O filme nos conta a história de amor complicada entre Luke, um antigo campeão de rodeios, que está tentando voltar, e Sophia, uma universitária que está prestes a embarcar em uma viagem para conseguir o emprego dos seus sonhos no mundo das artes em Nova York. Com caminhos e ideais conflitantes testando o seu relacionamento, Sophia e Luke têm um encontro inesperado com Ira, cujas memórias de seu próprio romance inspiram o jovem casal. Tocando gerações, o entrelaçamento das duas histórias de amor explora os desafios e as recompensas infinitas do amor duradouro.
Embora não tenha em seu currículo dramas românticos, George Tillman Jr. conseguiu trabalhar de maneira bem interessante o roteiro que o próprio Nicholas Sparks junto de Craig Bolotin fizeram antes mesmo do lançamento do livro, o que é um fato raro de acontecer. E mais interessante que isso, a história sendo trabalhada em paralelo, com passado e presente, temos boas noções de estilo de câmera para cada época e o tratamento de cores embora bem semelhante também ficou com características próprias, dando liberdade para que o diretor criasse uma ambientação mais clara e envolvente com os atores. Outro acerto bem pontuado é a mão firme do diretor nas cenas do rodeio, fazendo com que qualquer emissora que transmita esses campeonatos ficasse com uma tristeza ímpar de nunca ter mostrado utilizando câmeras desse jeito, pois consegue transmitir uma emoção junto do personagem, que mesmo todos sabendo que não é o ator ali montando os touros, ficamos apreensivos e torcendo para o melhor, ou seja, ângulos inusitados funcionando bem de acordo com a linguagem adotada. E ainda sobre o roteiro, vale falar que mesmo sendo um romance bem açucarado, a trama se desenvolveu de uma maneira bem dramatizada, sem muita melação para que na sala surgissem os tradicionais "Ohhh!!", e isso pode até parecer um erro técnico, já que os fãs do estilo gostam muito de ver cenas assim, mas acredito que seja um amadurecimento dos roteiros de Sparks que nas mãos certas ainda vai fazer filmes bem interessantes de ver.
Sobre as atuações, falei desde a primeira vez que vi, que Scott Eastwood tinha futuro, e esse é o estilo de filme que precisa trabalhar, tem ator que serve para determinado estilo e funciona nele, com expressões características, olhares bem marcados, personalidade definida que encaixaram perfeitamente para o filho da lenda Clint Eastwood marcar bem e conseguir muitos outros papéis romantizados, ou seja, vai fazer a mulherada toda ficar caidinha que é o mote principal desse estilo. Não conhecia Britt Robertson pelos outros filmes que já fez, mas aqui caiu tão bem no papel de Sophia que se antes eu não estava empolgado com o que ela poderia fazer em "Tomorrowland", já irei olhar para ela com outros olhos, a atriz soube dosar bem sua expressão e interpretação para cada estilo de cena, e isso é algo que poucas atrizes costumam fazer, ou seja, um talento jovem para ficarmos de olho. Um fato é que Alan Alda realmente está muito velho, e embora seu personagem Ira fosse apenas um elo de ligação da história do passado, o ator mostrou que ainda sabe fazer o que lhe deu uma indicação ao Oscar há mais de 10 anos, que é a expressão pura quando o diretor mais precisa, de maneira que suas caras tristes ou bem alegres ao final de cada leitura das cartas joga o espectador para o mesmo sentimento, ou seja, perfeito também. Agora vamos ao passado, e digo mais aos frutos do passado, pois Oona Chaplin só por carregar o sobrenome do avô já mereceria estar em diversos filmes, mas não é bem o que vem acontecendo, pois a atriz tem um estranho jeito de atuar, não é ruim suas formas expressivas, mas não emociona como deveria, de modo que sua Ruth até tem boas nuances, mas nos momentos que mais dependeria da expressividade da atriz, ela dá umas falhadas violentas de olhares que ainda precisa ser melhor desenvolvido para chegar perto do que o avô fez no passado. Outro resquício do passado é Jack Huston que também é neto do lendário John Huston, que ao menos deu um pouco de orgulho ao avô com nuances simples para o jovem Ira, que ao mesmo tempo eram tímidas, mas bem vividas com expressões marcantes quando foi preciso, claro que na cena de guerra temos de relevar que não era o ponto forte da trama (e com certeza alguns vão criticar a simplicidade), mas ele soube seguir uma linha coesa de interpretação que acaba agradando. E para finalizar sobre os atores, vale a pena mesmo que com poucas cenas, mas de uma presença marcante falar sobre Lolita Davidovich que fez uma mãe de impacto com sua Kate, talvez mais cenas dariam uma nuance diferente para a história, mas seus momentos foram bem interessantes principalmente pelo olhar da atriz.
