quinta-feira, 16 de julho de 2015

Homem-Formiga em 3D

Se existe um estilo de filme que sempre me deixa apreensivo quando está prestes a estrear é o de ação baseada em quadrinhos, pois diferente dos grandes fãs do estilo, sequer consegui terminar de ler o livro "Quadrinhos no Cinema" que possuo, portanto desconheço qualquer origem ou algo a respeito dos heróis que a cada ano dominam mais e mais as telas do cinema. E com "Homem-Formiga" a minha apreensão estava ainda maior, por saber um pouco histórias que alguns amigos mais viciados no ramo já haviam me contado sobre a origem dos Vingadores, e toda a ligação desse pequeno, mas muito importante personagem dentro do Universo Marvel, e o maior medo que estava era de o filme simplesmente jogar Paul Rudd junto de uma imensa computação gráfica e brincando com suas amiguinhas formigas sair dando porrada em todo mundo, e graças aos roteiristas mais calmos do longa e de um diretor mais centrado em histórias, felizmente tudo foi muito bem contado, ao menos conseguiram fazer as ligações possíveis com o que já aconteceu através de diálogos (sem exagero de forçar a barra) e imagens claras de onde seu último filme acabou. Ou seja, se você também não conhece nada desse grande pequeno herói, pode ir ao cinema tranquilo, que é literalmente uma nova história, bem contada e que se você já viu os outros longas dos heróis da Marvel, ainda irá ficar bem feliz com tudo o que irá aparecer, portanto os medos desse Coelho foram para o formigueiro e a boa diversão está garantida no cinema mais próximo, pois esse merece toda a tecnologia possível para ficar ainda melhor, então fuja de ver o longa apenas em casa.

O filme nos mostra que Dr. Hank Pym, o inventor da fórmula/ traje que permite o encolhimento, anos depois da descoberta, precisa impedir que seu ex-pupilo Darren Cross, consiga replicar o feito e vender a tecnologia para uma organização do mal. Depois de sair da cadeia, o trambiqueiro Scott Lang está disposto a reconquistar o respeito da ex-mulher, Maggie e, principalmente, da filha. Com dificuldades de arrumar um emprego honesto, ele aceita praticar um último golpe. O que ele não sabia era que tudo não passava de um plano do Dr. Pym que, depois de anos observando o hábil ladrão, o escolhe para vestir o traje do Homem-Formiga.

Muitos vão reclamar do excesso didático do filme, mas como disse no início do texto, praticamente estamos introduzindo um herói que só quem come quadrinhos conhece, a grande maioria que vai aos cinemas riu demais ao ver o primeiro trailer nos cinemas, pensando ser mais um longa do estilo de herói-piada, ou qualquer outra coisa do estilo, portanto o filme prezar em explicar detalhes de como é a comunicação dos personagens com as formigas, qual foi a origem do traje, como foi a escolha do novo herói e tudo mais é algo importantíssimo para formar a cultura em cima do personagem, e principalmente para iniciar bem a franquia que certamente deve aparecer em outros longas do Universo Marvel, e como deixa claro na primeira cena pós-crédito já uma leve introdução para o segundo filme do minúsculo herói, então nesse quesito o trabalho que Edgar Wright (diretor que originalmente iria dirigir o longa, mas apenas escreveu a história do filme e acabou saindo por divergências criativas com os produtores) e Joe Cornish fizeram com o roteiro, temos de tirar o chapéu e vibrar a cada cena bem encaixada que acabou se tornando grandiosa nas mãos do diretor Peyton Reed, que por ser muito mais conhecido por comédias bobas, surpreendeu ao fazer um longa de ação tão bem encaixado com uma comicidade precisa e agradável de assistir. E mesmo contando muita história, toda a computação gráfica para criar o pequeno mundo quando o personagem encolhe foi tão deslumbrante e dinâmica, que não vemos passar as quase duas horas que o filme possui, e isso é algo incrível que a equipe toda conseguiu fazer, e principalmente o diretor ao escolher planos bem colocados para que o filme ficasse verossímil e interessante de ver, pois como disse acima, estava com muito medo do longa ser absurdo demais para acreditar em um herói que encolhe para ter super força e destruir os adversários. Quanto ao conceito da Física Quântica de moléculas que o longa tenta querer discutir, é melhor deixarmos quieto, senão é capaz do texto ficar chato e não agradar, além de arrumar discussões desnecessárias para o momento.

