Se as ideias originais andam em falta para os roteiristas de Hollywood, por que não requentar os filmes que deram errado também no passado, ao invés de apenas os clássicos? E um que até ficou interessante em 2007, mas longe do que deveria fazer para agradar foi "Hitman - Assassino 47", e agora com o reboot "Hitman: Agente 47" boa parte das reclamações puderam ser apagadas, principalmente o fator de que sendo baseado em um jogo de videogame, faltava cenas de ação mais rápidas. E só com a primeira cena, toda essa reclamação vai por água abaixo com ângulos inusitados de câmera, luzes piscando dando um efeito slow interessante e claro que tiro para todo lado já convencendo com estilo tudo o que poderia esperar do longa. Claro que o roteiro em si ainda não é algo genial, mas o nível de adrenalina foi tão bem colocado que acabamos empolgados com tudo o que é mostrado na telona, e quem sabe agora dá para continuar a franquia com alguma nova história mais original.
O filme nos mostra que um assassino de elite geneticamente modificado é conhecido pelos dois últimos dígitos do código de barras tatuados em seu pescoço. Ele é o resultado de muitos anos de pesquisa - e 46 clones anteriores - dando a ele força, velocidade e uma inteligência nunca antes vista. Seu alvo é uma mega corporação que quer revelar ao mundo o segredo do passado do Agente 47, criando um exército de assassinos cujo poder ultrapassa o seu próprio.
Não podemos falar também que a estreia de Aleksander Bach na direção para cinema foi algo maravilhoso, afinal ele pegou todo seu conhecimento de comerciais e tentou explorar a ação com cenas curtas demais, e isso as vezes deixa o espectador querendo uma continuação do clima que está sendo construído, e logo na sequência ele já muda de plano. Claro que isso dá uma dinâmica de ritmo bem mais envolvente para a trama, mas quebra demais o texto, e longas de ação muito quebrados acabam sendo visto não como corte por algum bom motivo, pois ficam parecendo que o ator errou e cortaram fora a cena seguinte, e isso soa bem estranho. Mas quem não ligar tanto para esses detalhes, e omitir alguns furos de história, vai certamente se divertir, pois pegaram bem toda a essência do jogo de videogame escrito por Skip Woods e transformaram em algo até que bem ágil de ver, não parando tanto para contar a história de cada elemento, apenas pontuando detalhes jogados e botando lenha na correria, para que o filme tivesse vida própria e agradasse com boas tomadas de ação.
Quanto das atuações, podemos dizer que a substituição de Paul Walker nem mudou tanto o estilo do filme, pois Rupert Friend ficou muito bem caracterizado como Agente 47, raspando seu cabelo e entrando completamente no clima que o filme necessitava, trabalhando bem a postura séria e ainda colocando a voz num tom quase que robótico de respirações pausadas, o que agradou bastante, claro que com Paul, o filme se venderia bem mais, afinal era mais conhecido, mas ainda assim acreditaram no potencial do rapaz, e ele não decepcionou. Hannah Ware inicialmente se mostrou bem confusa com os "poderes" de sua Katia, mas com o andamento da história, a atriz se soltou tanto junto com a personagem, que no melhor estilo do filme "Lucy", ela conseguiria certamente um longa solo mais para frente, e quem sabe não venha com o segundo filme, pois ela mandou bem. Zachary Quinto podemos dizer que é o novo personagem do filme Matrix por tudo que faz com seu John Smith, e que o ator é muito bom, todos sabemos, mas que a cada dia tem melhorado suas expressões, isso já está cheirando a prêmios em breve por algum longa que protagonize. Thomas Kretschmann trabalhou bem seu Le Clerq, mas infelizmente ficou bem secundário com suas intenções, talvez um prequel mostrando o antes do filme seria interessante para descobrirmos mais sobre o personagem e o ator poder desenvolver-se mais, pois com 3 cenas não dá para falar que ele chamou sequer qualquer atenção. O mesmo podemos dizer de Ciarán Hinds com seu Litvenko, pois ao ser encontrado mais caras e bocas fez de espanto do que usar seu estilo interpretativo para algo, ou seja, o filme desenvolveu tanto a perseguição dos três protagonistas, que acabou esquecendo dos outros personagens que deram origem à história.
Como todo bom filme de ação, a equipe de arte montou uma cenografia repleta de armas de todos estilos, figurinos bem ousados e clássicos para dar o tom que o personagem principal precisava, e além disso escolheu bem as locações para que o filme ficasse bem tecnológico também, e isso agradou muito por desenvolver a percepção que o jogo tinha e chamava bastante atenção. Claro que alguns cenários do jogo exigiriam que o filme fosse digital demais, e felizmente aqui usaram até que pouca computação gráfica para termos um realismo mais envolvente. Outro fator do filme que foi muito bem colocado foi a fotografia repleta de luzes brancas que deram um efeito interessante mais próximo dos jogos de videogame, e em diversas cenas procuraram jogar as sombras ao inverso para dar a perspectiva de um jogador mesmo, o que é um ponto bem positivo para os que reclamavam tanto da falta desse estilo nos filmes baseados em jogos, claro que são poucas cenas, mas já é um começo.
Enfim, não é o filme mais perfeito do mundo, mas cumpriu bem com a missão de uma boa ação envolvente com uma história até que bem trabalhada, como disse acima, poderiam ter trabalhado mais na história do que ocorreu antes, não passando tão rapidamente apenas como uma narração, mas isso certamente abrirá espaço para outros longas, então aguardemos para poder dar uma nota melhor para o filme, mas repito, ainda que com muitos furos, o longa agrada bastante! Para quem gosta do estilo certamente o filme deve agradar e divertir bastante com uma boa pipoca, afinal não temos que pensar em nada no longa, sendo tudo muito bem explicado com letras maiúsculas, mas como digo, tem dias que vale ver um filme desse estilo para apenas relaxar e curtir, então recomendo para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui nessa semana, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até breve.
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