Quando se fala em um novo "Missão Impossível", ficamos certamente perdidos em qual número já está a franquia, e também pensamos quantos mais terão pela frente, afinal podemos dizer que os protagonistas já estão velhos, não é mesmo? A resposta é não! Tom Cruise ainda tem fôlego, para não falar insanidade, suficiente para muitos outros até que sua maluquice o leve a óbito e aí acabe a franquia. Pois se muitos acharam que "Protocolo Fantasma" em 2011 teve loucuras suficientes, podem ter certeza de que não passou nem perto de tudo o que aprontou agora em "Nação Secreta", e dessa maneira fazendo com que o público acredite mais ainda nas cenas insanas de ação que o protagonista faz, afinal Tom usou dublê em quase nada do filme, junto de uma história coesa e bem dirigida, o resultado não poderia ser outro senão um longa para comprar uma pipoca bem pequena (afinal você não terá tempo para respirar, quanto mais pensar em comer) e curtir com toda certeza na maior sala possível tudo o que o longa vai proporcionar de diversão a você.
Com a agência IMF desmantelada e Ethan fora de combate, a equipe agora enfrenta uma rede de agentes especiais altamente qualificados, o Sindicato. Estes agentes muito bem treinados estão empenhados em criar uma nova ordem mundial através de uma série cada vez maior de ataques terroristas. Ethan reúne sua equipe e une forças com a desacreditada agente britânica Ilsa Faust, que poderá ou não ser parte desta nação secreta, na medida em que o grupo enfrenta sua missão mais impossível de todas.
Um dos maiores ingredientes de sucesso desse quinto filme está no roteiro, e pasmem, é a estreia de um roteirista em longas-metragens, mas antes Will Staples detonou em outra área, a dos jogos de videogame, escrevendo os roteiros de "Call of Duty: Modern Warfare 3" e "Need for Speed: Rivals", e isso fica claro se observarmos e compararmos o ritmo desse novo filme com os anteriores, pois realmente parece que estamos no meio de um grande jogo, com possibilidades a serem seguidas, muita interação de personagem, e claro ação para ninguém reclamar da falta de criatividade. E aliado ao ótimo texto original, temos Christopher McQuarrie que possui uma pegada policial bem trabalhada no seu estilo de dirigir, e pode dar seus toques finais no texto para que pudesse confiar mais ainda em Cruise, dando a chance desse maluco se redimir frente às cagadas que vinha fazendo, para que juntos montassem um filme impecável, e cheio de tudo o que a franquia pede: coisas impossíveis, dentro de uma missão maluca, aonde não podemos ter sequer um respiro no meio de tanta ação. E se isso não bastasse, o diretor foi esperto o suficiente para colocar reviravoltas incríveis através de disfarces, ou seja, algo para literalmente pirar e vibrar a cada cena de sufoco. Como também preciso pontuar os defeitos, aqui vou falar algo que muitos até ficaram tristes ao saber que o longa não foi filmado em 3D, pois diferente dos que adoram a tecnologia para ver coisas saindo da tela, no longa temos muitas cenas com diversos atores importantes presentes no mesmo ambiente, e sem uma câmera que explore profundidade de campo, o resultado é sempre um em destaque e os demais desfocados, e isso embora seja o tradicional do cinema, como já acostumamos com a tecnologia, acabamos ficando decepcionados de não terem explorado isso melhor, mas a tecnologia só serviria para isso, pois do restante, a ação dispensa qualquer coisa voando em direção ao público.
Falar das atuações nesse longa, quase nos limitamos aos feitos de Tom Cruise com seu Ethan maluco que dispensa apresentações, afinal se o ator esteve meio enroscado nos últimos anos não mostrando tudo o que era possível, agora resolveu se machucar voando do lado de fora de um avião por 8 vezes, se afogar realmente ao ficar 6 minutos sem respirar embaixo d água, capotar carro e praticamente voar pilotando uma moto em altíssima velocidade, e se não bastasse todos esses feitos sem dublê, ainda consegue ter fôlego suficiente para dialogar bons textos de uma trama bem amarrada que foi lhe entregue, ou seja, voltou com toda a força possível para o Tom que conhecíamos no início da carreira, só que mais maluco. Outro grande destaque ficou por conta de Rebecca Ferguson que se impôs para não ser apenas um corpo bonito costumeiro dos filmes da franquia, mas sim ao desenvolver sua Isla, ela colocou atitude e boa desenvoltura para que a personagem além de agradar visualmente tivesse conteúdo e dramaticidade nas expressões de cada um de seus diálogos, e dessa maneira ficamos sempre com um pé atrás de tudo o que a personagem acaba fazendo, mas ao mesmo tempo babando em suas lutas e tudo mais que faz, ou seja, perfeita e por pouco não tirou o protagonismo do longa de Cruise. Simon Pegg já havia mostrado todo o carisma possível nos dois longas anteriores com seu Benji, mas aqui foi colocado literalmente como válvula de escape cômico, não que isso seja ruim, muito pelo contrário, afinal o ator foi perfeito em todas as cenas, mas daqui a pouco se não tomarem cuidado, pode acabar atrapalhando o excesso de comicidade com a proposta do filme, mas ainda assim não tem como ficar muito feliz com tudo o que faz e a risada é garantida em suas cenas. Que Sean Harris é um bom ator, isso é um fato claro, mas seu vilão Solomon Lane é muito calmo e simples dentro do conteúdo do longa, e em determinados momentos nem ficamos com raiva de seus atos e até chegamos a sentir desgosto por ele, o que é incomum para um vilão, claro que o modo frio de agir é algo bem interessante, mas poderia ser algo mais psicótico que chamaria mais a atenção e encaixaria melhor na trama. Jeremy Renner volta com seu Brandt do longa anterior, mas aqui bem em segundo plano, participando de boas cenas, mas nada que chame tanta atenção para si. Alec Baldwin foi quase um enfeite nas poucas cenas que desenvolveu, mas já fica claro a possibilidade de ser importante num próximo longa com seu Hunley. Ving Rhames está com Cruise desde o primeiro "Missão Impossível", e é fato claro que seu Luther sempre agradará, mesmo que o ator esteja super gordo e bem velho, na torcida para que fique até o último participando bem e agradando. E para fechar essa parte dos atores vale apenas um pequeno destaque para algumas cenas interessantes de Simon McBurney com seu Atlee, pois embora apareça pouco, teve boa desenvoltura nas cenas importantes da trama, e com uma expressão mais fechada, acabou chamando atenção.
