que em certos momentos seu trejeito acaba ficando chato de ouvir, então perderam a oportunidade dele atuar bem e divertir, tanto que preferiu fazer a sacada com uma cena gravada durante os erros, que muitos vão entender bem o que ele diz ali. As mulheres fizeram o tradicional nesses filmes, que é mostrar o corpo e servirem de encaixe para as piadas, mas a sacada com o jeito masculino de Michelle Rodriguez interpretar foi muito bem sacado pelos roteiristas, e acabaram escolhendo uma atriz bem caricata para fazer tudo da forma mais lésbica possível, de forma que Andrea Navedo acabou saindo muito bem.
Embora seja um longa de baixo orçamento, a produção pode até que gastar uma certa grana para que o visual se assemelhasse bem ao longa original, e até que nos momentos onde procuram mostrar não ter a grana real da franquia, acabam ficando bem engraçados, e o exemplo máximo ficou por conta do carro Smart usado em algumas cenas principais, nas armas falsas mostrando ser falsas e até mesmo nas corridas ao procurarem mostrar a falsidade de se filmar sem dirigir realmente. E procurando usar muitas cores para realçar os erros, o acerto acaba sendo bem cômico de ver tanto pelo trabalho da equipe artística quanto pela equipe de fotografia que se preocupou bastante em usar o máximo de recurso que podia para ao menos variar ângulos e iluminações.
Enfim, é um filme que dá para se divertir, principalmente quem como eu disse conhece bem os defeitos da franquia original e for disposto a rir de algumas piadas bem bestas. Digo isso de estar disposto, pois tenho certeza que se chegar no cinema querendo ver algo primoroso, é sair no meio do filme falando mal de tudo, enquanto quem for pronto e preparado para rir de algo bem besta a chance de diversão aumenta consideravelmente. Ou seja, com esses pormenores, acabo recomendando sim o filme para quem quiser perder um tempinho rindo de uma paródia que nem precisou de muito esforço para ser escrita, pois repito, a própria série já deixou as piadas prontas para serem colocadas em paródias. Bem é isso pessoa, encerro essa semana cinematográfica bem curta, ao menos no interior que foi sacaneado pelas distribuidoras ao não mandar nem metade do que foi realmente lançado no Brasil nesse final de semana, mas é o que temos por aqui, então o jeito é aguardar que um dia isso mude. Volto então na próxima Quinta, torcendo para que venha uma boa quantidade de estreias, então abraços e até lá.
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