Agora um dos conceitos que mais agradam no filme com toda certeza é a cenografia que foi muito bem trabalhada para ambientar bem as cenas do passado aonde tudo foi meticulosamente organizado, já que era uma família mais religiosa, porém com a inserção da cultura e da arte moderna que a personagem Ruth tanto gosta, foram colocados quadros caríssimos que muitos irão reconhecer durante a exposição final e até em alguns momentos na casa dos sub-protagonistas, enquanto que no presente embora as cenas do quarto e da casa do peão sejam bem feitas e lotadas de elementos cênicos importantes para a decoração, o que vai chamar muito a atenção são as cenas dos rodeios, que a equipe certamente optou em filmar nos campeonatos oficiais para não onerar tanto o custo e ainda funcionar bem com todo o charme dos campeonatos mundiais de PBR que é como é chamado o rodeio profissional americano, ou seja, tudo encaixou bem demais na trama, fazendo a equipe artística desenvolver dois rumos, mas tudo com muita precisão. Mas sem dúvida alguma o mais belo resultado do longa ficou por conta da equipe de fotografia que soube aliar a maravilhosa paisagem da Carolina do Sul, com planos aéreos e algumas tomadas em lugares belíssimos para dar ao longa um conceito mais romantizado ainda, e além disso foi trabalhado mesmo que sutilmente dois tons de filtros para caracterizar presente e passado, o que com certeza numa película seria muito mais notório, mas a sutileza caiu bem e agradou bastante.
Bons romances não funcionam sem boas trilhas sonoras, isso já virou quase que uma obrigação que deixam os diretores malucos para encontrar bons compositores, que costumam ser caríssimos, ou optar por uma boa equipe para arrumar boas canções, o que acabou ocorrendo no caso aqui, pois a seleção de músicas desde o trailer já foram perfeitas e o encaixe com o longa agradou na medida certa. Como sei que muitos vão vir no site atrás das canções, já deixo aqui o link para quem quiser escutar todas as canções, inclusive as do trailer.
Enfim, um filme bem interessante que vai agradar demais quem curte o estilo açucarado dos dramas romantizados que Hollywood costuma nos entregar. Não posso falar que foi algo perfeito e que envolveu ao máximo, mas como já disse diversas vezes, o resultado foi tão interessante de acompanhar que valeu a pena ver com certeza. Porém se você não é fã do estilo fuja da sessão, pois vai odiar tudo, mas quem gostar vai ficar feliz pelo que foi mostrado e acredito que acontecerá muito do que vi na sequência da sessão, que vários estavam na livraria embaixo do cinema comprando o livro para conhecer mais detalhes da história, e claro que acredito que os fãs vão gostar também bastante da história repassada nos cinemas, pois me pareceu bem fiel e cheio de detalhes, então quem já leu e puder compartilhar se estou certo nos comentários, fico agradecido! Bem é isso pessoal, dos longas que estrearam por aqui todos conferidos, falta ainda a sessão Cine Planeta do SESC que vai trazer também um longa que não veio para a cidade, então volto na terça com o texto dele, desde já deixo meus abraços e até breve com mais posts para vocês.
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