A Escolha Perfeita 2 (Pitch Perfect 2)

8/15/2015 02:09:00 AM |

Sabe quando você não sabe o que escrever sobre um filme? Esse sou eu hoje aqui para falar de "A Escolha Perfeita 2", pois gostei muito do que vi, e odiei o que ouvi, e olha que estamos falando de um longa musical! Não digo isso devido à escolhas ruins musicais, muito pelo contrário, pois as músicas escolhidas foram ótimas, mas como todos que me acompanham aqui no site, sabem que não gosto de assistir filme em casa, optando sempre pelo bom e velho cinema, muito menos baixado pela internet, mas essa crítica só irá ao ar após rever o filme por esse meio, já que a distribuidora Universal Pictures optou por mandar para a cidade 3 cópias para 3 diferentes cinemas, mas todas dubladas, e acabei vendo em um deles a simbologia perfeita de como um filme dublado estraga tudo o que de bom a versão original teve trabalho em fazer. Claro que virão os haters de plantão falar que alguns filmes dublados são bem feitos, e tudo mais, mas o que foi feito aqui beirou o amadorismo total, já que estamos falando de um longa musical, colocam uma voz de adolescente para a maioria dos personagens, e ao começar a cantar, entra uma voz completamente diferente do que estava falando. Não bastasse isso, em filmes musicais, as canções completam as falas, aqui elas são apenas músicas, já que quem não souber inglês fluente, apenas irá ouvir eles cantando, e pasmem, no meio parar para falar em português algo que sabe-se lá o motivo. E teve mais, não sei de onde arrumaram gírias que sequer qualquer pessoa normal falaria, do tipo que aparentou terem traduzido ao pé da letra, o que foi dito em inglês no filme, ou seja, um verdadeiro desastre sonoro. Portanto esse parágrafo foi escrito hoje 14/08 às 0h33min, mas o restante do texto vou preferir completar amanhã após fazer algo que sou completamente contra, ver o filme baixado legendado para complementar a crítica, pois seria algo completamente injusto, afinal o resultado visual agrada e mostra que mesmo mudando direção, o estilo original foi mantido e agrada bastante.

O filme nos mostra que após conquistarem o sucesso, as Barden Bellas ganham a oportunidade de se apresentar para ninguém menos que o presidente dos Estados Unidos. Só que o show é um grande fiasco, o que as torna uma vergonha nacional. Diante do ocorrido, as Bellas são proibidas de participar de competições no meio acadêmico e até mesmo de aceitar novas integrantes. A única saída de Beca, Fat Amy & Cia é vencer o campeonato mundial a capela, o que apagaria as punições aplicadas ao grupo. Mas há um problema: nunca uma equipe americana venceu o torneio.

Agora que conferi o longa legendado, encerrando às 23h32 do dia 14/08, posso falar que não houve nenhuma evolução da série nesse novo longa e nem o roteirista Kay Cannon tentou melhorar o que fez tão bem no primeiro filme, pois se no primeiro as canções se conectavam mais, praticamente complementando as falas dos atores, aqui elas serviram apenas como desenrolar da trama mesmo. Porém uma coisa que não temos como duvidar é da capacidade da atriz Elizabeth Banks virar mais para frente uma diretora de mão cheia, pois o que fez aqui ao desenvolver toda a história com o mesmo carisma do longa original e ainda pontuar mais musicais cheios de efeitos, agradando demais no visual trabalhado e dando uma síntese interessante para a história, é algo que poucos estreantes conseguem fazer. E dessa maneira o filme tem uma desenvoltura bacana e que agrada bastante, pois embora tenha poucos novos personagens para apresentar, o que diferencia demais do primeiro filme, ela soube colocar cada detalhe como importante e criar interesses próprios para que as protagonistas chamassem atenção. Claro que não sei se será ela a diretora do terceiro filme, que já está em pré-produção devido à altíssima arrecadação nos EUA na semana de estreia, mas uma ideia melhor para a trama seria segurar mais ainda nas competições musicais, e não tentar criar panos de fundo desconexos, pois embora seja no acampamento que elas "voltam" a se conectar, ficou bem fraco esse momento dentro da história.

