A Entidade 2 (Sinister 2)

9/07/2015 06:06:00 PM |

Algumas continuações de  terror conseguem imprimir o ritmo original, mesmo mudando alguns elementos da produção, mas outras acabam tentando colocar tanta história no meio para explicar alguns fatores, ou até mesmo tentar assustar o público com cenas chocantes, que acabam ficando blasé demais, e infelizmente isso foi o que ocorreu com "A Entidade 2", pois se no primeiro você pulava a cada cena, aqui somente os primeiros 30 minutos são tensos, depois é história em cima de história, até chegar no vídeo que mostra como Milo matou sua família, que aí parte para uma das formas de torturas mais horrendas que já foi notificada tanto pelo mundo afora, e quem não for bom de estômago pode até se chocar com o que verá. Mas tirando esses detalhes, o resultado final é até que de certa forma bem feito, mas muito longe do filme aterrorizador que foi o original, então ficarei com a esperança de que não inventem moda de continuar com um terceiro, que deram a deixa, pois a chance de piorar tudo é alta.

O filme nos mostra que Courtney, uma jovem mãe solteira e superprotetora de dois gêmeos de 9 anos, se muda com os filhos para uma casa em uma área rural de uma pequena cidade. Logo, ela descobre que o local foi palco de estranhos acontecimentos e que sua família está marcada para morrer.

Embora o roteiro e a produção continue nas mãos de Scott Derrickson que escreveu e dirigiu o primeiro longa, aqui ele deixou o posto de diretor para Ciarán Foy que até tentou assustar em duas ou três cenas, mas passou bem longe do que desejava, criando um filme bem raso de perspectivas e de não dar medo em ninguém. E certamente, dessa forma que acabou errando tanto, deverá ser eliminado da lista do produtor Jason Blum que ultimamente tem trabalhado somente com os melhores diretores de terror, e não vai querer alguém que acabou com um dos longas mais assustadores psicologicamente falando, de 2012, que foi "A Entidade". Claro que a culpa também resvala em Derrickson, afinal já que viu que ganhou muito dinheiro com o primeiro filme, agora acabou enfeitando demais o roteiro, para que as histórias das crianças fossem mais tensas e fortes, e com isso, deixou o protagonista Bagul de lado e ele mesmo aparece quase que nenhuma vez para que o bicho pegue, e assim, as criancinhas parecem mais assustadoras aparecendo do nada do que a entidade em si. E mesmo que com muita história para contar, o filme ainda ficou fraco devido o diretor não trabalhar tanto ângulos mais fechados para pegar o público desprevenido, deixando sempre a câmera na maior parte do tempo estática e pegando quase que o cenário todo (que em parte é assustador, e eu não moraria nunca num lugar daquele), mas que acaba revelando tudo o que vai acontecer muito rápido, ou seja, faltou estudo para dizer fazer um filme decente do gênero, e ainda estragou boas coisas que o primeiro deixou no ar.

Falando um pouco sobre as atuações, o delegado do primeiro filme James Ransone volta agora como um detetive particular que busca desvendar a morte de seu amigo do primeiro filme, investigando casos ligados pela entidade, e basicamente colocando um romancezinho aqui, outra imponência de voz ali, e alguns sustos com imagens de computador, ele não fez nada demais para que se tornasse importante como foi o protagonista do original, e além disso, se mostrou bem fraco de expressões, pois quando precisava mostrar que estava assustado sempre arregalava os olhos e dava pulos, e isso é algo que crianças fazem, não um adulto do porte dele, ou seja, fraco demais para protagonizar uma sequência, e principalmente para voltar num terceiro caso resolvam continuar de onde esse aqui para. Shannyn Sossamon até expressou alguns sentimentos de desespero com sua Courtney frente aos momentos em que defronta com o pai das crianças, mas quanto ao desconhecido ela ficou bem inerte e se expressou pior ainda que o detetive, e isso é algo que irrita demais em longas do gênero, ou seja, se o filme fosse bom mesmo, deveriam matar logo de cara os dois, mais o pai dos garotos, e quem sabe teríamos um filme mais interessante. Falando dos garotos, Robert Daniel e Dartanian Sloan, até fizeram bem seus papeis de Dylan e Zach, mas Robert nas cenas de pesadelo aparentava todo um medo bem expressivo, mas junto com os fantasmas ficava tão de boa que pareciam mais amigos do que sei la qualquer coisa, e assim sendo não chamou atenção que deveria também. Das demais crianças, só vale destaque mesmo Lucas Jade Zumann, que sempre elegante com seu Milo, nem parecia estar morto, mas com um ar de serial da melhor qualidade, quando apresentou o seu vídeo, aí meus amigos, o lorde inglês virou o demo em pessoa, e pernas pra que te quero, afinal o garoto é do mal. Os demais foram bem coadjuvantes mesmo, não apresentando nada demais para que valesse alguma explicação, tendo claro o destaque negativo para Tate Ellington que com seu Dr. Stomberg apareceu na trama para apenas contar mais histórias e não fazer, nem servir de nada para o restante da trama, ou seja, inútil completo.

No conceito visual, tivemos bons elementos cênicos, mantendo claro a proposta original dos rolos de película passando filmes das mortes antigas, a casa em si já é algo amedrontador, a igreja seria um lugar que jamais qualquer pessoa trabalharia com a calma que a protagonista trabalha, e as locações dos vídeos também foram todas muito bem trabalhadas para criar a tensão necessária que um filme de terror deve ter, mas isso é suficiente para assustar? Com certeza digo que não, então volto a repetir que a melhor cena é o vídeo de Milo, e esse sim é aterrorizador de ficar lembrando por muito tempo, e certamente a equipe de arte passou mal em fazer ele, pois é algo chocante demais. Quanto do quesito fotográfico, o de praxe de longas do gênero foi seguido, com boas cenas escuras, mas com a iluminação falsa sempre trabalhando pelos cantos para dar um contorno melhor aos personagens, e assim mesmo no escuro total conseguimos estar junto dos protagonistas para assustar junto com eles, e assim sendo o resultado também foi bem feito.

Como todo bom filme de terror, a trilha sempre tem um bom destaque, e aqui tomandandy(Tom Hadju e Andy Milburn) repetiram o feito de grandes longas do gênero atual e usaram gritos, roncos e barulhos estranhos mixados para num movimento de aumento de volume desse o tom certo que a trama pedia, e assim sendo o ritmo foi interessante de ver.

Enfim, é um filme de 97 minutos que consegue agradar por cerca de 30, e dessa maneira não vai empolgar nem quem gosta de uma boa história de terror e nem quem gosta de tomar sustos no cinema, então o filme mesmo tendo bons elementos técnicos principalmente na arte, trilha sonora e fotografia vai desapontar a todos, então infelizmente é mais um que vai passar e iremos esquecer em breve. Portanto recomendo ele somente se você gosta muito do estilo e não tem mais nada para ver, pois senão pode deixar passar tranquilamente. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje ainda confiro mais um longa que estreou pelo interior, então abraços e até breve.


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