É engraçado que quando um filme trabalha com conceitos totalmente machistas, vemos por aí diversas mulheres reclamando, brigando, e tudo mais, mas quando temos um longa feminista, os homens na sessão dão risadas! Não consigo entender isso? Particularmente não me senti ofendido com o que foi passado em "O Que as Mulheres Querem", mas também não me diverti tanto com alguns conceitos forçados que mais pareceram com vingança por outros filmes do que vontade de mostrar algo mais elaborado por parte da diretora e roteirista, porém temos de ser sinceros que algumas cenas foram muito bem elaboradas, embora o exagero para forçar a risada acabe incomodando em muitas outras cenas, ou seja, um resultado bem mediano que poderia ser explorado de outra forma.
Esta comédia se passa no primeiro mês de primavera, acompanhando as histórias amorosas de onze mulheres diferentes. Umas são esposas, outras são as melhores amigas, as amantes, as empresárias... Cada uma se envolve em um novo caso, com os homens de suas vidas, ou simplesmente com algum desconhecido encontrado por acaso.
A atriz Audrey Dana depois de fazer diversos filmes, resolveu que seria protagonista e também diretora e roteirista de um filme que tivesse como temática as mulheres, seus sofrimentos, vontades e tudo mais, mas ao invés de trabalhar algo que envolvesse mais pesquisa ou impusesse uma dramaticidade maior, resolveu atacar para uma comédia forçada, e isso infelizmente não vai fazer com que sua carreira saia da frente das câmeras para trás com muito mais frequência, pois embora algumas mulheres feministas a fundo saiam da sessão felizes de ver um longa quase que vingativo em resposta ao filme "Os Infiéis", o resultado não entrega algo satisfatório de ser conferido numa telona. Claro que o filme até funciona no mérito de fazer rir, e só isso já basta para classificá-lo como comédia, mas mistura tantas personagens, algumas muito parecidas, com situações absurdas de ocorrer que se eu que estou escrevendo agora praticamente apenas 1 hora após ter visto o filme já não lembro mais quem é quem, estou com a nítida certeza de que daqui a alguns dias nem lembrarei de ter visto esse filme, ou seja, totalmente dispensável tudo que foi feito.
Infelizmente não vou falar individualmente da atuação de cada uma das atrizes, mesmo porque como falei acima já não lembro mais quem é quem na trama, devido a bagunça que as atrizes fazem aparecendo a cada momento, só sei com certeza da Vanessa Paradis devido seu dente diferenciado e que fez de sua personagem Rose, uma empresária até que interessante e que infelizmente temos muitas por aí na vida real, que só trabalham como rígidas chefes e não possuem sequer uma amiga para compartilhar algo, e Géraldine Nakache por ser uma das personagens que mais aparece com sua Ysis na dúvida que várias mulheres possuem de ao sair com outra mulher, se ainda gostará de homens, e não tenho como opinar sobre isso, mas seus trejeitos ficaram um pouco estranho. A diretora faz o papel de Jo no filme, e acabou mostrando até um lado mais pervertido seu, mas não agrada muito na interpretação forçada que faz. Dos homens em cena, basicamente todos fizeram cara de coitados e Alex Lutz foi quem apelou para ficar sem roupa a maior parte do tempo de maneira totalmente desnecessária, ou seja, abuso de sexismo para nada.
Visualmente a trama nos entrega além de mulheres bonitas, afinal isso é um atributo visual da trama, figurinos bem pontuados e casas bem ornamentadas para representar classe social, forma de vida e tudo mais de cada uma das personagens, mas tirando o envolvimento familiar em algumas cenas, o restante é mero enfeite de cena, ou seja, foi dado trabalho para a equipe de arte apenas, mas pouco se usou, claro que o destaque fica para a conversa de celulares de Rose e Adeline. No conceito fotográfico, devido o longa se passar no começo da primavera, como todos sabemos é uma época que venta e chove muito pelo mundo afora, e dessa maneira foi bem pensado na iluminação de contraluz nas cenas de chuva para dar um ar mais clássico e bonito para a trama, e na cena que ficam sem energia na casa, a iluminação de velas deu o tradicional charme alaranjado, mas nada que tenha servido para alguma linguagem do longa.
Enfim, como tivemos cenas cômicas, e o filme no geral cumpriu o papel de ser classificado como comédia, já havia falado isso antes e parto do princípio de nota que já é meio caminho andado, portanto a nota será de 5 coelhinhos, porém do restante o filme é totalmente dispensável e esquecível, e vai ficar nessa nota apenas. Portanto, talvez algumas mulheres mais feministas de rigor até curtam o que é passado na trama, mas do restante não recomendo de forma alguma esse filme. Bem é isso pessoal, encerro o penúltimo dia do Festival Varilux aqui, mas volto mais a noite com os dois últimos longas que vieram para o interior, uma pena que ficaremos sem ver um que não veio para a cidade, mas fazer o que né? Então abraços e até mais tarde.
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