Ao falarmos das atuações, claro que temos de sempre dar os parabéns para atores que botam os gogós para trabalhar em longas musicais, e mesmo desafinando algumas vezes e até dublando si próprio em estúdios de gravação, se arriscam para tentar agradar o público com sua voz nas canções, e dessa maneira, novamente todas se deram muito bem no que fizeram. Vamos começar falando da estreante no filme Hailee Steinfeld, que não anda tendo tempo pra pensar em outra coisa senão atuar em todos os filmes possíveis e imaginários que for convidada, e embora sua Emily seja meio insossa, ela até que agrada em momentos esparsos com destaque claro para as duas cenas de fechamento, aonde canta "Flashlight", que ouviria quantas vezes tocasse com sua voz doce e gostosa (a qual já havíamos escutado cantando em "Mesmo Se Nada Der Certo"), portanto o resultado acabou satisfatório por tudo que fez, e vamos aguardar para o que irá aprontar no próximo. Deram para a Beca de Anna Kendrick a maior tarefa do longa, ser o ponto fora da curva do primeiro filme, pois se lá as apresentações eram o principal, aqui o possível trabalho fora da escola recai sobre ela, e somente nessas cenas do estúdio, podemos dizer que a diretora falhou e feio, pois nenhum dos atores e figurantes parecem saber o que estão fazendo ali, e infelizmente isso também recaiu sobre ela, claro que quando entra pra cantar não falha, e por esse motivo está sendo chamada para um musical atrás do outro, e ela sempre manda bem nesses momentos, ou seja, seria melhor ter ficado só cantando. Rebel Wilson não poderia morar no Brasil nunca, pois tudo que faz é utilizando de ser gorda para divertir, inclusive sua personagem chama Fat Amy, e aqui iriam ficar com medo do famoso bullying para colocar isso, claro que ela é uma grande atriz e tem melhorado muito, mas ainda acho suas expressões forçadas, e de certa maneira seu estilo cômico é um pouco amarrado, não que não seja engraçado, mas demora a funcionar, destaque aqui para sua cena de canção solo no lago. Dos homens quem chama mais atenção, embora force demais é Adam DeVine, que conseguiu soar engraçado junto da parceria com Rebel ao fazer de seu Bumper, um homem que deseja algo a mais e de certa maneira acredito no potencial expressivo do jovem, destaque claro para a mesma cena do lago, e para sua cena durante os créditos (fiquem na sala, que vale bastante). Os antagonistas funcionaram bem mais nas cantorias do que nas cenas mais dialogadas, embora tenham usado expressões bem fortes, e dessa maneira Rula Borg e Birgitte Hjort Sørensen até agradam bem nas coreografias e no modo impactante de atuar, quem sabe com mais tempo em tela, chamariam mais atenção. Os demais acabam mais figurando do que servindo para muita coisa, mas vale também destacar o carisma fofo de Ben Platt com seu Benji e as coisas mais insanas feitas aliadas de expressões enigmáticas por Hana Mae Lee com sua Lilly.

O filme no conceito visual até que teve boas locações, mas certamente poderia ter enfeitado menos o doce e ido diretamente gastar umas boas tomadas no campeonato mundial a capella que fica no máximo uns 10 minutos na tela, pois agradaria bem mais. Claro que o acampamento foi bem usado, e fizeram boas cenas lá, mas a vivência ali foi tão jogada que poderia ser desprezada no conteúdo total do filme. Vale também ressaltar os bons elementos cênicos do estúdio, afinal ali mostrou bem como estagiários do mundo da música servem somente de enfeite para fazer cafezinho. Outra cena bem trabalhada no visual ficou por conta da batalha numa casa estranha, que chamou mais atenção pelo anfitrião esquisito que não foi bem desenvolvido do que tudo o que rolou ali. A fotografia usou bem das nuances de cada cenário para dar o tom da trama, e nesse sentido claro que como vi tanto o filme na telona como na telinha, o resultado da cena final é incomparável se visto no cinema, chega literalmente à arrepiar como cenografia, iluminação e ritmo musical entrou numa sinestesia única e envolvente.

Como estamos falando de um filme musical, o trabalho de escolha das canções foi muito bem executado por Mark Mothersbaug que ao dar suas versões rítmicas para que as atrizes cantassem, conseguiu envolver e agradar bastante. Claro que gostaríamos mais que as músicas encaixassem bem como foi no primeiro filme, mas ainda assim, o resultado foi bem satisfatório. Para quem quiser ouvir, aqui está a trilha completa: link

Enfim, posso dizer que o longa é bem desenvolvido, claro que não tivemos quase que nenhuma novidade e embora tenha sido bem envolvente, foi menor em proporção de história comparado ao primeiro filme. Um fato é que como foi muito bom o primeiro, esse veio com tamanha pressão e logo de cara ao desbancar na estreia o trono de bilheteria nos EUA que "Velozes e Furiosos 7" vinha mantendo há semanas, já deu um gás monstruoso para que a equipe corresse atrás de já começar os trabalhos de desenvolvimento do terceiro filme, então vamos aguardar para ver o que vai surgir. Só torço que quem for distribuir ele no Brasil não faça a cagada de estragar o longa com uma dublagem tosca como fizeram com esse, pois repito, se em sua cidade estiver passando somente com cópias dubladas não vá aos cinemas, pois a chance de revolta é alta ao escutar um longa com duas vozes completamente diferentes do mesmo personagem. Portanto até que recomendo o filme, desde que visto exclusivamente legendado, e claro para quem gosta de musicais, pois quem não for fã do estilo, não será com esse filme que irá passar a gostar. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, me desculpem com a demora em postar o texto, pois como disse vendo apenas dublado nos cinemas, a nota seria bem inferior a que estarei dando, de estreias da semana foram apenas essas que vieram para o interior, mas amanhã confiro a pré que veio legendada, e depois por ser uma animação irei ver dublada, então abraços e até breve.


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