sábado, 25 de julho de 2015

Pixels em 3D

Cá estou novamente remando contra a maré, afinal são raros os filmes que vou na mesma levada que meus amigos críticos de grandes sites! Pois se a grande maioria está pontuando "Pixels" como um filme bobo e falando mal somente de Adam Sandler sem lembrar de todo o restante que o longa nos proporciona, eu certamente não vou falar isso, afinal mesmo sendo novo, joguei muitos jogos de Arcade, alguns em fliperamas, e outros no saudoso Atari, e posso dizer que da mesma forma que me divertia jogando, me diverti muito assistindo ao filme. E se você está com medo de não conhecer a ideologia de padrões que os jogos dessa época nos entregava, fique tranquilo, pois o filme possui um padrão de comicidade também bem simples, mas certamente vai divertir até mesmo quem nunca sequer pegou um controle de videogame na mão, com personagens bem interessantes, que certamente mereceriam mais destaque, mas como não estamos falando de um filme sobre as histórias dos games, mas sim dos jogadores de games, a ideologia vai deixar eles apenas como coadjuvantes e figurantes no longa e dessa maneira ainda vamos ter de esperar o "Detona Ralph 2" para ver mais alguma história de personagem dos jogos que curtíamos.

O filme nos mostra que quando seres intergalácticos interpretam um arquivo em vídeo com imagens de jogos de arcade clássicos como uma declaração de guerra contra eles, eles atacam a Terra usando esses jogos como modelos para suas várias ofensivas. O presidente Will Cooper busca ajuda de seu melhor amigo de infância Sam Brenner, um campeão de competições de vídeo-games nos anos 80 - e agora um instalador de home theater - para liderar uma equipe de jogadores veteranos, derrotar os alienígenas e salvar o planeta. Eles ainda vão contar com a ajuda da tenente-coronel Violet Van Patten, uma especialista em tecnologia que irá fornecer aos arcaders as armas exclusivas para lutar contra os aliens.

Muitos ficaram bravos de não terem aprofundado mais o roteiro, já que se basearam para o longa, num curta homônimo premiadíssimo de Patrick Jean, e lá toda a história do filme já foi contada, e aqui apenas alongada, mas quantos outros já não tivemos assim? Por qual motivo os produtores deveriam se arriscar em algo novo, se o curta já foi bem premiado? As respostas sempre não são ditas, afinal o público já acostumou com a tese de que se tem Sandler é ruim, e não precisam justificar mais nada, e na minha pequena opinião como produtor é que em time que já entrou em campo ganhando, jogar na retranca e usando o padrão é certeza de agradar quem for disposto a se divertir, e garanto que quem for ao cinema pronto para uma história bem divertida, com muita coisa que só vimos quando pequenos na TV e nos videogames, não vai se decepcionar. E digo que não vai ter decepção, não apenas pelo fato de que o filme é bacana, mas coloco junto a assinatura do diretor Chris Columbus, que na época do auge dos jogos arcades nos anos 80/90, escrevia grandes longas que marcaram a infância e adolescência da maioria que conheço, como "Os Goonies", "Gremlins", depois dirigiu vários outros clássicos que muitos viram milhares de vezes como os "Esqueceram de Mim", passou por uma geração mais nova com dois "Harry Potter" e um "Percy Jackson", então só por isso não iria por seu nome em risco, e trabalhou da forma como desejamos, entregando um longa para passar repetidas vezes em todos os horários da TV aberta e fechada, abusando de efeitos, personagens conhecidos e carismáticos, que muitos vão querer sair do cinema e procurar algum emulador para jogar os velhotes no computador mais próximo. Agora se precisamos pontuar um defeito da direção e do roteiro, apenas complemento o que disse no primeiro parágrafo, que os personagens principais poderiam ser os games ao invés dos jogadores, mas aí já temos um representante que já foi feito "Detona Ralph", e sua continuação já está sendo produzida para colocar mais vida nos personagens que tanto gostamos, e claro que com isso, Sandler entra em destaque, e como a maioria dos críticos de alto escalão odeiam o ator com seu jeito tradicional de pontuar suas piadas, acabaram que andam com a meta máxima de queimar o filme para que ninguém vá ver nos cinemas, mas os que gostam de uma boa diversão como é o caso deste que vos digita, saíram bem contentes com o que viram e recomendam com certeza.