Então vamos falar um pouco sobre os atores! Paul Rudd é daqueles atores que se pararmos para pensar não tem estilo de ser um super-herói, aparentando a escolha mais improvável para o personagem do Homem-Formiga, mas ao entrarmos na concepção de Scott Lang, um trambiqueiro para não chamar de ladrão e cheio de perspicácia, vemos que é o ator ideal, e nessa combinação, ele praticamente aprendeu a virar o herói e acredito muito em toda expressão que entregou para o personagem, de modo que nos próximos filmes da Marvel certamente encaixará muito bem e agradará mais ainda do excelente trabalho que fez aqui, talvez um trabalho um pouco melhor de olhares o faria perfeito, mas como sabemos trabalhar com computação gráfica, filmando num fundo verde é algo bem difícil de acertar a expressão no momento exato, então podemos dar um pequeno desconto para ele nesse quesito. Evangeline Lilly conseguiu surpreender com sua Hope, de maneira que abandonou completamente seu visual ruivo de Tauriel, para virar uma morena de responsa não economizando nos socos e trejeitos para com o protagonista, e com certeza deve vir com tudo para o segundo filme, impactando ainda mais na ação e agradando da mesma maneira que fez aqui, ao colocar o diálogo de maneira mais forte do que tradicionalmente algumas outras atrizes pontuariam. Michael Douglas é sempre excelente em tudo que faz, e ao colocar seus textos do Dr. Pym de uma maneira mais calma e bem trabalhada conseguiu cativar e ser uma das chaves do sucesso do filme, e é incrível ver que ainda possui um ritmo interessante nas dinâmicas de cena para pontuar e seguir junto com os demais protagonistas, sem precisar de que os outros reduzam a velocidade para si, um grande feito com certeza sua atuação. Lembro de relance de poucos papéis de Corey Stoll, e aqui como Darren/Jaqueta Amarela chegou até ser chamativo e mostrar uma certa determinação de vilão, mas faltou muito para ficarmos com raiva ou desejarmos sua morte, como é o caso de diversos outros vilões, então nesse quesito certamente na minha opinião foi a maior falha do filme, em colocar um vilão mais impactante e que o ator que fizesse fosse incorporasse mais o personagem, mas no contexto geral, ele até que foi bem. Michael Peña é aqueles atores que botam a comicidade de qualquer filme no ponto máximo, pode ser até uma cena completamente dramática que seu estilo de expressão consegue divertir, e aqui não foi diferente com o seu Luis, e como possui muito texto, e foi encaixado em diversas cenas, ele trabalhou muito bem e agradou certamente ao fazer com que o filme ficasse bem mais divertido do que seria sem o seu personagem. Dos demais atores, temos Bobby Cannavale fazendo um policial razoável, com pouca expressividade, mas que funcionou bem encaixado como padrasto da filha do protagonista, interpretada muito bem por Abby Ryder Fortson que é outra promessa de boas atuações, e temos de pontuar a cena de luta do protagonista com Anthony Mackie com seu Falcão já tão conhecido dos Vingadores, mas que por ser apenas um encaixe, ainda não mostrou muito a que veio na trama. Claro que sempre que temos um filme da Marvel, ficamos esperando a aparição do criador do Universo Marvel, Stan Lee, e embora bem rápida, podemos dizer que ficou bacana sua cena no encerramento da trama.

No conceito visual da trama, já pontuei mais pra cima, mas tenho de reforçar o capricho que tiveram ao criar o pequeno mundo exibido junto das formigas quando o protagonista encolhe, e claro que a dinâmica empregada nos pequenos animaizinhos que são literalmente o charme da trama, sendo hábeis, dinâmicos e incríveis em tudo que fizeram, agradando demais, e dessa maneira temos de parabenizar e muito a equipe artística tanto pelos pequenos animais, quanto pelo visual criado para contextualizar tudo, ver o encanamento como um grande esgoto, os caminhos das formigas como grandes cavernas, e até mesmo as placas computacionais como enormes complexos de computadores, foi algo incrível de ver, não que quando ele estivesse grande não fosse bacana, mas o pequeno mundo foi melhor. E temos de destacar também o conceito de cores, pois como temos um filme alegre e bem feito, as cores mais vivas ajudaram muito a determinar o trabalho todo da fotografia da trama, o que acaba chamando muito a atenção e dando um ar mais engraçado para o longa, então se você é daqueles que gostam de algo mais sombrio, não será nesse filme que verá isso.

Agora o ponto que muitos visitam meu blog para saber mais do que vou falar do 3D convertido do longa. O que posso adiantar é que o trabalho conseguiu dar uma boa perspectiva de velocidade nas cenas que estamos junto dos animais, e de certa maneira aparentamos estar bem no meio dos insetos, o que é bem bacana, em algumas cenas também aparentam estar fora da tela voando e caminhando pela tela do cinema, e temos de certo modo alguns objetos também sendo atirados nos espectadores, então embora o filme não tenha sido filmado com a tecnologia, quem gosta desse estilo que não usa tanto a profundidade de campo, mas opta por arremessos fora da tela é capaz de sair satisfeito com o que verá. Claro que não temos isso no longa inteiro, e em diversas cenas, o filme até funciona sem óculos, embaçando apenas um pouco nas legendas, mas como disse, nos momentos em que trabalharam bem a conversão, até vale o dinheiro pago a mais pela sessão de óculos, então fica a dica para quem estiver pensando em ir ver o filme.

Enfim, como não estava esperando nada do filme, o resultado foi extremamente satisfatório e com toda certeza recomendo ele para todos que são fãs do Universo Marvel. Quem não conhece os filmes, sei que é pouca gente, mas ainda existem, até recomendo o longa por funcionar bem sozinho e ter um certo vértice diferenciado dos demais, mas talvez algumas boas sacadas irão ficar perdidas, então pode não ser um passeio tão agradável dentro das salas de cinema. Portanto deixo dessa maneira minha recomendação. Como pontuei no enorme texto acima, o longa teve dois grandes problemas, um na falta de um vilão mais impactante e de certa maneira o excesso de explicações para os fãs que conhecem tudo vai até incomodar um pouco, e somente por isso não darei a nota máxima para o longa, mas como diversão vale completamente o maior combo de pipoca e curtir certamente mais um novo herói para brigar contra os vilões mais complexos que o Universo Marvel vai ainda nos inserir nos próximos anos. E como todos já sabem, filme da Marvel tem de ficar até o último segundo dos créditos, então temos uma cena mid-crédito com 4 minutos após começar a subir as letras, dando a ligação para o próximo filme do personagem, e mais 12 minutos de letras na tela preta e virá uma cena já preparatória para o próximo filme da Marvel que já está a caminho, então é ir batendo papo com os amigos e aguardar até o final. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas no Sábado volto com mais um longa que chega na cidade, então abraços e até breve.


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