É engraçado quando um filme de "terror" consegue chamar atenção pelo trailer sem envolver espíritos ou sangue voando para todo lado, mas "Bata Antes de Entrar" parecia ser bem interessante quando passou o primeiro trailer há muito tempo atrás, pois deixou no ar a ideologia de como alguém abre a porta para uma pessoa desconhecida numa noite chuvosa só por ser bonita, e ainda mais na sequência a coisa esquentar e piorar depois. Porém já dá para conseguirmos desconfiar dos filmes que mudam datas de estreia mais que uma vez, e a decepção começa ao vermos o rumo que a trama vai tomando a cada ato sem que nada se encaixe ou empolgue o espectador, e dessa maneira nem Reeves consegue mostrar o quão bom ator ele já foi, nem Roth voltar a ser o diretor trash e desesperado que vimos em "O Albergue", fazendo do filme apenas algo para colocar sua esposa como protagonista e nada mais.
O longa nos mostra que durante um fim de semana no qual sua família viajou, a vida de um homem bem casado é interrompida por duas garotas jovens e atraentes que chegam à sua porta buscando refúgio da tempestade. O que parecia uma breve visita termina se transformando em um inferno, quando as duas garotas seduzem o dono da casa e o tomam como refém para brincadeiras pouco confortáveis e torturas, enquanto a família não volta.
Claro que estou sendo exigente demais ao desejar que o diretor que possui em suas características principais o "torture porn" como gênero clássico de estilo de terror, mostrasse a ideologia das personagens femininas que adentram ao recinto do protagonista e acabam fazendo horrores com ele. Mas desejar nunca é demais não é mesmo? Mas óbvio que Eli Roth apenas utiliza o gênero para causar e dessa forma, tudo o que poderia fazer para tornar um filme perfeito (já adianto que não vi o original "Death Game" de 1977 para comparar) com dramaticidade, afinal a síntese da história é algo interessante de pararmos para analisar, pois homens em sua essência irão abrir as portas de sua casa para lindas mulheres ensopadas numa noite chuvosa, homens em sua maioria irão se deixar seduzir por mulheres seminuas em sua casa, homens são trouxas e caem como patinhos frente personalidades de femme-fatale, e quando essas do nada resolvem virar assassinas em série, qual a cara que fazemos? WTF, sim a tradicional usada nos memes da internet, pois o diretor apenas quis isso e que sua esposa finalmente fosse a protagonista de um longa, e pronto, tenho dinheiro, pego dinheiro de mais algum ator que pode bancar ser o protagonista de um filme maluco, e vamos gravar!! E o resultado, um filme com muita arte abstrata para ser quebrada, mulheres nuas fazendo sexo, e uma história que vai ser esquecida daqui algumas horas, pois nem se preocupar com planos inusitados que foram feitos, mas não valorizaram nada, ele se preocupou, o que é uma pena enorme.
Nem tenho muito o que falar das atuações, afinal já resumi bem no parágrafo anterior o que todos precisam saber, mas vamos falar um pouco do trio principal. Keanu Reeves tenta continuar sendo galã com seu Evan, e é zoado duas vezes por suas madeixas que nunca são cortadas e continuam como sua marca própria visual, porém ele não se preocupa com expressões, gritando desesperado nem parecia o ator que todos adoravam na época de "Matrix", pois tudo soava falso, e como disse botou dinheiro do bolso como produtor executivo pelo papel e infelizmente saiu-se muito mal. Lorenza Izzo, que me foi apresentada hoje, afinal nunca havia visto sequer um filme seu, também acabei descobrindo hoje que é esposa do diretor, e sua personagem Genesis até é bem interessante, e com um nome desse daria para fazer milhões de referências contextuais na trama, mas só foi sexy no início, e quando virá "demoníaca" desanda mais que brigadeiro queimado, mostrando o motivo de não decolar em outros filmes. É engraçado de ver a personagem Bel que Ana de Armas interpretou estranhamente, pois ao mesmo tempo que parece boba, se faz de ingênua, e isso é garantia de revolta das mulheres que estão na sessão (garanto que ri muito das moças em minha frente pedindo para os namorados irem embora), mas a atriz falha nas suas cenas principais, e isso é algo triste demais de ver, então não dá para relevar. Quanto dos demais, foram mais aparições do que funcionaram como atores mesmo do filme, dando um destaque um pouco maior para Aaron Burns com seu Louis pela sua expressão na cena desesperadora em que vê a obra-prima de sua chefe destruída.