Já que entrei na questão atuação, vamos falar um pouco sobre cada um dos protagonistas. Adam Sandler não muda nunca, então quem gosta vai continuar gostando dele e do seu jeito duro de atuar, e quem não gosta, não vai ser nesse filme que irá gostar dele, pois ele repete com seu Sam Brenner os mesmos problemas que sempre faz nos filmes que protagoniza, de colocar piadas sem graça nos seus diálogos e parecer o astro mais completo de Hollywood, e até ele sabe que não é mais isso faz tempo, mas ainda tem seus fãs, e de certo modo até gosto de seus filmes, mas já vou preparado para ver pouca expressão de sua parte, e com isso, as vezes me satisfaço. Falar de Peter Dinklage é estranho, pois o longa inicialmente mostra os personagens nos anos 80 e quase podia jurar que seu Eddie criança era interpretado também por ele, já que é pequenino e isso seria de certo modo uma piada bem colocada, mas não, Andrew Brambridge que o fez e mandou bem demais nas expressões, enquanto sua versão mais velha mostrou o que no pequenino ator é bom, que é trabalhar somente nos olhares mais impactantes e jogar seu diálogo sempre em tom mais irônico do que informativo, o que é muito legal de ver, porém é um fato claro que muitas cenas suas foram cortadas e isso é um pequeno problema que quem for mais exigente vai reclamar. Josh Gad até possui bons momentos como Ludlow, mas sempre forçando a barra com piadas de mal gosto, que podem até falar que já estava no roteiro e apenas caiu para ele, porém 90% dos personagens que faz são apeladores, e isso me irrita até mais do que os problemas que o povo acusa Sandler de fazer, então mesmo que rindo muito de algumas situações que se envolve, acabamos ficando mais pasmos com as bobeiras que faz do que se divertindo com ele. Kevin James de certo modo até foi bem com o seu presidente Cooper, mas um pouco abobado demais para um presidente americano, caberia mais próximo de um Brasil ou coisa do tipo, mas até que suas cenas aonde demonstra sua ingenuidade acabam sendo tão divertidas que acabamos ignorando esse fato. E para finalizar os protagonistas temos Michelle Monaghan que até entregou um certo carisma e sensualidade para sua Violet, mas como soldado ficou devendo um pouco mais de classe e posicionamento, pois ficou no ar tanto sua patente, como especialidade em fazer armas tecnológicas, e mesmo que isso não seja algo tão importante para a trama, acabou ficando estranho se compararmos seu jeito frágil na casa dela, com as atitudes no quartel. O elenco de apoio também ficou devendo bastante na interpretação, pois sempre que era necessário uma frase de efeito ou uma expressão mais forte de cada um, o que víamos era mais a indagação de o que estavam fazendo naquele momento perdidos no quadro, e isso por muito pouco não estragou o longa, afinal assim como muitas cenas de Dinklage, os secundários foram cortados ao máximo.

Sobre o conceito visual da trama, podemos dizer que a pesquisa feita para conseguir os direitos com os vários jogos foi muito bem feita, pois vemos no mínimo uns 10 jogos espalhados na cena de invasão e claro que cada um na sua característica de poucos gráficos acabaram envolvendo e ficando muito interessante de ver junto com a filmagem tradicional, pois alguns diretores até estragariam a arte tradicional dos jogos aperfeiçoando eles, arredondando e dando mais classe para o seu filme, mas Columbus certamente exigiu o máximo de pixelização possível e a equipe artística e computacional conseguiu agradar bastante com o que foi entregue, misturando junto dos atores e das locações num envolvimento bem bacana de acompanhar e se divertir com os jogos que tanto jogamos na infância, além claro de muitas cores para os pequenos que forem aos cinemas agradarem bastante com o que verão. A fotografia também não abandonou de modo algum o estilo, e procurou trabalhar bem com contraluzes para destacar os protagonistas e os jogos, deixando o restante de cena de certo modo até um pouco apagado, mas isso com a inserção da profundidade na texturização do 3D convertido, até se encaixou bem e acabou agradando bastante. E claro que ao falarmos do 3D, temos de destacar mais os efeitos de tiros, explosões pixelizadas e de certa maneira até alguns elementos vazando para fora da tela, o que fica bacana de ser visto na telona, mas aqueles mais exigentes que gostam de um longa cheio de profundidade de campo, aonde se vê objetos distantes em várias camadas provavelmente irá reclamar que o efeito não vale a pena, então é uma questão de gosto isso, mas acredito que quem for economizar vai perder o ponto forte do filme que são os efeitos explosivos em quadradinhos.

Na questão musical, a escolha de canções temas da época deram um charme retrô para o filme muito bacana e diverte nas esquetes colocadas durante todo o longa, e claro que junto dos sons clássicos dos jogos, o filme se desenvolveu até que muito bem nesse quesito, o que geralmente faltam um pouco nas comédias, e além disso a música final dos créditos "Game On" completou a trama junto com a ilustração do filme inteiro em pixels, que vale muito a pena ficar vendo.

Enfim, se você gosta de uma boa sessão pipoca com um filme divertido que quase não possui uma história, mas agrada por tudo que ocorre, passe na bombonière do seu cinema preferido e assista o longa com a certeza absoluta de que irá se divertir muito com tudo que é mostrado, agora se você é daqueles chatos que exige que todo filme tenha conteúdo e dinâmica expressiva dos atores, recomendo que pense duas vezes antes de ir, pois a certeza é de só reclamar do que irá ver. Portanto dessa maneira deixo a minha recomendação dizendo que curti demais o que foi mostrado, e pessoalmente mesmo não sendo extremamente fã de Sandler, Gad e outros do elenco, saí bem contente com tudo. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com o outro longa que estreou por aqui, então abraços e até breve.


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