Sempre sabemos o que esperar da franquia no quesito visual, afinal a escolha das locações sempre partem da premissa que precisam de lugares gigantescos, com boas armadilhas para que o protagonista sofra para resolver a missão dada e que exista no local muita simbologia entre os milhares de elementos cênicos que estarão à disposição da equipe artística, ou seja, se um dia algum produtor do longa chegar no seu país para filmar, prepare para ceder o lugar mais cheio de luzes, objetos e afins para agradar em cheio, e assim não temos com o que decepcionar nesse setor. E dessa maneira, temos excelentes prédios, usinas, teatros, pistas de corrida e tudo mais que se possa pensar em ser usado como cenografia em Londres, Marrocos e na Áustria, agradando em cheio no contexto cênico, além claro de carros possantes, motos impressionantes e até um super avião para a cena inicial que já foi mostrada diversas vezes em trailers e chamadas do filme. E claro que uma boa direção de arte não funciona sem uma boa direção de fotografia, e com sombras precisas (dando até um charme a mais nas lutas finais), iluminações pautadas em cores vivas para dar mais ação no longa e contraluzes bem encaixados para que as cenas noturnas tivessem mais dramaticidade, o resultado não poderia ser outro senão um filme vivo, e com todos os tons possíveis para que a trama não se perdesse em nada. Além disso tudo, a equipe de efeitos especiais não deixou nada a desejar com tiros para todo lado(mesmo que nenhum acerte os protagonistas), muitas explosões, vidros estourando, fumaça a todo momento e tudo mais que o gênero, e principalmente a franquia pede. Como disse no início, o único porém que fiquei triste de não ver foi uma perspectiva de profundidade melhorada com o uso da tecnologia, que certamente seria resolvido se filmassem usando câmeras com recursos 3D, mas também na escolha do ângulo melhoraria bem, claro que isso é algo que somente quem for muito exigente vai reparar e reclamar como estou fazendo, mas é algo que facilmente seria resolvido.
No conceito musical, a canção tema da franquia composta lá em 1996 quando tudo começou por Lalo Schifrin foi usada com sabedoria por Joe Kraemer, que ao inserir ela nos diversos momentos, mas com ritmos e acordes diferenciados, deixou o longa numa velocidade incrível, pois tirando uma cena em que não temos som algum (e impressionantemente todos da sala ficaram em silêncio total também), no restante temos uma trilha sonora forte, bem marcada e envolvente que acaba agradando demais.
Enfim, um filmaço que não tem como não gostar do que é mostrado, funcionando tanto para quem é fã da franquia, quanto para quem nunca viu nenhum dos antigos (o que não é obrigatório, felizmente, afinal o longa funciona muito bem sozinho), mas gosta de uma boa ação. E mesmo com os dois defeitos que citei, os quais pesaram para que a nota do filme não fosse máxima, do desfoque exagerado e do fraco vilão, o longa é extremamente gostoso e vibrante de acompanhar, portanto certamente recomendo que todos vejam, e repito que procurem as maiores salas, com sons mais potentes que cada cinema possui para apresentar em sua cidade, pois valerá o despendimento a mais de dinheiro, por tudo que acabará vendo. Felizmente pude conferir o longa na pré-estreia que a Difusora FM 91,3Mhz fez na sala Imax de Ribeirão Preto, então mais uma vez, agradeço a parceria e parabenizo à todos pelo evento que conseguiram realizar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto na quinta com mais estreias que aparecerem pelo interior, então abraços e até breve pessoal.
PS: Os descontos certamente seriam de 0,5 coelho, mas como prezamos pela vida dos coelhinhos, não temos metade deles, então vai 9 mesmo!
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