No quesito visual, o diretor até que tentou dar um trabalho monstruoso para a equipe de arte, afinal a casa da família é de um ex-DJ e arquiteto moderno com uma artista plástica renomada, ou seja, temos muitos quadros para serem pichados, muita arte para ser destruída e muito visual para ser mostrado, mas os elementos cênicos usados foram tão singelos e forçados que chega a dar dó do diretor de arte que teve um trabalho tão complexo para o diretor insistir num vaso simples e em outros detalhes tão pequenos, ou seja, é como se você comprasse a coleção inteira de um artista famoso para dar de presente para um amigo e esse ficasse feliz apenas pela embalagem e nem ligasse para o presente. No conceito fotográfico, o diretor de fotografia até tentou usar alguns filtros e iluminações diferenciadas, além de algumas câmeras aéreas junto da chuva, mas alguém pode me dizer o motivo sem ser o de mostrar que ele mora em um lugar com casas chiques e sem ninguém no local? Um design diferenciado? Ou algo do tipo? Pois a linguagem se perdeu completamente e não resultou em nada além de gastos de orçamento.
Enfim, é um daqueles filmes clássicos que esquecemos em poucas horas, por isso fiz questão de acabar o texto de uma vez só, pois sei que amanhã cedo não irei lembrar de quase detalhe algum do que vi, e se me perguntarem uma cena de destaque, já falo logo de cara, a penúltima em que o protagonista tenta usar o celular e faz uma grande cagada, pois foi a mais divertida que já vi em um terror até hoje certamente, mas volto a repetir, amanhã acho que não devo lembrar dela. Portanto, com uma história interessante, boa cenografia, algumas canções bem interessantes tocando sempre de fundo, mas com o restante sendo desprezível, até daria para dar uma nota 5, mas não vou ser tão bonzinho com a trama, pois ficou abaixo da expectativa criada com o trailer, então dessa maneira, não recomendo ele para ninguém. Fico por aqui agora, mas ainda faltam dois longas que estrearam pelo interior para conferir e vir comentar aqui com vocês, então abraços e até breve pessoal. Ah e tranquem suas portas para qualquer pessoa estranha, mesmo que sejam duas mulheres bonitas.
4 comentários:
KKkkkk.....velho na boa, esse deve ter sido o pior filme do Reeves em toda sua carreira, que que é isso meu irmão...a ultima cena dele kkkk q piada....bom como dizem a galera que cria legendas para os filmes na web: 'porque filme ruim é bom pra caralhoooo" kkkk sem mais comentários....
Pois é meu caro Murilo!!! Foi feio mesmo, o cara tá literalmente entrando em fim de carreira pra produzir isso e ainda atuar.. Tem de ter muitaaaaaa coragem mesmo!! rsss Abraços!
O filme demora o seu tempo a começar a desenvolver e avança lentamente apresentando-nos os personagens principais. Ana de Armas é um das minhas atrizes preferidas, acho que ela é completamente talentosa, vi sua atuação em Mãos de Pedra e houve uma cena que me comoveu é algo diferente ao que estamos acostumados com ela, se vê espetacular. Recomendo! É um filme bom e interessante.
Olá Simone... acabei não gostando muito na época, mas revi uns pedaços picados na TV que estavam vendo o filme, e por incrível que pareça me chamou a atenção... vou tentar qualquer dia dar uma revisada!
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